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Sororidade e o Poder da Mulher - Por João Antônio Pagliosa


No último dia 18 de outubro participei de evento destinado a
incentivar a participação de mulheres na política.

Ouvi algumas mulheres incríveis, várias delas pioneiras em suas
atividades profissionais; mulheres que não se intimidaram em ocupar
espaços até então reservados exclusivamente aos homens, muito menos
se sentiram inferiores, e elas honraram com brilhantismo o gênero feminino.
Elas foram à luta, acreditaram em seu potencial e venceram... São
exemplos de garra e de tenacidade!

Eu nunca ouvira a palavra sororidade, entretanto, sua etimologia vem
de soror,  que significa irmã. Portanto, sororidade é a qualidade de
ser irmã, ou irmandade.

Constatei forte irmandade entre as mulheres participantes do evento
"Mulher e Poder", notadamente quando argumentavam sobre a necessidade
de mudar de forma radical a participação feminina na política de nosso país.

Pasmem, o Brasil dentre todos os países da América Latina, em
participação de mulheres na política de seus países, só perde para
Belize. Perdemos feio para nações pouco expressivas como Bolívia,
Paraguai, Equador, Honduras e Venezuela. Uma vergonha!

Óbvio que será preciso muita ação. Óbvio que será preciso que um
grande contingente de mulheres se filie a partidos políticos e se
lance candidatas já no próximo ano. É preciso levantar a bandeira do
"Empreendedorismo Rosa", isto é, um movimento que levante a autoestima
das mulheres, que as façam fortes e destemidas. Que as encorajem!
As mulheres precisam ser educadas para ter coragem de enfrentar de
igual para igual, nosso mundo ainda tão machista. Elas precisam
olvidar estigmas que roubam sua confiança, do tipo: Ah, mas isso é
coisa de menino...

Tais estigmas precisam ser repensados e reposicionados e achei legal
ouvir alguns depoimentos da Coronel Audilene Dias Rocha, do Alto Comando
da Polícia Militar do Paraná.

Decididamente mulher está longe de ser sexo frágil.

É certo que as mulheres tem menos oportunidades que os homens, assim
como é certo que ganham menos que os homens para exercer funções
semelhantes, porém isso ocorre essencialmente porque a maioria das
mulheres se julga inferior. Ora, elas precisam acreditar mais nelas
próprias, e então potencializar este padrão em outras mulheres.
Ocorrerá efeito em cascata... O que é muito desejável...

As mulheres precisam ainda, parar de se vitimizar, e a menina Malala
Yousafzai deve ser exemplo de coragem porque não se intimidou no
enfrentamento de filosofias arcaicas e injustas vigentes no Paquistão.
Esta garota transformou comportamentos milenares porque seus pais a educaram
enaltecendo o valor da vida humana, e ninguém pode  aceitar
arbitrariedades em desfavor de princípios elementares da dignidade
humana. Hoje Malala tem apenas vinte anos de idade, mas é reconhecida
mundialmente e ganhou o Prêmio Nobel da Paz!

O papel da figura masculina dentro dos lares precisa sem dúvida, ser revisto. É
preciso impor mais respeito à mulher e a sua feminilidade. Frases do
tipo "segure sua cabritinha porque meu bode está solto" é de uma
tacanhez à toda prova, e um sinal claro que nossa sociedade precisa
progredir muito.

É preciso mais responsabilidade nas nossas comunicações em sociedade.
Afinal, sabemos todos que não há nenhuma ação transformadora no mundo
que não tenha a mão de uma mulher.

E é fundamental que a mulher não se exponha demasiado... É fundamental
que a mulher se dê o devido respeito, não aceitando as mesmices do
cotidiano e ocupando espaços nas hierarquias de nossas organizações. E
claro, fazendo por merecer porque é a meritocracia que cala as vozes
ferinas.

No Estado do Paraná, 52% dos eleitores são mulheres e há muita mulher
competente para se lançar na batalha por votos. Há apenas que ousar...
Há apenas que entender-se cidadã que colabora no desenvolvimento
desta nação, pois caso não surjam novas alternativas, as velhas
raposas continuarão mui faceiras e confortáveis. Do jeito que elas gostam...
Dentre tantas histórias edificantes que ouvi, destaco a fala da
Conselheira do CNJ, Desembargadora Maria Tereza Uille Gomes, além do
depoimento corajoso da Desembargadora Joeci Machado Camargo, do
Tribunal da Justiça do Paraná. São Mulheres Guerreiras!

Parabéns Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, por sediar e organizar
tão proveitoso evento. Parabéns mulheres destemidas!

Encerro recordando Cora Coralina: "A verdadeira coragem é ir atrás de
seus sonhos, mesmo quando todos lhe falarem que é impossível."


Sororidade e o Poder da Mulher - Por João Antônio Pagliosa - Gente de Opinião

João Antonio Pagliosa

Curitiba, 21 de outubro de 2017.

www.palestrantejoaopagliosa.
blogspot.com.br

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