Domingo, 13 de novembro de 2016 - 10h06
Montezuma Cruz
A Avenida Sete de Setembro foi um dos cartões postais da antiga Cacoal. Outras vias eram semelhantes a ela, até no estilo dos pequenos armazéns de secos e molhados que exibiam seus produtos nas portas: enxadas, cavadeiras, facões, filtros d’água, chuveiros de balde, mangueiras, lampiões, correntes, sacos de cal, cimento, entre outros.
Nos anos 1970, a vila ainda não incorporava o cognome “Capital do café”. Grandes lavouras nasceram de sementes trazidas do Estado do Paraná. Germinaram e iniciaram a inserção do município entre os maiores produtores que fazem de Rondônia o maior estado produtor cafeeiro da Amazônia e um dos seis maiores do País.
A vila não tinha nem autoridades. Quem vinha de fora era sempre bem recebido, a exemplo dos tenentes da Polícia Militar que ocuparam por um período cargos de delegado de polícia.
Seus moradores conheceram a efervescência da disputa fundiária, não raro com brigas, tiroteios e ciladas que faziam aumentar o clima de violência.
O governo territorial ia às turras com o Incra, por causa de autorizações dadas à empresa colonizadora dos Irmãos Melhorança, que resultaram em loteamentos até mesmo dentro da Terra Indígena Suruí.
Naquele período, por exemplo, funcionava a demarcação por topografia. A Funai dependia da empresa Plantel, de Goiânia, mas até que seus técnicos chegassem a Rondônia, novas levas de colonos sulistas e sudestinos já haviam avançado na linha 7, por exemplo. Quarenta anos depois, o Google Earth é manuseado por jovens indígenas dentro das próprias aldeias e não mais se alega ignorância em termos de limites.
O repórter fotográfico Marcos Santilli é o autor desta vista da Avenida Sete de Setembro.
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Repórter na Secom-RO. Chegou a Rondônia em 1976. Trabalhou nos extintos jornais A Tribuna, O Guaporé, O Imparcial, O Parceleiro, e na sucursal da Empresa Brasileira de Notícias (EBN). Colaborou com o jornal Alto Madeira. Foi correspondente regional da Folha de S. Paulo, O Globo e Jornal do Brasil.
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