Quinta-feira, 16 de março de 2017 - 12h06
A governadora de Roraima, Suely Campos (PP), pediu ajuda ao presidente Michel Temer para avançar com a construção do Linhão de Tucuruí, de forma a amenizar os riscos de apagão no estado. A maior parte da energia elétrica consumida em Roraima (72,2%) tem como origem a Venezuela. O restante (27,8%) é gerado a partir de quatro usinas termelétricas.
O Linhão de Tucuruí se estenderá da capital do estado (Boa Vista) até Manaus (AM), e de lá ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O leilão desse trecho foi feito em 2011, sendo vencido pelo consórcio TransNorte, ao custo de R$ 1,5 bilhão. Segundo a governadora, a obra não avança porque depende de uma autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai). “Ela sequer saiu do papel, uma vez que não obtivemos autorização para a passagem do Linhão pelos 125 quilômetros da Terra Indígena Waimiri-Atroari”, disse ela ao reafirmar que a instalação de 250 torres de transmissão nessa área “não causará nenhum impacto”.
“Somos o único estado que não está interligado ao SIN e isso está atrapalhando o nosso desenvolvimento. Não é possível que 1,6 mil indígenas possam impedir o crescimento [econômico] de um estado com 600 mil habitantes”, argumentou Suely Campos.
A reunião contou com a participação de parlamentares do estado e do presidente da Funai, Antônio Costa. Segundo a governadora, Costa recebeu de forma muito positiva a demanda apresentada e se comprometeu a abordar o assunto com os indígenas.
“O presidente da Funai tem força de vontade para tratar [do assunto] com os índios. Ele tem conhecimento e tem abertura com eles”, disse a governadora. Segundo ela, a obra já recebeu a licença ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), mas falta ainda a licença de instalação.
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