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Sérgio Ramos

FUNDAMENTOS PARA IMPUNIDADE DO MENOR E A DESTRUIÇÃO DA FAMÍLIA – PARTE II


 

Por Sérgio Ramos - www.sergioamos.com.br
 
Os jornalistas de Veja Gabriela Loureiro e Gustavo Ioschpe, em seus respectivos artigos “O dilema da criação de filhos no Brasil: a ética compensa?” e “Devo educar meus filhos para serem éticos?”, traz a tona o fenômeno da quebra dos valores fundamentais da sociedade brasileira em nome de uma ‘modernização’ concentrada em uma liberdade total, favorecida em boa parte pela interferência do Estado na vida privada das famílias, por meio de leis como o Estatuto da Criança e do Adolescente, o famoso ECA, que na verdade trata-se da proteção do jovem contra pais e educadores (não os de revolucionários), para serem usados em seus interesses, como ocorreu na Revolução Russa. Faz parte de projetos de implantação de ditaduras na concepção moderna (sem revolução armada, mas sim pela revolução cultural – Gramsci) a destruição dos fundamentos básicos da família, como respeito, ética e honestidade.

Gustavo lembra as palavras do seu pai: “Meu pai era um obcecado por retidão, palavra, ética, pontualidade, honestidade, código de conduta, escala de valores”. Vale ressaltar que os meus pais nos (somos muitos irmãos) passavam as mesmas coisas. Hoje, um discurso assim, no mínimo é rotulado de conservador, arcaico, velho ou até direita. O autor diz que deu certo, mas que se sente deslocado nesses tempos... ‘modernos’. Eu também. Ele detesta os colegas de trabalho que fazem corpo mole, que arranjam um jeitinho de fazer menos que o devido. Eu, idem. Uma coisa que meus pais nos ensinaram a fazer bem foi trabalhar.

Ioschpe e eu acreditamos que o papel de um pai é preparar o filho para a vida: “Essa é a nossa responsabilidade: dar a nossos filhos os instrumentos para que naveguem, com segurança e destreza, pelas dificuldades do mundo real”, tendo a ética e a honestidade como fundamentos pétreos. E o papel do Estado é garantir essa navegação, com segurança, saúde, educação e oportunidades e principalmente liberdade de pensamento.
 
No entanto, o autor acredita, e é isso que denomino de assustador, que existe um “dilema entre o ensino da ética e o bom exercício da paternidade”. Como chegamos a esse ponto? Como um valor tão importante para a humanização do animal humano pode estar em extinção? E o pior, no seio da família?

Mas Gustavo ainda tem esperanças por acreditar que as culturas mudam e que já ocorreu que países totalmente corruptos há cem anos, se tornaram países desenvolvidos. Por isso acredita – eu idem – que apesar de parecer esquisito (é impressionante que achemos esquisito educar os filhos na e para a retidão) tentar inculcar retidão nos filhos, e esses nos seus, há de ser uma vantagem, e não um fardo. Quem sabe daqui a cem anos virá o resultado tão sonhado: Brasil, país de primeiro mundo. Onde haja emprego suficiente para que as pessoas não necessitem tanto de bolsas qualquer coisa, e onde o dinheiro dos impostos seja utilizado para garantir a segurança, a saúde e a educação da população, e não para enricar corruptos impunes. Essa atitude do Gustavo em contribuir para uma sociedade fundamentada em valores éticos e morais é mais viável e mais segura para as gerações futuras, e não um mundo cheio de florestas e animais, mas sem pessoas, ou com somente os donos do mundo, como querem os ambientalistas.

Vale ressaltar que nos países de primeiro mundo há corrupção, porém é punida, ao contrário de países subdesenvolvidos como o nosso, onde a impunidade impera. Por quê? Porque o país atravessa por uma crise de valores, onde a esperteza, a malícia, a manha, a astúcia, são norteadores das relações humanas.

Ioschpe tem razão de estar muito preocupado, pois o segundo artigo base desse texto, traz como enunciado o seguinte: “Pais temem ensinar virtudes às crianças e torná-las presas fáceis em um país onde o dever e a verdade parecem vencidos pela mania de levar vantagem”, que será estudado na parte III.

Efeitos da Lei de Gérson? - dizem que ele se arrepende dessa contribuição até hoje. Para quem não conhece o vídeo está aqui (link para o vídeo). Mas a frase do craque, o gênio da seleção de 70, que virou ‘lei’ é esta: “Eu gosto de levar vantagem em tudo, certo?”.

A palestrante Leila Navarro comenta os efeitos da Lei de Gérson.
 
Essa malandragem vem desde o descobrimento do Brasil. Afinal, não vieram para cá os melhores europeus, e esses com as suas piores intenções. Malandragem essa decantada em prosa, verso e samba por Chico Buarque (farei uma pesquisa da sua obra neste sentido: exaltação a malandragem). 

A parte terrível é que a Lei de Gérson já contaminou a juventude brasileira. Só a juventude? Não, as crianças também, pois essas também já querem levar vantagem em tudo, como poderão constatar na parte III, deste ensaio.

É obrigatório prestar atenção no que andam dizendo os famosos, artistas, jogadores entre outros, eles influenciam nossos filhos mais que nós, e nenhum deles está preocupado num ‘mundo ético e melhor’, estão apenas tirando vantagem da sua popularidade, enfim, um bando de ‘Gersons’, sem a sua genialidade profissional.

 
Vestígios dessa malandragem, que colocou em cheque a educação tradicional, estão refletidos no Ordenamento Jurídico Brasileiro, temos mais de 180 mil, isso mesmo, mais de 180 mil leis no Brasil. Isso que dizer que há muita falta de confiança entre os brasileiros. Basta ver um contrato de compra e venda; quantas cláusulas, que nem lemos. Passou o tempo em que só a palavra valia. Passou o tempo em cópia de documento autenticada não precisa do original para comprovação de veracidade. Há casos em que há a necessidade de ligar para confirmação de tudo. O Brasil perdeu a boa-fé, tão fundamental para a harmonização das relações sociais e jurídicas. Os políticos – sempre eles – são os que mais prometem e não cumprem, mesmo assinando contratos, cartas de intenções, como a carta ao povo brasileiro etc. Na verdade, os jornalistas estão apenas constatando uma terrível realidade, já há muito instalada entre nós.

Já ouvi muitos dizerem que temos leis modernas que só tem aqui, mas também ouvi, que quanto mais moderna a lei, menos real é a sua aplicação. Na verdade, um país que tem muitas leis é porque seus costumes e tradições estão na contra mão da convivência social harmônica. A desconfiança é tanta que chegou ao ponto em que o Estado não confia na relação entre pais e filhos e impõe o ECA, não confia na relação de marido e mulher e também a regulamenta. Nossos filhos estão contaminados por essa cultura. 

Outro que poderá se arrepender num futuro próximo é o Caetano Veloso, o defensor da ‘poesia’ Blakc Blocs’: “Entendo que Black Bloc faz parte. Mas nem anticapitalista convicto eu sou. E quero paz” – bahiaempauta.com.br, 8/9/2013, matéria ilustrada com uma foto do ‘pensador moderno’ usando uma camisa enrolada na cabeça, a marca registrada dos ‘transformadores do mundo sem violência’ – “há que endurecer-se, mas sem jamais perder a ternura", como disse um certo ídolo cubano’ -. Imagine quando ele quiser guerra. Coincidência ou não, depois dessa declaração as ações se intensificaram no Rio e em São Paulo. O jornalista Reinaldo Azevedo tem cobrado, corretamente, as devidas desculpas do Caetano por sua irresponsabilidade. Segundo informações, o governo do Rio de Janeiro, amarga prejuízos de mais de um bilhão de reais, por conta da ação ‘póetica’ dos ditos cujos. E é bom saber que essa onda se alastra pelo país afora, mas tudo em nome da paz, como se aqui fosse uma Síria e estivéssemos sob uma ditadura. Na verdade querem transforma uma democracia (capenga por ser nova, mas democracia) em ditadura. Esse é o ponto. Quem são os atores? Jovens que querem transformar o mundo influenciados por professores e artistas descolados, e patrocinados por partidos políticos e o próprio governo. Os Black blocs são a parte mais visível e violenta do processo. O mais grave mesmo ocorre nas escolas, de onde eles vieram. 

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Para encerrar essa parte, artistas estão contribuindo para a esculhambação da sociedade, apoiado pelos movimentos sociais. Por outro lado, cientistas que trabalham para melhorar a qualidade de vida das pessoas tiveram seus locais de trabalho invadidos e depredados, como no caso recente do Instituto Royal, que interrompeu suas atividades, por não terem mais nem vestígios das pesquisas que estavam em desenvolvimento, há anos. Pior para nós humanos.  

Rogério Faustino, do Jota Quest, ao comemorar 15 anos de sucesso, fez um balanço da carreira e fala pela primeira vez sobre o consumo de substâncias (está assim na matéria, mais trata-se de uso de droga mesmo (o eufemismo é outra praga que ajuda a desviar os jovens), e disse: “Sempre administrei essa parada de droga” – Isto é Online, 4/8/11, saiu também na revista impressa. Bom, se ele administra bem por que não os nossos filhos? A Rita Lee também é a favor. Será se eles estão a serviço de alguém? Por que publicam esse tipo de declaração? Droga ainda é crime no Brasil, apesar de que o consumo de maconha não leva mais ninguém para cadeia, muito menos ‘adultos’ menores de 18 anos. Esses nem portando armas e cocaína, como vocês verão nos próximos textos.

Voltando ao assunto, sem ter saído, e encerrando essa parte, pois esses jovens do Black blocs são frutos do assunto que estamos tratando neste texto, e os artistas são os colaboradores, pelo menos em boa parte desses frutos. Tudo em nome da modernidade, cuja principal característica é a ausência de fundamentos de retidão; tudo pode. E dizem que o futuro será ainda mais livre, enfim, mais comum.

Justin Bieber passou recentemente por vários países, levando a loucura seus fãs. No Brasil, onde se deixou fotografar pichando muro, e ainda realizou os seguintes atos: alugou uma mansão e deu festa regada a álcool e maconha; tentou levar prostitutas para o hotel Copacabana Palace onde foi impedido de entrar, com raiva, junto com seus seguranças quebraram vários objetos do quarto do hotel no valor de 12 mil reais; pichou muros das ruas do Rio e mandou seus seguranças batessem em jornalistas e disse que os brasileiros são “os piores fãs do mundo”. Na Argentina, o ídolo jovem varreu a bandeira para fora do palco.

Depois de tudo isso, foi embora sem nenhum BO – Boletim de Ocorrência e continua livre, leve e solto, e ainda deixou muitas saudades por aqui. A única “autoridade” que esboçou alguma crítica ao exemplo de comportamento “moderno”, fonte de inspiração para os protegidos pelo ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente foi, quem diria, a Xuxa. Vejam só aonde chegamos. Na Argentina, foi o vice-presidente da república, que o rotulou de “tragédia cultural”: “Estamos certos de que temos que investir mais na cultura argentina, valorizar nossos artistas, ou presenciaremos coisas como as que ocorreram recentemente, uma tragédia cultural”, declarou Amado Boudou (site de Veja).

“achei mt bacana da da parte dele…. e ele e lindo, maravilhoso, gostozzo… enfim… ele e perfeito meu ídolo teen…. te amo mt Justin….. my life,te amo love you love you”, comentário da Janayna Ferreira Silva, no site de Veja.

Parece que ser ético não é mesmo legal...

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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