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Mara Paraguassu

A ética da responsabilidade - Por Mara Paraguassu



A situação do país é dolorosa, incerta e o futuro causa apreensão. Todos os dias somos bombardeados pela TV sobre o roubo de milhões dos cofres públicos, negociatas, armações, armadilhas, conluios, conchavos, prisões e bandalheira em geral. Com a Lava Jato, descobriu-se uma fossa imensa de podridão envolvendo senadores, deputados, empresários, funcionários públicos e chefes da nação.

Lula e Dilma no comando, vista grossa fizeram para o assalto às empresas públicas e ministérios. Encheram as burras, facilitaram negociatas em prejuízo ao erário, mas a militância os idolatra, quanto fanatismo!

Já são três os assessores exonerados do presidente Michel Temer - vice de Dilma, não se pode esquecer -, ele próprio vivendo o inferno astral decorrente de relação suspeitíssima com executivo da JBS que deve mais de R$ 1 bilhão para o INSS, saqueou o BNDES, gera empregos lá fora e anda faceiro por aí.

São pessoas públicas, como muitas outras que estão a salvo de ter o nome reverberado no Jornal Nacional, pela ausência de inquéritos em sua biografia.

De carne e alma fracas como os demais que renunciaram ao espirito público quando eleitos, preferindo fazer da vida pública arena para interesses lesivos ao povo brasileiro, o quase presidente Aécio Neves também se afundou, para gaudio dos que há pelo menos três anos conspurcam contra as instituições investigativas, dizendo que a Lava Jato existe apenas contra o PT. Uma inverdade há muito comprovada. Eduardo Cunha é o símbolo maior disso.

Chegamos a um ponto em que os estridentes apoiadores do petismo se veem sem a força do discurso do golpe, e os que viam corrupção somente do lado de lá descobriram o que de fato é a elite política brasileira.

Assim, se há algo a comemorar é o fim da nefasta polarização que contaminou as campanhas presidenciais dos últimos anos, incapazes até agora de estabelecerem um pacto pelo bem do Brasil, mesmo com a corrosão do emprego, violência, sufoco da atividade econômica, educação e saúde caóticas

Independente do que acontecerá com o presidente Michel Temer, o norte a ser seguido é a Constituição: eleição indireta, caso renuncie ou seja cassado, e produção legislativa autônoma que sinalize ao Brasil a continuidade do esforço para sair da crise.

O Congresso Nacional, mesmo sob direção dos presidentes Marco Maia (Câmara) e Eunício Oliveira (Senado), investigados pela Lava Jato, precisa fazer as reformas trabalhista, previdenciária e política, votar o foro privilegiado.

Os que a salvo estão e os que neste purgatório sem fim não estão, precisam pensar no Brasil, sem se intimidar com a oposição ruidosa que em algum grau até boicotou no governo do qual fez parte as mesmas reformas, porque reduzem o gigantismo estatal da gestão do estado brasileiro. Todos sabem: Dilma enfrentou resistências dentro de seu próprio partido.

Responsável pelo desemprego e política econômica errante, a oposição é a mesma reconhecida por milhões que nela votaram antes da chegada ao poder central – esbraveja, se guia apenas pela ética de convicção, com intenção e sem se importar com o pagamento da conta, trazendo agora o plus raivoso da não aceitação do desalojamento do poder.

O momento exige que as autoridades e lideranças políticas se orientem pela ética da responsabilidade - o que não significa ausência da ética de convicção, nos ensina Max Weber -, mesmo que desencadeie fatos imprevistos e difíceis. É hora do diálogo, da serenidade e desapego aos interesses eleitorais e políticos.

Lavando as mãos

Pessoas de bem da política - sim, elas existem! – lavaram as mãos. Ninguém se esforça em Brasília para juntar pontos que possam unir oposição e situação, para evitar que o Brasil se estatele ladeira abaixo. Todo o resultado obtido neste primeiro trimestre na economia será perdido, indica o mais novo capítulo da crise.

Fundações

O que fazem as fundações do PMDB, PT e PSDB, os três maiores partidos do Brasil? Existentes entre nós como estruturas pensantes da democracia e voltadas para formação partidária, até agora nem a Ulisses Guimaraes, a Perseu Abramo e Teotônio Vilela nada propõem e dizem sobre a grave crise vivida pelo país, a maior desde a redemocratização, e pior, em minha avaliação, do que a vivida pelo presidente Getúlio Vargas.

Pobre Brasil.
 

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