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Sergio Pires

A guerra de bastidores na política já começou - Por Sérgio Pires


O BRASIL TORCE CONTRA OS IRMÃOS BANDIDOS 

E JANOT SAI PELA PORTA DOS FUNDOS

Tem outro assunto mais importante? Tem não! O país todo discute, debate, ouve, se atenta, observa, comenta a possibilidade de que a delação premiada dos irmãos Batista caia por terra e leve consigo algumas das questões mais importantes da Operação Lava Jato. Não há mais dúvida que o procurador Rodrigo Janot deixa o cargo pela porta dos fundos, depois que teve que vir a público para confessar queA guerra de bastidores na política já começou - Por Sérgio Pires - Gente de Opinião foi traído por um companheiro de Ministério Público e que, mais que isso, os Batista fizeram uma delação meia boca, ignorando todo o exagero de benesses que receberam. Foram os dois criminosos mais perdoados da história do país. Criaram uma superestrutura de roubalheira, cooptaram mais de dois mil asseclas, entre os quais algumas das mais altas patentes da política brasileira e, depois de todo o assalto aos cofres públicos que lideraram, estavam saindo ilesos, como se freiras dominicanas fossem. Janot, na sua ânsia de deixar seu nome na História, ignorou práticas que tornaram o Ministério Público brasileiro como um dos mais respeitados do mundo. Envolvido pelos holofotes, fez parceria com a Rede Globo, priorizando a ela informações, porque tinha certeza de que pegara o maior peixe da sua vida: o próprio Presidente da República, a quem a mais poderosa emissora brasileira quer derrubar, ainda não se sabe exatamente os motivos. Mas em breve se saberá. Michel Temer, a essas alturas, deve estar morrendo de rir, porque mesmo que tenha cometido alguma ilegalidade (e cometeu!), a denúncia contra ele se esvai pelos dedos incompetentes e apaixonados pelos holofotes, além de tons político/partidários do agora assustado Janot.

Agora sim, vai ferver! Desde a noite de segunda, não se fala em outra coisa no país: a possível perda de todas as mordomias dos dois irmãos criminosos, que estavam saindo ilesos, depois de confessarem tantos crimes. A delação premiada dos irmãos Batista pode cair por terra. E colocar sob suspeita, queira-se ou não, tudo o que contaram. Mas quem duvida que, numa situação dessas, em que todo o Brasil criticava o acordo de delação que deu carta branca a dois notórios bandidos, o que eles disseram e delataram vá ter ainda real valor? Claro que em nível de Judiciário, tudo o que foi denunciado poderá pesar nas decisões, mas moralmente, dependendo do que descobriu o MP sobre omissões e malandragem dos dois irmãos, pode colocar no chão tudo o que foi denunciado até agora. O Brasil não é, nem de longe e  decididamente, um país sério...

ABSURDA INVERSÃO DE VALORES

Incrível a sentença, em primeira instância, emanada da 3ª Vara Cível de Ariquemes. O juiz substituto Adip Elias Homsi Neto determinou que o Estado tenha que indenizar a família de um presidiário, que foi assassinado quando, para diminuir sua pena, trabalhava na limpeza do cemitério da cidade. O detento foi morto com vários tiros, num daqueles crimes comuns entre presidiários. Para o magistrado, contudo, o Estado foi omisso na segurança do preso. Ou seja, quem sabe deveria ter colocado a disposição do condenado que trabalhava, para diminuir o período de cadeia que deveria cumprir, um aparato de segurança? Seria realmente sensacional um detento carpindo o cemitério,  cercado por vários policiais, fortemente armados, para dar segurança a ele. Não se tem notícia de decisões judiciais que determinem que o Estado indenize as famílias das milhares e milhares de vítimas que os bandidos fazem todos os anos, no Brasil. Não há notícia de uma medida semelhante em Ariquemes. Ou seja, para as pessoas de bem que são trucidadas pelos criminosos, nem um aperto de mão. Para um bandido que está cumprindo pena, o Estado é condenado porque não o colocou sob forte custódia, garantindo a segurança dele. É a absurda inversão de valores. São as leis brasileiras. É o Brasil, lamentavelmente!

CONFÚCIO E  JK

O governador de Rondônia será um dos homenageados pelo governo de Minas Gerais, com a principal condecoração dada a personalidades, por aquele Estado. Trata-se da Medalha JK, honraria criada em 1995 e que, desde lá, destacou inúmeras autoridades brasileiras e estrangeiras. Confúcio Moura receberá a Medalha numa solenidade já tradicional no 12 de setembro, dia do aniversário do inesquecível mineiro Juscelino Kubitscheck, um Presidente da República que o Brasil nunca vai esquecer. Confúcio começou a se tornar personagem nacional pela administração diferenciada que está fazendo, principalmente por tornar Rondônia um dos poucos Estados que estão com suas contas em dia e, mais que isso, cresce a números chineses. Fechou 2016 com o PIB aumentando em 4,5 por cento e a tendência é que repita tal número, em seu penúltimo ano à frente de Rondônia. A Medalha JK é daquelas homenagens que a maioria dos políticos brasileiros gostariam de estar na fila para receber. Confúcio estará nela, merecidamente!

SÓ DÚVIDAS E POUCOS CERTEZAS

A guerra de bastidores na política já começou, mais de um ano antes das eleições de 2018. Em Rondônia, há muita especulação, muito chute, muito “há possibilidades...”, mas a verdade é que as próprias lideranças dos partidos, principalmente dos maiores, estão ainda sem um rumo definido. Uma ação pode depender do que decidir o adversário. Uma parceria pode ser apenas indício, nunca a definição, a essas alturas do campeonato. O que há de certo, até agora, são as pré candidaturas de Maurão de Carvalho (seja pelo PMDB, seja pelo PSDB ou até pelo PV) e de Acir Gurcaz, do PDT. Ivo Cassol também já avisou que disputa o Governo em qualquer circunstância, mesmo que sub judice. Para o Senado, Valdir Raupp vai à reeleição. Expedito Júnior é pré candidato também. Confúcio Moura deve ir, mas só o fará se deixar o PMDB. Essas informações são seguras e confirmadas. Todo o resto é apenas estudo de futurologia, com chances de se acertar o prognóstico ou de errar feio. Muita água ainda vai rolar embaixo da ponte, até o primeiro trimestre do ano que vem. Só então as coisas se definirão.

MENOS, MENOS!

O deputado Hermínio Coelho, sempre com seus pronunciamentos duros, sem meias palavras, extrapolou num deles e ofendeu a honra do governador Confúcio Moura. Tem que pedir desculpas e, caso seja condenado no processo que Confúcio abriu  contra ele, que cumpra o que a Justiça determinar. O que não se pode é continuar tratando o assunto como  se tivesse uma importância muito maior que tem. O caso é tratado na mídia como uma espécie de acontecimento do ano, quando não passa de um entrevero verbal, fácil de se resolver. Basta Hermínio controlar sua língua e a turma de Confúcio parar de endeusar o chefe, como se ele não pudesse ser alvo de críticas. Hermínio o critica duramente e tem todo o direito de fazer isso. É a democracia. O que ele não pode (e tem que ser responsabilizado por isso) é ficar exagerando nas agressões verbais. Nessa semana, em mais um round de depoimentos na Justiça, só faltaram os advogados de Confúcio pedirem pena de morte a Hermínio. Ele tem que se desculpar, é claro. Mas com menos estrondo (como se o caso fosse tão vital para a Humanidade quanto as bombas que a Coreia do Norte pretende jogar nos inimigos). Portanto, menos, menos...

OS DONOS DA BR 364

Irritante. Pura encheção de saco! Falta de respeito com a maioria da população! Terra sem lei, onde ela vale para alguns, mas não para todos. Tudo isso se pode dizer sobre mais um vergonhoso fechamento da BR 364, ocorrida na manhã desta terça-feira, em Candeias do Jamari. Dessa vez, o arremedo de democracia (é ditadura de uma minoria, prejudicando a grande maioria dos rondonienses que precisa trabalhar e ter o direito de ir e vir), ocorreu porque trabalhadoras rurais que participam de mais uma edição petista do Grito da Terra, decidiram infernizar a vida de quem não tem nada a ver com os problemas deles. Eles têm todo o direito a protestar, mas sem prejudicar quem quer que seja. Fecha-se a BR por isso. Fecha-se a BR para protestar contra a falta de energia; com o governo Temer; a favor deste ou daquele tipo de governo; por falta de segurança; por falta de água em alguma comunidade próxima à rodovia; pelos índios, que se dizem desrespeitados. Esses grupos estão autorizados e podem fazer a baderna que quiserem. Inventem motoristas de caminhão ou pessoas que não são ligadas a “movimentos sociais” tentarem fechar a BR, pra ver o pau que levam da Polícia! Aqui é assim: a BR tem alguns donos. E as autoridades são coniventes com essa baderna. Uma vergonha!

FIM DOS ANOS DO ENGODO

Durante os anos do engodo, principalmente no último um e meio de governo de Dilma Rousseff, os preços do combustível foram mantidos artificialmente muito abaixo do que deveriam ser. Já eram caros, mas mesmo assim, eram contidos, contra o mercado, segurando o preço ao consumidor, causando grandes prejuízos à Petrobras e deixando um rombo a ser coberto pelo governo que a sucedeu. Agora, as coisas estão voltando ao normal e quem paga o pato, de novo, é claro, é o pobre consumidor. O preço dos combustíveis está subindo agora até duas vezes por semana; de vez em quando cai um pouco, depois sobe de novo. Estamos numa nova realidade, mais dura, mas ao mesmo tempo mais próxima da realidade. O problema todo é que o mesmo exemplo pode ser usados em outros setores da economia, onde o populismo e a irresponsabilidade empurraram com a barriga uma conta que, mais dia, menos dia, teria que ser paga. Todos nós, os otários de sempre, estamos pagando. Nisso nada mudou!

PERGUNTINHA

A grande mobilização nacional em apoio à ação da polícia de São Paulo, que matou, num confronto, dez bandidos fortemente armados, pode representar alguma coisa para que o Congresso brasileiro comece a pensar em mudar nossas leis de proteção ao crime?

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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