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CHUTANDO O BALDE

CHUTANDO O BALDE: O BURACO NEGRO


CHUTANDO O BALDE: O BURACO NEGRO - Gente de Opinião 

O BURACO NEGRO

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William Haverly Martins

A gente sabe que os membros da elite financeira, da elite política, enfim os que detêm o poder não vão socializar o osso facilmente, elas vão fazer de tudo para permanecer no comando político/econômico da nação, ignorando ações da PF, da PGR e de um grupo de juízes idealistas: corrupção, impunidade arranjada, jogo de influências, interpretação sui generis da Constituição, eleição com cartas marcadas, conchavos entre os protagonistas dos três poderes, são alguns dos pratos deste cardápio, que dura quase trinta anos, desde que a Constituição Cidadã foi promulgada.

Os acordos entre políticos e ministros do STF são vergonhosos: o escândalo promovido pela dupla Lewandovski/Renan Calheiros, quando este resolveu alterar a Constituição por conta própria, no caso do impeachment da Dilma, não foi bastante; agora a imprensa acaba de divulgar que vários processos que envolviam o senador Renan, e foram colocados no buraco negro da gaveta do ministro Lewandovski, prescreveram. As gavetas da 2ª instância, principalmente a de Porto Alegre, também seguram convenientemente alguns processos, aguardando a prescrição. E ninguém diz nada.

Considerados “serial corrupter” pela PGR, Renan, Jucá, Sarney, Temer, Aécio, Lula e tantos outros são classificados, a título de piada, como “inimputáveis”, por analistas da política brasileira; acima do bem e do mal, aparentemente atingidos pelas penas da primeira instância, mas libertos quando chegam à última, embora tenham perfeita noção da ilicitude de seus atos.

E ainda ficam com raiva de mim, quando advogo a ascensão da extrema direita, pelo coturno, até que o país retome a sua vocação democrática, escrevendo uma constituição mais condizente com a nossa realidade, fazendo uma reforma política decente, capaz de economizar os 2,3 milhões que se gastou em 2017 por cada senador e os 2,1 milhões por cada deputado; uma reforma no judiciário, que acabe com a farra dos salários exorbitantes e com a impunidade dos poderosos; uma reforma do STF que afaste de vez os ministros apadrinhados e comprometidos com a política partidária, além de novos códigos e tudo que for necessário, a fim de que tenhamos um país sério e ético.

Os ministros do STF, por 6 a 5, praticamente devolveram o mandato e o cargo ao senador Aécio Neves, ignorando todo o trabalho que foi feito pela Polícia Federal e pela PGR, com cenas gravadas de dinheiro em espécie sendo distribuído, áudios, etc. etc.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quarta-feira (11), dar ao Legislativo a palavra final sobre a suspensão do mandato de parlamentares pelo Judiciário. É como dar a chave da cadeia coorporativa aos possíveis prisioneiros. O ministro Luiz Barroso chegou a desabafar: “A ideia de que o Poder Judiciário não pode exercer o seu poder cautelar, para impedir o cometimento de um crime, que esteja em curso, é a negação do Estado de direito. Significa dizer que o crime é permitido para algumas pessoas. Eu não gostaria de viver num país que fosse assim”.

Pois é Ministro, em nome do Estado Democrático de Direito são cometidos os maiores absurdos, as maiores injustiças, e o povo fica à mercê dessas quadrilhas, sonhando com educação, saúde e segurança de qualidade. Sonhando com uma democracia, onde sua voz seja ouvida e bem representada. Até a doce e frágil Carmem Lúcia aprendeu rápido o caminho das pedras e anda com desenvoltura sobre as águas revoltas do Senado, usando o seu voto de minerva para apaziguar os poderosos senadores.

O excelentíssimo ministro Barroso, se quiser, pode mudar de país, pois tem dinheiro e competência para se estabelecer em qualquer parte do mundo civilizado e livre, mas nosotros temos que nos conformar e aguardar o milagre da aparição de um novo líder, que consiga se livrar dos pactos em prol da governabilidade, que consiga fiscalizar, no destino, as famigeradas emendas parlamentares; enfim, que diminua o exercício da corrupção em todos os poderes da sofrida república brasileira, além de executar reformas de toda ordem, praticamente impossíveis de serem feitas em dois mandatos, isso sem contar o esperneio das elites, acostumadas com dinheiro fácil. Segundo a revista Veja a Democracia vai custar ao país, em 2017, 11 bilhões de reais.

O que significa dizer: nenhum brasileiro que hoje esteja vivo conseguirá alcançar essa dádiva, nem com reza braba! Até minha perna endureceu diante da possibilidade do remoto chute esquelético no balde...

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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