Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017 - 20h50
Os novos secretários municipais de Saúde completaram ontem um mês no comando das pastas com uma demanda enorme do setor. Terão pela frente que administrar um orçamento enxuto e atender no mínimo às necessidades básicas da população que depende do Sistema Único de Saúde (SUS).
Na última segunda-feira, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) divulgou estatísticas mostrando um número elevado de pacientes grávidas que residem no interior e vêm à capital em busca de um tratamento de alta complexidade. Segundo a Sesau, esse percentual chega a 50%, em um total de 3,6 mil por ano no centro obstétrico do Hospital de Base Ary Pinheiro, em Porto Velho.
No estudo produzido pela equipe da Sesau foi constatado que a maioria dos municípios não oferece um acompanhamento ideal para as grávidas com exames que poderiam apontar outros problemas de saúde à mãe e o bebê. Revelou ainda que boa parte das gestantes chega ao Hospital de Base com problemas infecção urinária, diabetes e hipertensão arterial. São doenças que poderiam ser evitadas, caso tivessem um acompanhando de perto.
Quando um município autoriza o transporte de um paciente para tratamento na capital ocorrem dois problemas. O primeiro é a superlotação das unidades de saúde. O segundo problema vai refletir na própria questão financeira do município. A partir do momento que o secretário transfere a responsabilidade para o Estado, significa que a cidade vai receber menos recursos. A transferência de um paciente para a capital gera um custo muito alto para o município.
Alguns secretários precisam ter consciência dessa responsabilidade. A saúde é uma das pastas mais complicadas para gerir e precisa ter uma atenção exclusiva dos gestores do SUS. Os números do Ministério da Saúde revelaram que mais de 32% da população possuiu pelo menos uma Doença Crônica Não Transmissível (DCNT). Um absurdo!
A secretaria de Educação terá uma oportunidade de apresentar essa demanda aos gestores públicos que integram o conselho de Saúde nos municípios. Será necessário realizar com urgência um trabalho diferenciado e cobrar uma atuação maior dos agentes comunitários. Os gestores municipais precisam entender que os municípios precisam cumprir o que estabelecer a legislação do SUS. Precisam olhar a saúde de outra forma, caso o contrário, haverá uma cobrança bem maior dos prefeitos.
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