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Gente de Opinião

Sérgio Ramos

FUNDAMENTOS PARA IMPUNIDADE DO MENOR E A DESTRUIÇÃO DA FAMÍLIA - PARTE III


Antes de continuar o assunto do título é necessário fazer uma ressalva importante. Na parte II, informei sobre a interferência dos artistas na formação ética de crianças e jovens, cujos pais não desistiram de educá-los sob os princípios da ética e da honestidade.

O que condeno nos artistas citados são suas opiniões e não a sua arte. É quando eles se deixam levar por suas ideologias e se tornam militantes, verdadeiros missionários, tentando mudar o mundo de acordo com as suas ‘convicções’ ou com a de outros, o que é mais comum, e onde mora o perigo. Ou ainda porque são forçados sob pena de perder patrocínio para seus projetos. Afinal, não há arte no Brasil sem patrocínio direto do Ministério da Cultura ou empresas estatais ou de ambas. E quanto mais famoso é mais dependente fica. O governo da vez é comunista, e tenta implantá-lo no nosso país. Jovens livres dos pais viram militantes perfeitos, com a imprescindível ajuda dos artistas, escritores, jogadores, enfim, de famosos. Sempre foi assim na história do comunismo. Ainda bem que eles atualmente. Os que não se submetem a essa condição, só perdem os patrocínios, na época do Lênin, Stalin, Mao, perdiam a vida ou a liberdade. O Fidel segue essa cartilha.

Rodrigo Constantino em seu mais novo livro ‘Esquerda Caviar – a hipocrisia dos artistas e intelectuais progressistas no Brasil e no mundo, Record, escreveu: ‘NÃO DEVEMOS CONFUNDIR A ADMIRAÇÃO À OBRA DO ARTISTA COM SUA PRÓPRIA PESSOA OU SUAS IDEIAS POLÍTICAS’. Entretanto, quando um artista fora da sua arte se aproveita da sua fama para influenciar politicamente seus admiradores é preciso tomar cuidado. Já basta o que eles nos vendem o que jamais usarão, e também o dinheiro dos nossos impostos que usam para fazer sua arte. Parece que no Brasil, artista não se sustenta sem um ‘mãozinha’ do Estado.

Cuidado com outro tipo de famoso: o da internet. Aparece muito pouco na TV, mas tem uma legião de admiradores na internet, e também viram autoridade em qualquer assunto. Vejam os líderes dos movimentos radicais que expulsaram os cidadãos das ruas nos protestos recentes. De onde eles vieram? Do nada? Não foi não. “Se criaram” na internet. Andrew Keen tratou do assunto em seu livro ‘O Culto do Amador’, Zahar. É a celebração do amadorismo. Qualquer um pode publicar, postar informações e vídeos na internet que influenciam sim os incautos, principalmente crianças e jovens, seus seguidores. O exemplo mais recente são os líderes dos “rolezinhos”. O mais incrível é: ficou famoso é logo recrutado pela esquerda – os líderes dos ‘rolezinhos’foram filiados no PC DO B - para reverberar o seu ódio ao capitalismo e incentivar a luta de classe, de “raça”, de gênero – não importa, o importante é segregar - principalmente quando a massa de manobra é formada por jovens. Fim da ressalva.

Num país onde a ética está em segundo plano, a religião está sendo atacada como o verdadeiro mal, que há militantes em favor do aborto, e onde a campanha de liberação das drogas ganhou um aliado no Supremo Tribunal Federal, todo cuidado é pouco

O efeito da ausência de ética na educação de filhos, ou influência total de artistas e militantes de esquerda, nos filmes, novelas, shows, música (o Caetano fez uma música exaltando os feitos do terrorista Mariguella: “O COMUNISTA”) é o principal inimigo a ser enfrentado na educação ética de filhos – do futuro do Brasil, logo, o seu futuro. Por acaso, você já leu o “Manual de Guerrilha Urbana”, autoria do homenageado? Pois é bom conhecê-lo: AQUI

Por que uma juventude sem ética é importante para a implantação e manutenção de um regime comunista? Os fins justificam os meios. O que o ‘individuo coletivo’ precisa fazer pelo partido não pode ter as limitações da ética, da moral e da honestidade, ou seja, da família. A construção de indivíduo coletivo já está em construção, nas ruas, no campo, nas escolas, nas construções, nos lares, e claro, por meio da cultura – Revolução Cultura de Gramsci.

O texto “Devo educar meus filhos para serem éticos?" de Gabriela Loureiro, registra esse preocupante fenômeno. Inicia com um caso de pais que por seguir as leis de trânsito, se negando participar de filas duplas em frente da escola dos filhos, fazendo-os andar dois quarteirões, são criticados por esses. "Que mico!", diz Beatriz, de 15 anos. "Mãe, assim é você quem acaba sendo a chata da história", afirma Lucca, de 12.

Que dias: filhos chamando os pais de chatos por obedecerem às leis.

Aí vem a pergunta: “Você quer estar certa ou ser feliz?” Parece que as duas coisas ao mesmo tempo é impossível. Ser feliz por que faz a coisa certa ou faz a coisa certa porque é feliz, não são mais questionamentos racionais, pelo menos nesses “tempos modernos”. Estar certa, ou seja, cumprir regras sociais e leis parece ser errado, segundo os filhos. E para piorar deve-se ensinar isso aos filhos, sob pena de serem excluídos da sociedade? Caramba! Pior, já tem pais pensando assim.

Vale ressaltar que ‘incompatibilidade’ em ser correto e feliz já era tratada na antiga Grécia. Porém, por aqui parece que há um veredicto: é realmente impossível ser correto e feliz. A ordem vigente é ser apenas feliz. Um dia de cada vez. O ‘carpe diem’, o hedonismo desenfreado, o foco demasiado no “aqui e agora”. Não importa se há motivo ou não; é preciso transformar o mundo, como no filme “Daqui a Cem Anos”,(Things to Come – 1936) de H. Wells. Quando esse estiver transformado será criada outra necessidade. A necessidade da vez é o bem comum, o coletivo, o comunismo, onde as ferramentas da revolução são sempre os jovens, orientados por futuros ditadores, segundo Gramsci, pela Revolução Cultural.

As experiências comunistas anteriores nunca se mostraram capazes de entregar a felicidade prometida – exceto para os ditadores e seguidores -; muito ao contrário. Querendo ou não sempre será necessário algum esforço para que haja alguma felicidade real, duradoura. Por mais moderno que seja o mundo as construções sempre necessitarão de excelentes fundamentos, de cálculos exatos, os motores de eixos e as rodas sempre serão redondas, e uma sociedade desenvolvida por ser humanizada, ou seja, educada, sempre necessitará de no mínimo ética e honestidade. Qualquer coisa fora disso é utopia, que leva a um futuro com tendência de criar uma sociedade primitiva, bárbara. Isso já ocorreu no século passado e ainda há vestígios mundo afora. Exagero? Nem tanto. Recentemente, o ditador comunista Kim Jong-um, da Coréia do Norte – do qual Dennis Rodman, astro do basquete americano, tornou-se fã incondicional - executou o tio “Chang e cinco assessores mais próximos foram despidos, jogados em uma gaiola e atacados por 120 cães de caça que não comiam havia cinco dias” em pleno 2013, século XXI. Aqui.

Jovens violentos, como os Black Blocs, seguem cartilhas de uma vida sem ética, e quem duvida que suas táticas de guerrilha não estejam sendo encontradas no manual do ídolo do Caetano Veloso?

 Tudo isso são “bons” resultados da Revolução Cultural, por isso o ataque às famílias; por isso a proteção excessiva dos filhos pelo Estado (ECA-Estatuto da Criança e do Adolescente), protegendo-os de pais e professores. Nada é por acaso. Trata-se da execução de um plano, cujos métodos têm fundamentos nas teorias de Antônio Gramsci. Reinaldo Azevedo em seu esclarecedor texto “Esmagados pelo esquerdismo oficial. Ou: ecos do totalitarismo: “O Moderno Príncipe (de Maquiavel, onde o Moderno Príncipe é o Estado/Partido), desenvolvendo-se, subverte todo o sistema de relações intelectuais e morais, uma vez que seu desenvolvimento significa, de fato, que todo ato é concebido como útil ou prejudicial, como virtuoso ou criminoso, somente na medida em que tem como ponto de referência o próprio Moderno Príncipe e serve ou para aumentar o seu poder ou para opor-se a ele. O Moderno Príncipe toma o lugar, nas consciências, da divindade ou do imperativo categórico, torna-se a base de um laicismo moderno e de uma completa laicização de toda a vida e de todas as relações de costume. É o sonho do totalitarismo perfeito. Notem que o “partido” se transforma na única referência dos indivíduos, cujos atos serão avaliados segundo o que é o que é não é útil àquele ente, que toma o lugar da divindade. No mundo sonhado por Gramsci, não há pensamento possível fora do “Moderno Príncipe” — mesmo que seja para… opor-se a ele! O fascismo, segundo a fórmula de Giovanni Gentile, pregava: “Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado”. A fórmula de Gramsci substituía o Estado pelo Partido. E tudo, fascismo ou socialismo, era uma porcaria anti-humanista”.Aqui.

Na concepção de Gramsci a revolução não será feita elas armas e sim pelas ideias, pela educação, pela cultura, pela destruição das famílias, onde o jovem é o seu principal protagonista. Vale ressaltar que entre outras teorias relacionadas de Gramsci a “ampliação da concepção Marxista de Estado” é uma delas, assim como Maquiavel, acredita que o Estado é quem deve suprir todas as necessidades da sociedade. Isso não deu certo em lugar nenhum, pois se há somente um poder – o Estado ou o Partido – absoluto é totalitarismo, logo, comunismo.

Essas teorias podem ser fundamentos – provavelmente assimilados de forma inconsciente - para outros exemplos que nos traz a Gabriela Loureiro. De onde vêm questões tipo: “Temos que criar nossos filhos para serem do bem ou para se darem bem? A preocupação é o quão inocente nossos filhos vão ser se forem educados para serem do bem". Ela está dizendo – sei que você já percebeu, mas vale à pena repetir – que criar os filhos com base em fundamentos éticos, honestidade, na retidão, enfim, fundamentos cristãos, podem prejudicar os filhos no presente e no futuro. O que diria Renato Russo com relação a isso? Que país é esse? Por que questões assim estão em discussão?

Leia mais esse estarrecedor depoimento: "A ideia de passar valores para minha filha e torná-la uma presa fácil me assusta. Quero que ela seja uma pessoa ética, correta, mas não quero que ela seja passada para trás."  Eu até imagino bem, mas confesso que nunca me passou pela mente uma situação dessas. Não consigo parar de pensar – podem até achar bobagem, é um direito -, mas pense você pai, você mãe: já tiveram alguma dúvida que ao passar valores cristãos para seus filhos iria prejudicá-los? Será que estou mesmo ficando muito velho? Creio que não. Estou muito bem como conservador, posso até não ir muito rápido, mas não estou parado, estou atento a esses movimentos, e em razão de outras revoluções, essa também não acabará bem para a maioria das pessoas. Isso pode me colocar no balaio dos arcaicos, velhos, ultrapassados. Tudo bem, aceito o rótulo, mas jamais serei ‘moderno’ nos moldes de hoje. Meus pais me ensinaram isso. Será que isso me atrapalhará? Certamente tenho problemas com os meus filhos. Mesmo assim, não me tornarei um progressista, respeitarei, como sempre, as pessoas e as leis. A idade e o meu esforço me deram a certeza de saber que bolhas sempre explodem e que não há nada dentro delas, assim como certas tendências sociais.

Outro depoimento do texto da Gabriela: "Havia algumas regras na escola da minha filha. Uma delas: todos os alunos têm que usar uniformes. Outra: na aula de educação física, as meninas devem prender o cabelo. Um dia, fui à escola e percebi que nenhum estudante usava o uniforme. Na aula de educação física, todas as meninas tinham os cabelos soltos. Comecei a me fazer perguntas: ´Se é uma norma, por que ninguém cobra seu cumprimento?´ Mais uma: ´Será que estou sendo muito exigente com minha filha?´ Apesar das dúvidas, continuo com a certeza de que as regras são importantes. Se você não exige das crianças respeito às normas, como desejar que elas façam isso quando forem adultas?"

Se há alguma resistência no lar ou na escola à ‘modernidade’, não está surtindo efeito, pois já se instalou, sem data para desinstalar.  Quantos pais abdicam da educação dos filhos por acreditar que a escola fará um trabalho melhor? Aliás, quais os valores que são ensinados na escola? A quem interessa essa ‘modernidade’? A quem interessa brasileiros sem fundamentos éticos, honestidade, de retidão, e até mesmo sem religião? A quem interessa jovens que não respeitam aos pais, professores, empregadores, autoridades? Ou somente pais, professores, empregadores, autoridades de um determinado cunho ideológico, podem ser respeitados? Estamos em um país dividido em ‘bons’ e ‘maus’? Onde os bons são progressistas (modernos) e os maus os conservadores liberais (arcaicos)? Há algo muito errado no paraíso. Assim como a balança da justiça brasileira a sociedade também está pendendo para um lado.

Mais um depoimento do excelente texto da jornalista Gabriela Loureiro: "Há um ano, estávamos em um shopping center e um dos meus filhos, então com 7 anos, encontrou cerca de 70 reais no chão. Ele veio até mim e disse: “Mãe, achei dinheiro.” Imediatamente, fui à administração do shopping e entreguei a quantia. Expliquei a meu filho que, agindo assim, a pessoa que havia perdido o dinheiro poderia recuperá-lo. Meu marido, então, me perguntou: ´Você acredita que o pessoal da administração vai devolver o dinheiro se o proprietário aparecer?´ Eu respondi: ´Não sei, mas fizemos nossa parte.´ Sempre fazemos o mesmo quando encontramos, por exemplo, brinquedos no parquinho. Acho que, com esse tipo de gesto, ensinamos a nossos filhos que eles não devem ficar com o que não lhes pertence."

Faz muito tempo que não vejo matéria sobre alguém que devolveu dinheiro achado. Se você nunca viu uma matéria assim, saiba que esse tipo de gesto era matéria de jornal. O honesto (arcaico) era entrevistado, e a emissora patrocinava o encontro com o dono do dinheiro e o ‘arcaico’ devolvedor honesto. Era matéria de cinco minutos.

Se você não sabe, havia até campanhas sobre honestidade na TV.
 
 Agora caiu a ‘ficha’, na verdade isso já ocorre desde sempre. A novidade é o receio dos pais a inculcar em seus filhos conceitos éticos e de honestidade, com receio de – pasmem – prejudicá-los.
 
Essa preocupação só atormenta famílias paulistas? Veja esses depoimentos de ocorrências em Porto Velho:
 
Primeiro caso: uma amiga me contou que estava com seus filhos no mercado municipal de Porto Velho em sua tradicional degustação dominical do café da manhã. Pediu tapiocas, que foram servidas com talhares. Seu filho de 12 anos pegou a tapioca com a mão e começou a comê-la. A mãe questionou tal atitude e ouviu a seguinte explicação: “Mãe, a senhora sabe quem inventou o talher? Foram os franceses. O mundo todo utiliza talher para comer. Por que isso? Por que somos obrigados a comer de talher? A senhora sabia que a pessoa que inventou a tapioca não comia com talher? Como poderemos desenvolver a nossa própria cultura desse jeito?”
 
De onde essa criança de 12 anos tirou essa ideia? Quem anda falando para adolescentes coisas assim? Com que propósito?
 
Segundo caso: uma empresária do ramo da educação infantil há vinte e cinco anos no mercado relatou que: “as crianças estão tão perdidas quantos os pais. Tem crianças de três anos que são os verdadeiros tiranos.  Escolhem até os lugares onde querem comer: ´esse lugar eu não quero, eu quero ir pro shopping´; ´hoje eu não vou fazer isso´. Alguns pais confessam: ´que pena que crianças não vêm com manual de instrução´.  Essa tirania das crianças também ocorre na escola. Colocar de castigo não surte efeito nenhum. Tem criança de 4 anos na escola que tem telefone celular. Os professores não podem fazer muita coisa em relação a isso porque os pais reclamam da escola. Eles querem mandar, querem fazer só o que tem vontade. É uma dificuldade para as professoras, que tem que negociar com eles, muitas vezes prejudicando o plano de aula. E o resultado é esse aí, chegou à nossa cidade, que é uma cidade pequena, imagine essa situação nos grandes centros. (As crianças) Assistem a qualquer programa de televisão, falam sobre homossexualismo, ´fulano é gay´, e externam isso na escola. E não respeitam filas.” 
 
Terceiro caso: Lú Braga postou em sua conta no Facebook: “Acabo de derrubar dinheiro e o telefone. Uma criança abaixa, pega o dinheiro e sorri para mãe ao dizer que achou. A mãe vibra com a notícia.

 
Digo que o dinheiro é meu e ela alega que o filho pegou o dinheiro no chão. Tento explicar que sou desajeitada e deixei cair ao mexer na bolsa. Para minha surpresa ela manda: "eu vi qd vc derrubou, mas meu filho pegou no chão. Ele não é ladrão", justifica a senhora.
 
Irritada, respiro fundo e tento colocar em prática minha tolerância. A criança assistindo aquela palhaçada, faz sinal que irá devolver o dinheiro. A mãe pede para ele deixar de ser idiota.
 
Respirei mais uma vez e disse que ele podia ficar com a grana. Só não gostaria que ele fosse um adulto como aquela mãe.
 
A senhora nem ligou. Virou as costas, entrou no carro e foi embora. E no carro dela tinha um adesivo com a seguinte mensagem: ‘gentileza gera gentileza’".
 
Mas há quem resista. Esta mãe está mais decidida, apesar das dúvidas: "Sempre ensinei a meus filhos que eles devem respeitar os demais, ceder o lugar na fila a alguém que precisa, por exemplo. Por isso, temia que eles fossem rotulados de ´bobinhos da turma´. Eles não são, de maneira alguma, ´bobinhos´. Apenas foram educados para agir corretamente. Em todo esse processo, o exemplo é fundamental. Não adianta eu falar uma coisa e fazer outra, porque não é assim que quero que eles ajam."
 
Creio que esse é o pensamento correto, o de sempre, o conservador, o arcaico, o antimoderno; mas o inimigo da vez.
 
Mesmo assim, só pelo fato da mãe ter dúvidas quanto ao futuro dos filhos, é surreal. A estrutura sempre tão sólida das mães com relação ao que ensinar para seus filhos está abalada. E quando elas perderem totalmente a segurança então perderão também seus filhos para o Estado, e a escola também é a responsável por isso. Exagero? Então pesquisem sobre a autoridade dos professores sobre alunos? Pesquisem sobre o que estão ensinando para seus filhos? E a televisão? (achei que nunca iria acusar a televisão de influenciar a sociedade) principalmente as novelas da Globo? Vejam como as famílias são formadas? Vejam como as famílias são destruídas? O mais grave disso tudo é que sem essas “sugestões” o povo não acompanhará as novelas.
 
Mais um depoimento do texto da jornalista Loureiro: "A educação recebida de meu pai sempre teve regras claras: certo ou errado, verdade ou mentira, preto ou branco, e assim por diante. Hoje, percebo em situações cotidianas que há diversas áreas cinzentas. Tento mostrar a minha filha que só há uma maneira de ela alcançar seus objetivos: por intermédio de seu esforço e mérito próprios. O duro é que o mundo tenta convencê-la cotidianamente do contrário."
 
O quero dizer com ‘o mundo tenta convencê-la...’? Será por acaso? Tem alguém encorajando as crianças e adolescentes a botar ‘prá quebrar’ em casa e na escola? Mas ela se refere ao responsável como o ‘mundo’. Ou seja, o inimigo dos pais e professores não é definido, mas existe, e é atuante. Seria a nova ideologia? Essa é uma situação inédita ou na verdade tudo começou em outubro de 1917? Pensar que o ‘mundo’ quer o contrário, as mães não tem como se defender, pois não há como se defender de algo que não se conhece, que não se vê, que não tem uma ideia definida do que ou de quem seja esse inimigo ou inimigos. Uma sugestão é tentar  entender esse modernismo onde tudo é possível,  resistir a isso, e alertar os filhos sobre essas tendências amorais. Que tipo de sociedade teremos onde tudo é possível? Não se engane: começa com liberdade total – para criar a instabilidade -, e depois a proibição total. A liberdade fica restrita a absoluta obediência ao Estado.
 
O antropólogo Roberto da Mata diz que criar filhos no Brasil demanda preocupação extra por causa dos tipos de ética que se chocam no ambiente público. Afinal, como convencer os filhos de que é preciso falar sempre a verdade quando um deputado federal preso por desvio de dinheiro público é absolvido por seus pares, que asseguram a ele o mandato de representante do povo? "Uma sociedade em que os poderosos não são presos, em que nem todos são iguais perante a lei, vive uma contradição ética. Em público você quer parecer igualitário, mas por baixo dos panos, para seus parentes, você usa a ética da desigualdade".
 
Além disso, Da Mata fala sobre um fenômeno antigo, mas que também está em alta, diz o antropólogo: “temos um ditado revelador no Brasil: os incomodados que se mudem. Assim, se você chegar a um restaurante com suas amigas, falando alto e dando risada, e isso incomodar a mim, eu é que sou obrigado a me retirar. A desigualdade prevalece sobre a igualdade. Dentro da nossa cultura, tudo isso é sintomático: a maneira de furar fila, não esperar a vez do outro, não dar vez para pessoas idosas e assim por diante. Tudo isso precisaria ser discutido para criar uma ética de igualdade”.
 
Isso que dizer, ou pode-se intuir que deve estar havendo algo parecido nos lares e nas escolas. O pai ou mãe fala de deveres e cobra esses deveres dos filhos, e os filhos dizem do alto da sua prepotência: “os incomodados é que se mudem”. E expulsam os pais de casa e professores da sala de aula. Há professores que se aposentaram antes do tempo: não aguentaram a pressão. E os pais, muitos já desistiram e entregaram os filhos à escola, aos artistas, aos militantes, para continuarem menos doentes. Mas um dia, a conta vem.
 
Geralmente nos dois casos isso ocorre, por motivos de doenças adquiridas pelo estresse causado em relações desse nível, onde o desrespeito impera.
 
O antropólogo fala ainda na entrevista que na verdade a sociedade é muito desigual, no sentido de que os filhos têm mais liberdade que as filhas, os políticos são o extrato da sociedade, ou seja, são corruptos porque de certa forma a sociedade também é corrupta.
 
Creio que esse tipo de fundamento alimenta o que estou tentando combater aqui: a dificuldade dos pais em ensinar ética e honestidade para seus filhos. Pelo pensamento do antropólogo, se os pais mentem ou cometeram algo antiético em algum momento da vida, não teriam mais “moral” para ensinar esses valores para seus filhos. E quem teria essa moral? Pensamento estranho esse do antropólogo.
 
Colocado em prática em escala esse pensamento e voltaremos à Idade da Pedra. Se ninguém tem essa ‘moral’ então ficamos assim, cada um por si, e pronto. Lamentável.
 
Então ficamos assim: os filhos ainda destituirão os pais do poder. E viva o Estado. Ops! O Partido.


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