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Viviane Paes

Sê eles, os ‘adolescentes e jovens adultos’ soubessem... - Por Viviane Paes



Por conta da divulgação de meu livro infantil Enaiviv, lançado em Porto Velho (RO), no mês passado, tenho tido contato com inúmeras crianças, pré-adolescentes e adolescentes e jovens adultos. Alguns são filhos de amigos e outros de desconhecidos. Em comum nas conversas, surgem questionamentos sobre religiosidade, um dos temas do livro, escolha profissional e o futuro!

Um grupo de estudantes do 7º ano da Escola Estadual Carmela Dutra, no início com aquela carinha de chateação para a apresentação de Enaiviv, um reforço da aula de Ciências, se mostrou cheio de dúvidas sobre o caminho que me levou até a publicação do livro. Quando disse que também havia estudado em escolas pública e começado a escrever com 16 anos – a faixa etária desta turma era de 11 a 13 anos, eles ficaram surpresos como se fosse algo impossível de acontecer!

Explico sempre que nada aconteceu do dia para noite. Que os escritos do que é hoje um livro editado, ficou engavetado por 25 anos e que neste período trabalhei em jornal, TV, fiz um curso superior, um pós-graduação no Brasil e uma no exterior; constitui família...

Conversando com pré-adolescentes, tenho um filho nesta fase, senti aquela descrença que a maioria deles tem das “coisas antigas”. Um livro é uma coisa antiga. Modernidade para eles são todos os tipos de jogos virtuais, acesso constante à internet e mídias sociais.

Mas, foram os jovens adultos que me “assustaram”. Vejo alguns, nos tempos em que ter um curso superior concluído aos 22 anos é como o antigo ensino médio, “optando” por não estudar, apesar de todas as facilidades que existem hoje para isso!

Fui mãe bem jovem, aos 20 anos. Já trabalhava em um jornal como repórter, pois em Rondônia, na década de 90 não havia faculdade de jornalismo. Só ingressei em um curso superior aos 24 anos! Idade em que deveria estar cursando uma pós-graduação. Tive colegas de sala de 18 anos e alguns com mais de 40 anos que retornavam a sala de aula por qualificação e obrigação profissional.

Estou formada há 14 anos, fiz um MBA em gestão da Comunicação Empresarial; cursei um experto, uma modalidade de especialização na Espanha e outros cursos na área de comunicação para me aperfeiçoar profissionalmente. Pretendo fazer mestrado nos próximos quatro anos na mesma universidade que estudei na Espanha, a La Complutense de Madrid. Aguardo meu filho de 12 anos ingressar no ensino médio e minha filha se formar em Agronomia para me dedicar a mais este sonho!

Por isso fico assustada com essa geração “Nem nem” que surgiu nos últimos anos: nem estuda e nem trabalha! Os que trabalham, o faz sem objetivo algum! Não ajudam na despesa da casa dos pais, mesmo assim vivem endividados; não aceitam críticas, conselhos e acreditam cegamente que o importante é o dia de hoje! Ahaaa... São fãs loucos de Mc’s que fazem sucesso estrondoso, do dia para noite com músicas cujas letras obscenas constrangem ou deveriam constranger qualquer família! E que exemplo eles tem de “sucesso”, afinal esses “cantores” cuja qualidade musical inexiste estão ficando milionários em poucos meses é um referencial fantasioso, pois estamos falando de alguns poucos...

Esses jovens adultos acreditam que o Amanhã a Deus pertence?! Seria bom, sê a maioria acreditasse em Deus, mas nem isso...

 Sou grata, eternamente grata, por ter sido mãe solteira aos 20 anos... Fui alvo de preconceito no bairro em que vivo há 30 anos, cai no conceito de alguns familiares... Isso em pleno século 20! No entanto, foi um fator que mudou minha vida! Meus pais, principalmente meu pai teve a sensatez de ser insensato para muitos, ao não me obrigar a casar ou morar junto com o pai da minha filha. Não teria dado certo! Seria apenas para agradar e calar a boca dos maledicentes de plantão! Ele me disse que este filho ou filha me daria forças para levantar todos os dias e enfrentar a vida que nem sempre seria fácil!

Sete anos depois eu me casaria com o pai da minha filha?!?!! Isso mesmo. O destino dá voltas incríveis e foi no momento certo. Eu já estava consolidada profissionalmente; estava terminando o curso de Letras-Espanhol na Unir; tinha namorado, viajado; amadurecido e sabia realmente o que estava fazendo, apesar de muitos duvidarem!

Hoje, quase 15 anos depois, com mais um filho entrando na pré-adolescência, sendo considerada por amigos, conhecidos, e parentes uma espécie de referência positiva, me sinto na obrigação de sempre dar aquele “pitaco” na vida alheia:

Não, o mundo não irá acabar se você aos 20 e poucos anos deixar de ir a uma festa porque seus pais não deixaram.

Aquele amigo que seu pai “implicou” do nada, pode não ser realmente uma pessoa bacana que irá somar na sua vida.

Não queremos impedir que você viva, queremos impedir que sofram...

Dá para estudar, namorar, “festar” e tudo mais desde que não percamos os objetivos e principalmente nunca é tarde para nada nesta vida!

Ah sê vocês, soubessem agora o que eu e seus pais demoramos décadas e muitas “cacetadas” para aprender...

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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