Sexta-feira, 26 de maio de 2017 - 05h06
O Diário já havia alertado recentemente do perigo oferecido à segurança pública a permanência de presos de alta periculosidade no presídio de segurança máxima de Porto Velho. O presídio federal possui um padrão de segurança diferenciado e segue normas do Ministério da Justiça. No entanto, o perigo parece rondar do lado externo do presídio e preocupa a população.
A ação policial federal que desarticulou na manhã de ontem uma quadrilha de traficantes de drogas liderada pelo mega-traficante Fernandinho Beira-Mar, preso na penitenciária federal em Porto Velho, é um sinal iminente da presença de uma grande organização criminosa na capital rondoniense com a missão de abastecer o mercado de droga nos Estados.
Graças à atuação da Polícia Federal, é possível dormir despreocupado, por enquanto. É de conhecimento de todas as autoridades da segurança pública e da população que a transferência de um preso do perfil de Fernandinho Beira-Mar representa um grande problema à sociedade. Conforme o Código Penal, é obrigação do sistema prisional comunicar parentes sobre a transferência de presos de alta periculosidade.
Apesar dos presos cumprirem pena em presídio de segurança máxima, eles têm direito a segurança, banho de sol e inclusive receber visitas de parentes. O problema grave da segurança parece residir aí. De acordo com as informações em poder dos federais, a organização criminosa com forte atuação no comércio de droga tinha forte conexão com parentes de Fernadinho Beira-Mar.
Os traficantes, de acordo com as investigações realizadas pela Polícia Federal, atuavam em Rondônia, Distrito Federal, Ceará, São Paulo. O grupo, liderado pelo próprio Fernandinho Beira-Mar, movimentou milhões de reais e fez impulsionar o índice de consumo de drogas na periferia e no meio da alta sociedade nos grandes centros.
No presídio federal, outros presos de alta periculosidade residem no local, e representam também problemas para a segurança pública. Cumpre pena em Porto Velho Antônio Cesário da Silva, o popular “Piauí”, suspeito de mandar matar seis policiais e de comandar o Primeiro Comando da Capital (PCC) na favela de Paraisópolis em São Paulo. Outro líder do crime que está no presídio federal é José Cláudio Cândido do Prado. Ele foi condenado a 75 anos de prisão pela prática dos crimes de homicídio, roubo e tráfico de drogas. Ele é do estado de Mato Grosso.
O presídio federal de Porto Velho também recebeu o início do ano líderes da rebelião do presídio de Alcaçuz, no Maranhão. Como o leitor percebe, a penitenciária de segurança máxima tem “profissionais do crime” que, mesmo dentro do presídio, ainda vão continuar oferecendo perigo à sociedade.
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