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Gente de Opinião

Henrique Nascimento

O 29 de outubro



O Brasil é pródigo em escolher e acolher efemérides próprias e estrangeiras. Talvez, por causa da índole do seu povo alegre, criativo, bonacheirão. No calendário nacional, temos feriado civil, militar e religioso pra ninguém botar defeito, durante praticamente todos os meses do ano solar e, num mesmo mês, acontece de até ter  mais de um.

Além disso, ainda se tem, nacionalmente, comemorações do dia  disso, dia daquilo, e até dia anti ou a favor de qualquer-coisa, tidas como mundiais ou internacionais, por gosto e  gesto das pessoas que comemoram em todo o Mundo:  dia do abraço, do beijo, da saúde, das crianças, da árvore, do trabalho, do índio, da consciência negra,  Natal, etc, etc.

Não pense o leitor que esqueci do carnaval, de maior duração, sabidamente, em Salvador e no Recife, se não estou enganado. Mas aí trata-se de caso único brasileiro, de num período de 3 ou mais dias, a alegria do povo homologar ausência ao trabalho em benefício próprio dos dias excedentes ao tríduo momesco,  como  também é chamada a festa maior e melhor   brasileira.

O próximo 29 de outubro do ano de 2006 ficará marcado no pensamento e na carne das pessoas decentes e trabalhadoras desse nosso desigual País:  será o dia da votação, em segundo turno, para escolher-se o futuro presidente do Brasil.

Fato relevante e sem precedentes, a eleição do mais preparado, ético, experiente e competente em governar para o bem estar e o progresso da Nação brasileira. Que há de,  certamente, (re)conhecer amanhã, domingo 29/10, escolhendo e votando na pessoa  daquele que representa o melhor para o País, e que seja: o político sério, ético,  administrador  honesto e experiente.

Nunca dantes acontecidos ou praticados, os escândalos que foram amplamente repercutidos na mídia, em cadeia nacional, perpetrados durante o  quadriênio do governo do PT & demais partidos & simpatizantes (aliados ou mancomunados),  por atos e fatos  sabidos e consabidos contra o erário, sem nenhum remorso da consciência cívica, beneficiários que foram da impunidade que grassa no labirinto petista,  utilizando-se de quaisquer meios para obter os fins colimados: corrupção que continua assolando o Estado brasileiro, em detrimento da promoção e gestão voltadas de uma vez por todas  para o bem estar e o desenvolvimento da Nação. 

Creio que as eleições vindouras, tanto para o legislativo como o executivo, sofrerão positivamente ou não os reflexos dessa enigmática/emblemática eleição para a Presidência da República, até por que apresenta características peculiares, desculpe o leitor, com  caras e  bocas para  ser mesmo plebiscitária, que certamente competentes jornalistas e analistas políticos hão de tentar explicar para o comum das gentes.

Plebiscitária, repito, e paradoxalmente, porque é grande e relevante a parcela dos que têm demonstrado reação/indignação diante dos tais acontecimentos político-partidários, em  que pese ainda assim assegurar, e apesar deles, a reeleição do presidente-candidato, Sr. Lula.

A acreditar-se nas pesquisas de intenções de votos dos muitos milhões de cidadãos e cidadãs dos 4 cantos do País, que aceitaram e absolveram o presidente-candidato Sr. Lula, informando suas intenções de votos, isto é muito grave, senão vejamos: ao se considerar excludente da elite brasileira, o Sr. Lula usa e abusa como se fosse estigmatizante ser nordestino e retirante, sendo que - na verdade somente retirou-se, não mais retornando a Pernambuco, para  permanecer definitivamente todo o tempo na capital paulista, e o seu atual governo é  identificado como "paulistério" – migrou para São Paulo, e onde veio para sobreviver aos sofrimentos da pobreza própria e da região nordestina. 

Não teve condições de cursar o ensino universitário, e fez-se torneiro mecânico. É razoavelmente compreendido quanto ao sotaque comum (prosódia, semântica e morfo-sintaxe) por muitos milhões de brasileiros do Nordeste e, igualmente,  do Sul, Sudeste,  Norte, etc  do País, que acreditam na história de vida (foi preso) do Sr. Lula e, sobretudo, no seu histórico de trabalhador metalúrgico, que perdeu um dedo trabalhando no seu ofício, para depois se dedicar em tempo integral ao sindicalismo que ajudou a fundar e consolidar, dele vindo a fazer-se líder.

Razão por que uma grande e sofrida parcela de brasileiros precariamente alfabetizados, mas também constituída de homens e mulheres letrados (bancários, professores, profissionais liberais, segmento do clero atuante de parte da então chamada Igreja progressista, etc) acreditaram nas bandeiras da ética e das mudanças para melhorar o homem, mudar a sociedade, como esperavam todos esses segmentos. Mudança que não houve, e parece que não se fala mais nisso, sem cogitarmos que mudanças revolucionárias  seriam elas.

Um exemplo doméstico, menciono o de minha irmã, assistente social aposentada, que insiste em defender e acreditar que o Sr. Lula não sabe de nada, não sabia de nada, apesar de haver salvado a própria pele, entregando os antigos companheiros de ontem, comparsas de hoje,  do seu  atual governo, etc.

O leitor e eu havemos de perguntarmo-nos: como e por que isso acontece?  Claro que não tenho a competência  sociológica e histórica para responder  o como e o por quê.  Porém, a sociedade como um todo já sabe, por ter visto e ouvido exaustivamente, quem se  benefíciou ou não dos ilícitos praticados.

Interessa saber-se antes, para que aconteceu tudo isso no primeiro governo do PT, ao tempo que parcelas informadas dessa mesma sociedade clamam por entender a gênese triste e escandalosa dos  acontecimento, para ter respostas verdadeiras e definitivas.

Aliás, em entrevista ao Programa Sala VIP da Rádio FM Vitória Régia, líder de audiência no horário das 12/13 horas,  sob o comando do competente Léo Ladeia, que me prestigiou entrevistando-me sobre o tema a "esquizofrenia política", durante quase 60 minutos, e disse naquela ocasião ao Léo, e repito,  que é sério e grave o  problema da falta de informação de grandes segmentos da  população brasileira.

Faltam poucas horas para o raiar do dia 29 de outubro! Vamos caro leitor votar no melhor: 45 Geraldo Alckmin.

Encerro, elogiando e renovando as palavras do senador Cristovam Buarque: urge fazer-se de uma vez por todas a "Revolução doce da Educação no Brasil!".

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* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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