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Economia - Nacional

Nota técnica traz radiografia sobre gastos com servidores dos estados


 

A dinâmica do deficit dos regimes próprios de previdência dos estados brasileiros nos anos 2006-2015

Carta de Conjuntura nº 34

Por Cláudio Hamilton M. dos Santos, Vinicius L. de Almeida, Luíza F. Caldas, João Henrique B. de Sá, Udson E. N. Machado, Felipe dos S. Martins, André J. S. de Brito

O deficit dos regimes próprios de previdência dos servidores públicos estatutários e militares (RPPSs) dos estados brasileiros é grande – já ultrapassa 1,2% do PIB – e crescente. Embora central para a dinâmica das finanças públicas e da política fiscal brasileiras, pouco há de escrito sobre o tema. Esta nota tem como objetivo ajudar a preencher esta lacuna discutindo a evolução do deficit previdenciário dos estados brasileiros e seus determinantes no período 2006-2015.

Os números apresentados na nota sugerem que, após um período de relativa estabilidade nos primeiros anos da amostra – em virtude de aumentos de alíquotas de contribuição em estados importantes, o deficit previdenciário cresceu 57% no período 2009-2015, quando medido a preços constantes. As estimativas deste trabalho sugerem, ainda, duas causas fundamentais e complementares para este crescimento. A primeira delas é o forte descompasso entre o rápido crescimento dos servidores inativos (38% na última década) e a relativa estagnação do número de servidores ativos (queda de 4% entre 2006 e 2015). A segunda delas é o fato de que vários estados da federação deram fortes aumentos reais de salários (na casa dos 50% entre 2006 e 2015) para os servidores ativos que foram, por força da legislação, em grande medida, repassados aos inativos durante o período em questão.

As estimativas apresentadas sugerem, por fim, que nos próximos anos o número de servidores inativos e as despesas dos estados com benefícios previdenciários devem continuar a crescer mais rapidamente do que o número de servidores ativos e respectivas contribuições previdenciárias – tendo em vista, por um lado, o baixo dinamismo da arrecadação dos estados e, por outro, o envelhecimento crescente dos servidores públicos estaduais ativos. Os dados preliminares já disponíveis para 2016 confirmam estas tendências.

Acesse o texto completo


Na última década, os estados brasileiros enfrentaram um forte crescimento do déficit previdenciário e, hoje, precisam lidar com o exponencial aumento de despesas com aposentadorias e pensões. Segundo pesquisa publicada pelo Ipea, as causas do crescimento do déficit são: fortes aumentos salariais concedidos aos servidores da maioria dos estados até 2014 e o rápido crescimento do número de servidores inativos.

A fim de aprofundar esse diagnóstico, o Ipea publicou a nota técnica Crescimento dos gastos com pessoal ativo e inativo dos estados brasileiros entre 2006–2016, produzida pela Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac).

A publicação mostra que o gasto com servidores ativos cresceu 50,2% em dez anos e em 2016 a folha de pagamento das administrações públicas estaduais chegou a R$ 202,3 bilhões. Já os gastos com inativos aumentaram 66,1%, pulando de R$ 84,9 bilhões para R$ 141 bilhões.

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Os resultados da pesquisa sugerem que a taxa anual de crescimento dos gastos totais com pessoal dos vinte e seis estados e do Distrito Federal foi de 4,6% no período 2006–2016, "número esse bem acima do verificado para a Receita Corrente Líquida total das administrações públicas estaduais (3,1%) e da taxa média anual de crescimento do PIB nacional (2,0% em termos reais)", destacam os autores da Nota Técnica.

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O período de 2006–2014 (de 5,8% ao ano) foi marcado por um forte crescimento dos gastos, enquanto 2015–2016 (-0,04% ao ano de crescimento médio) foi um biênio caracterizado por relativa estabilização. A taxa média de crescimento dos gastos com inativos (5,2%) foi maior do que a dos gastos com ativos (4,2%) no período analisado, e os gastos com inativos continuaram subindo (3,2% ao ano), mesmo com o advento da crise no biênio de 2015–2016.

Clique aqui e confira a pesquisa completa!

Fonte: IPEA

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