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Mara Paraguassu

Apagão político - Por Mara Paraguassu


 
O apagão político que neutraliza o agir de legendas partidárias e os neurônios dos políticos não maculados por denúncias da Lava Jato ou qualquer outra acusação, ainda que reduzidos no cenário desolador do Congresso Nacional, colabora para a descrença na democracia, ocorrência conjugada pelo desalento que acomete a população e pela inépcia demonstrada na condução da crise, moral e política.

Essas duas variáveis da crise, siamesas que são, revelam uma desordem que ganha nitidez a cada dia, isso porque as instituições Justiça – leia-se STF -  e Ministério Público Federal, com papéis de relevo no desenrolar de três anos de investigações, apresentam evidências mais fortes de uma engrenagem a serviço de distintos nomes e colorações partidárias, o que dificulta, sobremaneira, a assepsia que se proclama geral e irrestrita, no intuito de avançarmos com uma República de verdade.

Por ora, tristemente, há mais interesses pessoais e eleitorais em jogo, no planalto central, do que esforço inarredável de dar rumo claro e digno ao país. Essa é a percepção dominante.  O rumo não é de curto prazo – tirar Michel Temer e colocar Rodrigo Maia? –, e nem deve considerar uma eleição direta, caso o presidente seja destituído do cargo, simplesmente porque a Constituição não ampara a solução.

O que aconteceu para o procurador-geral Rodrigo Janot em apenas alguns dias preparar uma denúncia cuja materialidade da acusação é inexistente não se sabe bem. Como não se sabe também porque até agora, como resultado da mesma delação de Joesley Batista, o procurador, segundo a colunista Sonia Racy, do jornal ”O Estado de São Paulo”, não pediu informação ao Ministério Público suíço sobre os 150 milhões de dólares movimentados pelo empresário da JBS em nome de Dilma e Lula. Ou seja: dois pesos e duas medidas (rapidez e lerdeza) para a delação que ganhou imunidade penal.  
 
O fato, e a descoberta de que Joesley sonegou informações relacionadas ao BNDES, legitima a suposição de que, fracassados nas mobilizações de rua com intuito de tirar o presidente, os que desejam “Fora Temer” (sindicatos, UNE e o PT) engendraram a estratégia pela via institucional. E Janot, que pelo cargo ocupado não deveria, do mesmo modo os ministros do STF, se posicionar politicamente, prometeu mais bambu na flecha. Por enquanto, só contra Temer – a imprensa noticia que prepara mais duas denúncias.   

As ruas não se mobilizaram como na época das Diretas Já (84), dos cara-pintadas (Collor) e impeachment de Dilma porque a economia se recupera e a população viu com enorme desconfiança as convocações do povo da bandeira vermelha que desde o início defende seus corruptos, ataca a Lava Jato e desqualifica o juiz Sérgio Moro. Com essa conduta, simplesmente os “Fora Temer” se desmoralizaram.  

O apagão político impede às legendas propor de forma unificada muitas coisas, mesmo divergindo ideologicamente, por exemplo medidas para criação emergencial de empregos – nada pior do que ficar desempregado –, reforma tributária e o fim do foro privilegiado – aprovado no Senado, faltando votação na Câmara e empacado há mais de 30 dias nas mãos do ministro Alexandre de Moraes.

Impede a construção de um rumo que afaste a possibilidade da volta dos mesmos ao poder central, envolvidos em escândalos nos quais a gana patrimonialista alcança níveis sem precedentes, capitaneada pelos maiores partidos do país.

O melhor rumo é construir nome alternativo para 2018, capaz de agregar insatisfeitos com tudo o que aí está, nisso incluindo os nomes dos eventuais candidatos à presidência difundidos pela mídia.

Como o apagão político se evidencia a cada passo da crise – a ação de senadoras no dia da votação da reforma trabalhista é exemplo disso -, convenhamos que há de prosperar um nome para a empreitada que se distancie desse ambiente.  Um outsider, lastreado pela  credibilidade, dignidade, competência e propósitos para Brasil.
 
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