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Política - Nacional

Petroleiros a Parente: crime de lesa-pátria


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247 - A Federação Única dos Petroleiros (FUP) divulgou nota em dura crítica à venda de 90% da unidade de gasodutos Nova Transportadora Sudeste (NTS) da Petrobras para um grupo de investidores estrangeiros, liderados pela canadense Brookfield Infrastructure Partners (BIP), confirmada nesta sexta-feira 23. A negociação foi fechada em torno de US$ 5,2 bilhões.

Os petroleiros acusam Pedro Parente, presidente da estatal, de crime de lesa-pátria. A venda, diz a nota, é "mais um crime da gestão Pedro Parente contra o patrimônio público". "A estatal, assim como qualquer outra operadora, será obrigada a pagar o preço que a Brookfield e seus parceiros exigirem, pois não existem outros gasodutos na região", alerta a entidade.

"Da mesma forma que aconteceu nas privatizações das distribuidoras do Sistema Elétrico, vai sobrar para a população pagar essa conta", continua o texto. Os petroleiros acreditam que "a venda da NTS, assim como a da BR Distribuidora e da Liquigás, acelera o desmonte da Petrobras como uma empresa integrada de energia". Leia a íntegra do comunicado:

Entregar gasodutos do país a investidores estrangeiros é crime de lesa-pátria

O Conselho de Administração da Petrobrás aprovou mais um crime da gestão Pedro Parente contra o patrimônio público. A Nova Transportadora do Sudeste (NTS), subsidiária responsável pelo escoamento de 70% do gás natural do país, foi vendida para um grupo de investidores estrangeiros, liderados pela canadense Brookfield Infrastructure Partners (BIP).

A maior e mais lucrativa malha de gasodutos da Petrobrás terá 90% de seu controle nas mãos de um fundo de investimento multinacional, que monopolizará o transporte do gás natural no sudeste brasileiro. A estatal, assim como qualquer outra operadora, será obrigada a pagar o preço que a Brookfield e seus parceiros exigirem, pois não existem outros gasodutos na região. Soma-se a isso o crescimento cada vez maior da produção nos campos do Pré-Sal, cujas jazidas estão justamente no Sudeste.

Da mesma forma que aconteceu nas privatizações das distribuidoras do Sistema Elétrico, vai sobrar para a população pagar essa conta. Além do consumo doméstico, o gás natural é utilizado pela indústria e cada vez mais presente na matriz energética, através das termelétricas. Perde o país, perde a indústria nacional e perde o consumidor.

Além disso, a venda da NTS, assim como a da BR Distribuidora e da Liquigás, acelera o desmonte da Petrobrás como uma empresa integrada de energia. No rastro, virão outros ativos estratégicos, como já aconteceu com Carcará. Pedro Parente anunciou, inclusive, a intenção de privatizar também a Transpetro e as refinarias. Podemos perder muito mais ainda se a Câmara dos Deputados Federais aprovar o PL 4567/16, que tira da Petrobrás a operação do Pré-Sal, bem como a participação mínima de 30% em cada campo que vier a ser licitado.

Estamos, portanto, diante da liquidação do maior patrimônio nacional. O desmonte da Petrobrás será o desmonte do país. Os petroleiros têm travado imensas batalhas para impedir que esse crime se consolide. Essa, no entanto, é uma luta que não venceremos sozinhos. Ou a sociedade se levanta contra a entrega da Petrobrás e do Pré-Sal ou o Brasil perderá de vez o seu futuro.

Informação já havia "vazado" para a mídia

A venda da NTS para o grupo Brookfield já havia sido noticiado pela mídia há mais de 15 dias. O jornal Valor chegou a revelar que a informação privilegiada foi obtida através de "uma fonte com conhecimento da transação". Em nota divulgada no dia 09 de setembro, a FUP questionou a relação promíscua que a atual direção da Petrobrás vem mantendo com a mídia:

"Desde que assumiu a presidência da Petrobrás, Pedro Parente vem recorrendo à imprensa para anunciar propostas e ventilar intenções em relação à empresa e até mesmo aos trabalhadores. Não foi à toa que escolheu a dedo para assessora-lo uma jornalista da área econômica que já passou por veículos como Veja, Folha, Estadão, O Globo e Valor, jornal onde assinava uma coluna até pouco tempo atrás", destacou a FUP.

"Usar a mídia como canal de apoio ao projeto de desmonte da Petrobrás, apesar de questionável, é uma estratégia da gestão da empresa. O que é inadmissível é a imprensa ter acesso a decisões internas da companhia, inclusive, aquelas que são relevantes para o mercado e que deveriam obedecer às regras de confidencialidade. É ainda mais preocupante o fato da mídia divulgar como certa uma transação comercial que sequer foi submetida à decisão do Conselho de Administração", declarou a Federação na época.

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