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Matias Mendes

A CORRUPÇÃO COONESTADA: A Omissão do Governo Pianna


Por MATIAS MENDES

Por mais incrível que possa parecer, a despeito de haver importado a quadrilha paranaense para implantar com métodos científicos a corrupção na máquina administrativa do Estado de Rondônia, o Governador Jerônimo Santana importou também assessores de muita cultura e conduta correta, entre os quais o jurista José Barbosa, amigo do historiador Manoel Rodrigues Ferreira, funcionário aposentado do Supremo Tribunal Federal.

O historiador Manoel Rodrigues Ferreira, que tinha por mim elevada consideração, recomendou o meu nome ao seu amigo, escreveu-me a respeito da vinda desse amigo para Rondônia e acenou-me com a oferta de ser integrado ao Governo na equipe do mestre José Barbosa. Eu respondi a sua carta explicando que nunca poderia trabalhar para o Governo de Jerônimo Santana em razão de ser filiado ao PDT, partido que no pleito eleitoral havia sido o principal adversário do PMDB, não me parecendo ético participar de um Governo do qual havia sido adversário. Ao que parece, a minha negativa em aceitar a sua oferta, magoou um pouco o meu amigo paulista, mas o mestre José Barbosa localizou-me assim que chegou a Rondônia e estabelecemos um sólido laço de amizade. Ele insistiu na proposta que eu já havia recusado, mas me mantive firme na negativa. Aí ele pediu-me para que eu aceitasse ao menos continuar no Conselho Estadual de Cultura, do qual eu já era integrante, e eu permaneci como Conselheiro, posição que muito me favoreceu no início de minhas pesquisas no Forte do Príncipe da Beira, quando o Governo, até à revelia da Secretaria de Cultura comandada por Abelardo Castro, chegou a colocar algumas vezes a sua aeronave à disposição de minhas operações, bem como assistentes policiais militares femininas que me prestavam auxílio como secretárias.

Nessa época, as regiões ribeirinhas do Guaporé, do Mamoré, do Madeira e do Machado estavam sendo muito bem assistidas pela CEMAGUAM dirigida por Wálter Bártolo, outro dos aspectos positivos do Governo de Jerônimo. No entanto, nas Secretarias de caráter estratégico era a quadrilha do Paraná que manejava tudo, implantando o criminoso esquema de corrupção que subsiste até os dias atuais, tendo sido apenas apropriado pelo PT, mas cabendo inteiramente ao PMDB os direitos autorais de tal mazela.

Oswaldo Pianna, natural de Rondônia, chegou ao Governo do Estado no momento certo para desmontar a máquina da corrupção instituída no Estado pela quadrilha comandada à distância pelo senador José Richa. Havia tempo hábil para invalidar pela via judicial todos os procedimentos criminosos que haviam sido praticados por Erasmo Garanhão (que literalmente garanhou mesmo o Estado de Rondônia, para não usar o verbo mais próprio), Adaílton Bittencourt, Leprowost, Marcelino Federal Hermida e a raia miúda por eles liderada. Mas Pianna não tomou nenhuma providência em tal sentido, deixou as coisas como estavam, seja por comodismo, por conveniência, por cegueira administrativa ou qualquer que seja o motivo, o certo mesmo é que ele terminou por coonestar as falcatruas inseridas no serviço público do Estado pela quadrilha de criminosos paranaenses. Em consequência do tempo decorrido, sobrevieram as decadências, as prescrições e todos os instrumentos do Direito Administrativo que terminaram por convalidar todas as falcatruas urdidas pela quadrilha paranaense importada por Jerônimo Santana, garantindo aos seus asseclas a permanência legal no bojo da máquina administrativa do Estado, com margem de manobrar para operar ad eternum o crime organizado dentro da máquina pública.

Como Pianna foi sucedido pelo peemedebista Valdir Raupp de Matos, que retornou ao seu berço de origem partidária depois de aventurar-se com relativo sucesso no PRN de Fernando Collor de Mello, já então deposto em razão da descoberta de um irrelevante esquema de caixa dois operado por Paulo César Farias, um brinquedo de criança quando comparado ao esquema do Mensalão organizado pelo PT no Governo de Lula, talvez até menor que o esquema da quadrilha municipal de Porto Velho comandada pelo petista Roberto Boca de Fanta Sobrinho, aí a máquina da corrupção preparada pela quadrilha paranaense ganhou ainda mais tempo para consolidar-se no plano da legalidade ilídima, cristalizando-se de vez no serviço público de Rondônia, chegando ao ponto de que em todos os Poderes do Estado podem ser encontrados vestígios de vícios de origem em todos os sentidos, conquanto os órgãos como o Ministério Público do Estado e o Poder Judiciário tenham empreendido esforços no sentido de expurgar de seus quadros os indivíduos indesejáveis, habilitados ao serviço público por certames viciados que, não raras vezes, em razão do instituto da segurança jurídica, o decurso do tempo inviabiliza qualquer tentativa jurídica de expurgo e punição.

Certamente que eu não sou o único conhecedor de tal realidade incômoda que envolve o Estado de Rondônia, conquanto, muito provavelmente, afora os bancos de dados de órgãos específicos de informações, ninguém mais teve a ideia de organizar de forma sistemática um Centro de Informações nos moldes do meu . Normalmente as pessoas arquivam apenas alguns dados que lhe são de interesse imediato, não têm a antevisão do relevo histórico de determinados documentos ou publicações, até descartando ou destruindo como imprestáveis imprescindíveis dados da História. É por isso que ainda existem babacas que não acreditam na existência real do meu Centro de Informações, sistema que inclui até dados das arapongagens de amadores ineptos que tiveram a ilusão, em decorrência do poder, de que podiam meter-se impunemente no mundo misterioso dos serviços de inteligência de verdade. Nos artigos seguintes serão trazidos a lume novos detalhes da corrupção que o PMDB, pelas mãos de Jerônimo Garcia de Santana, instituiu na máquina administrativa do Estado de Rondônia, sistema aproveitado até agora por todos os que se dedicam à prática da corrupção.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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