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Aroldo Vasconcelos

O novo fluxo econômico terá impactos na economia do sul da Amazônia?


O novo fluxo econômico terá impactos na economia do sul da Amazônia?  - Gente de Opinião
No final desse ano de 2.023 completa um ciclo de 60 meses em que os estudos indicativos, com mais de 20 anos, da nova rota de desenvolvimento ligando os estados brasileiros de São Paulo e Mato Grosso do Sul ao Paraguai, Argentina e o Chile estará bastante avançado e recursos públicos para obras de infraestrutura nesse corredor devem ser aportados no próximo PPA desses estados e da União.  

No Brasil passará pelas cidades de Campo Grande e Porto Murtinho, no Paraguai pelas cidades de Carmelo Peralta, Mariscal José Félix Estigarribia, Boquerón e Pozo Hondo, na Argentina pelas cidades de Misión La Paz, Tartagal, Jujuy e Salta, até chegar ao Chile, aos portos das cidades de Mejillones e Iquique.

A Rota de Integração Latino Americana (RILA), ou Rota Bioceânica, é um corredor rodoviário com extensão de 2.396 quilômetros, que pretende ligar o Oceano Atlântico aos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, passando por Paraguai e Argentina, na prática essa nova rota alternativa para o comércio oriental com o Brasil contempla a China e seus negócios de compra e venda, atendendo de cheio os maiores mercados consumidores de produtos como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e a Bahia, por proximidade geográfica, impactando nos custos atuais de embarque e desembarque desses produtos em solo nacional .

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A respeito de possíveis impactos nas relações comerciais do mercado regional que contempla o MT, RO, AC e AM, por conseguinte RR, AP e o PA em função do fluxo atual de seus ativos agropecuários que utilizam as rotas já tradicionais como a BR 364, os rios da amazônia, a BR 319 e a BR 163, onde literalmente "desaguam" milhões de toneladas desses produtos no fluxo de saída do Brasil para o mundo pelos portos fluviais de Porto Velho (RO), Manaus (AM), Itacoatiara (AM), Santarém (PA) e Belém (PA), devemos tomar a devida atenção.

Estudos de impactos econômicos nas possíveis mudanças de "preferências" de embarque e desembarque de mercadorias devem ser realizadas, mui especialmente pelos governos dos estados de Mato Grosso e de Rondônia que há pelo menos nos últimos 24 anos têm se beneficiado por esse fluxo atual. 

Entre os anos de 1997/98 esses estudos àquela época apontavam redução de custos da ordem de US$ 40 dólares por tonelada escoada desses produtos, o que motivou alianças entre esses estados para que os projetos de infraestrutura fossem tornados realidade; pois bem, vivemos uma economia dinâmica e muito especialmente no contexto geopolítico dessa década em curso onde o forte da nossa agropecuária é abastecer humanos tanto no ocidente como no oriente.

Quando analisamos o mapa do Brasil e observamos os estados do AM, AC, RO e MT podemos afirmar com alguma certeza que esses formam um bloco regional no sul da Amazônia brasileira, a bem da verdade, uma parte geográfica do estado do Amazonas, caso contrário também deveríamos agregar Roraima, o que não é o caso, salvo em relação ao consumo que se concentra na capital do AM (Manaus) e por proximidade, Roraima poderia ser considerado, mas fiquemos ainda com os municípios amazonenses da região de fronteira com a capital de ROndônia, Porto Velho e o conhecido cone-norte do estado.

Ora, até o final deste semestre os estados que compõem a união e essa própria, deverão estar debruçados em planos e projetos e cenários de produção e arrecadação para composição do PPA (plano plurianual) para o período compreendido entre 2024 a 2027. Neste ano é o momento mais apropriado para que haja um debate a respeito desses cenários e seus impactos para essas duas regiões concorrentes.

Falando aqui do centro-oeste e do sul da Amazônia, acima referido. 

Alerto que observar os futuros cenários de impacto dessa nova rota, chamada bioceânica, e seus efeitos positivos ou negativos na atual conformação que utiliza os rios e as BR amazônicas como base de fluxo de riqueza e produção agropecuária, seja no mínimo estratégico.

Reuniões entre os governadores desses estados para possivelmente a proposição de alinhamento de ações como um bloco regional que garanta a manutenção dos negócios, da logística, dos impostos e da fruição dessa riqueza é no mínimo sensato, se tomar por base apenas que há potências e fragilidades em todos os processos de mudança realizado nesse espaço territorial e sua vizinhança, temos mesmo quase que uma obrigação estratégica para ocupar as agendas desses gestores nos meses de abril a agosto. 

Fica o alerta em nível de proposta de alinhamento de ações estratégicas dentro da formatação do PPA-2024/2027 dos estados do MT, RO, AC e AM.

*Francisco  Aroldo Vasconcelos de Oliveira
Economista Profissional
Registro nº 0462/CORECON/RO
Conselheiro Estadual no Conselho de Economia de Rondônia
Membro da Fundação Instituto Kadosh de Desenvolvimento

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