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Apego de Temer ao cargo faz bolsa desabar e juros dispararem


Apego de Temer ao cargo faz bolsa desabar e juros dispararem - Gente de Opinião

Após uma semana de terremoto político e caos nos mercados, a segunda-feira (22) começa sinalizando um novo pregão de grande preocupação para os investidores. Às 10h10 (horário de Brasília), o Ibovespa caía 1,75%, a 61.545 pontos. No radar do mercado, destaque para os desdobramentos da delação da JBS e o futuro das investigações contra o presidente Michel Temer no Supremo Tribunal Federal. Na agenda econômica, destaque para IPCA-15, PIB dos EUA e ata do Fomc.

No mesmo horário, os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2018 saltavam 6 pontos-base, a 9,76%, ao passo que os DIs com vencimento em janeiro de 2021 subiam 27 pontos-base, a 11,47%. Já os contratos de dólar futuro com vencimento em junho deste ano subiam 0,95%, sinalizando cotação de R$ 3,294.

"A semana está em aberto. Enquanto não houver uma grande conclusão, mercado terá muita volatilidade", observa Olavo Souza, gerente da mesa de derivativos da Mirae Asset Wealth Management. Segundo ele, tendo em vista o momento conturbado, os investidores aproveitam qualquer oportunidade gerada pela volatilidade para desfazer posições.

Confira os destaques desta segunda e da semana:

Crise política

A crise política segue no radar dos mercados, com os investidores  monitorando a tentativa de Michel Temer preservar seu governo após ganhar pelo menos uma sobrevida com a divulgação do áudio da conversa com Joesley Batista, que não foi considerado conclusivo. Mesmo após novas revelações conhecidas na sexta, presidente reafirmou que não renuncia ao posto e contestou a gravação de Joesley.

Vale destacar que, no último sábado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin decidiu remeter para julgamento pelo plenário da Corte, na próxima quarta-feira (24), o pedido feito pela defesa do presidente Temer para suspender as investigações até que a finalização da perícia sobre o áudio. Em entrevista ao Estadão no sábado, Temer se disse vítima de armação de bandidos que saquearam o País e querem sair impunes e, nessa segunda, reafirmou que não renunciará. 

O presidente ganhou tempo com PSDB e DEM, que adiaram decisão sobre saída do governo, mas segue nas cordas. PSB deixou a base e a OAB pedirá impeachment. Neste cenário, a Eurasia elevou as chances de Temer sair antes de terminar o mandato de 20% para 70%, enquanto o diretor de pesquisa macro da América Latina da Oxford Economics, Marcos Casarin, disse à CNBC que há uma chance de 100% de Temer sair do cargo. Neste cenário, o ETF brasileiro registra queda de cerca de 1%. 

Vale destacar que a reforma trabalhista tem chance de ir adiante nesta semana, destaca a LCA. "Embora nada muito importante esteja previsto: haverá apenas audiências p discussão da proposta na CAE e CAS", afirma a consultoria.

Relatório Focus

Os economistas consultados semanalmente pelo Banco Central mantiveram o tom das projeções das últimas pesquisas para os principais indicadores da economia brasileira no último levantamento Focus, apesar dos efeitos imprevisíveis da crise política instaurada com a delação premiada de executivos da JBS (JBSS3) pela operação Lava Jato, que colocou o presidente Michel Temer no holofote. Segundo a pesquisa divulgada pela autoridade monetária na manhã desta segunda-feira (22), a mediana das projeções dos economistas de mercado para a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) caiu de 3,93% para 3,92% neste ano, ao passo que para o ano seguinte foi de 4,36% para 4,34%.

Do lado da atividade econômica, as projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) continuaram em crescimento de 0,50% em 2017 e em 2,50% no ano seguinte. Não houve alterações nas projeções para a taxa básica de juros -- a Selic: 8,50% ao final dos dois anos. Já para o câmbio, as expectativas passaram de R$ 3,25 para R$ 3,23 para o dólar neste ano, ao passo que para o ano seguinte continuaram em R$ 3,36.

Gabinete da crise acionado

De acordo com informações da Bloomberg, em meio à crise política, o ministério da Fazenda e o Banco Central se dividiram para continuar monitorando os efeitos da crise política no mercado financeiro e seguem com o gabinete da crise acionado. 

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, está analisando as condições do mercado para, caso julgue necessário, conversar com investidores. Nesta segunda, o BC oferta 40.000 contratos de swap cambial em leilão, 9h30 às 9h40, resultado a partir das 9h50. O BC oferta até 8.000 contratos de swap cambial para rolagem dos contratos de 1 de junho, 11h30 às 11h40, resultado a partir das 11h50. Já o Tesouro faz leilões extraordinários de LTN, NTN-F e NTN-B. 

Agenda da semana

A agenda econômica desta semana ganha força com IPCA-15, que pode cair para menos de 4% em 12 meses, em momento de volatilidade nos juros. O indicador será revelado na terça-feira às 9h pelo IBGE. Já os EUA têm PIB na sexta às 9h30 e ata do FOMC na quarta às 15h.

Ainda com relação à política monetária, Haruhiko Kuroda, do BoJ, fala na próxima terça, enquanto o presidente do BCE Mario Draghi fala na quarta. Além disso, atenção para diversos discursos de dirigentes do Fed: nesta segunda, Harker, da Filadélfia, às 11h00, Kashkari, 11h30, Brainard, 20h00, e Evans, 22h00 falam.

Bolsas mundiais

Nesta sessão, as bolsas europeias e o S&P futuro oscilam perto da estabilidade, enquanto os yields dos treasuries e da maioria dos títulos europeus sobem. O mercado segue atento à visita de Donald Trump à Arábia Saudita enquanto que, ainda no plano internacional, a tensão na Coreia do Norte segue no radar. A Coreia do Norte disse nesta segunda-feira que testou com sucesso um míssil balístico intermediário que satisfez todos os requisitos técnicos e que agora pode ser produzido em massa, indicando avanços em sua ambição de ser capaz de atingir os Estados Unidos.

Já na China, o índice acionário de Xangai reverteu a alta na sessão e encerrou em queda nesta segunda-feira, com as preocupações persistentes sobre o crescimento econômico e as regulamentações mais rígidas para conter os investimentos especulativos prejudicando o apetite pelo risco. O mercado tem oscilado ao longo das últimas semanas por temores de desaceleração econômica e regulação mais rígida para limitar grandes riscos financeiros. Vale destacar ainda que o  Centro de Informação oficial do Estado informou no fim de semana que a economia da China deve se expandir em torno de 6,8 por cento no segundo trimestre de 2017, ante 6,9 por cento no primeiro trimestre. "No geral, a economia da China permanecerá estável, mas com uma tendência de ligeira desaceleração", disse o instituto de pesquisa.

(Com Bloomberg, Reuters e Agência Estado)

 
 
 

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