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Cleuber Pereira

A EXPOVEL, A SEFIN E O DRAMA DA COMUNIDADE DO BAIRRRO NACIONAL



Ao longo do tempo a ordem e a simplicidade da população do Bairro Nacional ao invés de suscitar no Poder Público respeito e zelo, vem, ao contrário, promovendo a marginalização de toda uma comunidade (bastante populosa). Pelo menos é o que se depreende da (falta) atitude dos governantes – municipal e estadual – que, em nome do progresso, subestima, maltrata e despreza um povo, cuja felicidade deveria ser o objetivo fim de suas ações.

O bairro se localiza numa região geograficamente estratégica. Sua porta de entrada abriga o Parque de Exposições Agropecuária – e sua Expovel – e também ali (no mesmo lugar), o Governo, que deseja aumentar a arrecadação e se esforça para modernizar seus sistemas de geração e fiscalização de tributos, montou um posto de fiscalização da SEFIN, de tal forma a permitir que se mantenha a trajetória de crescimento da economia local, que lhe permita planejar melhor suas ações e investir corretamente, o que também é desejo de toda a comunidade, que carece de importantes obras de infra-estrutura.

Neste ponto são importantes todas as iniciativas (legais) que resultem na materialização desses projetos de Governo, já que deles dependem os investimentos tão necessários. Entretanto, muitas vezes aquilo que é legal pode ser imoral e prejudicial – para o governo e sociedade. No momento, a situação que pode dar uma noção clara desta “legalidade”, que está aos olhos de qualquer cidadão do povo, é o desprezo e o desrespeito com que a comunidade do populoso Bairro Nacional é tratada. São milhares de famílias expostas a uma situação de quase terror, se não bastassem todas as dificuldades a que são submetidas, que vão da falta de um sistema (posto) de saúde que funcione a contento à segurança pública.

Antes de qualquer incursão de mérito, é bom lembrar que o Bairro Nacional, desde que surgiu, há mais 20 anos, dispõe apenas de uma única via pública que dá acesso ao restante da cidade e ao mundo, além naturalmente da via hídrica do Rio Madeira. Ocorre que, apesar disso, foi instalado na entrada do dito bairro – havia cerca de seis anos – um posto de fiscalização da SEFIN, sem qualquer estrutura para suportar o fluxo natural do tráfego. Nada contra o Governo que deseja receber os impostos que lhe são devidos. Isso não se discute. Mas não se pode conceber que em nome desse Governo se isole uma comunidade inteira, para quem esse mesmo Governo deveria trabalhar e zelar. É comum, ali naquele ponto, na esquina da Lauro Sodré com Estrada do Belmont, dezenas de carretas fecharem a pista, única via de acesso ao bairro, sem que ninguém possa fazer qualquer coisa. Para piorar esta situação, inicia-se neste sábado (7) a famosa Expovel – que tem seus méritos, dignos, diga-se de passagem. Mas será uma semana de sacrifício daquela comunidade, dada a imensa dificuldade para sair ou entrar no bairro.

Para ilustrar um pouco este drama, há muito pouco tempo, um motorista de taxi muito conhecido no bairro, que pediu para não ser citado para assim preservar a identidade da pessoa a quem socorreu, foi obrigado a fazer um parto na subida da ladeira – área do Parque de Exposição – pelas dificuldades que a situação impõe. A perguntas é: O que fazer? O Ministério Público foi comunicado da situação – veja documento no final deste artigo.

Atuando de modo complementar, um grande movimento cultural passou a utilizar, em caráter eventual, o espaço do Parque de Exposição. Mais uma vez é preciso deixar claro que ninguém é contra as manifestações culturais. Pelo contrário, elas é que dão forma ao processo de desenvolvimento de um povo. Mas em nome delas não se pode sufocar e isolar uma comunidade inteira, sem contar com os ilícitos que suscitam da desorganização, irresponsabilidade e da falta de policiamento no local.

E, então, qual é a saída? Não se deve culpar, sem apresentar uma alternativa de solução, ao governador, ao prefeito e, ainda, a Associação dos Criadores, que é responsável pelo Parque de Exposição, e dizer que eles sabem ou não querem fazer - mesmo porque o objetivo deles não é prejudicar a comunidade. Mesmo assim, é necessário chamar a atenção dessas autoridades para a necessidade de uma medida de urgência naquele lugar, hoje, e de uma obra definitiva para o posto fiscal, capaz de melhorar o atendimento e criar uma estrutura adequada para o tráfego de carretas. Enquanto isso é preciso lembrar ao prefeito Roberto Sobrinho e a Caixa Econômica Federal (CEF) que a extensão da Avenida Farqhuar é importantíssima e sua execução não comporta disputa. A comunidade está aguardando. 

A EXPOVEL, A SEFIN E O DRAMA DA COMUNIDADE DO BAIRRRO NACIONAL  - Gente de Opinião


Fonte: Cleuber Rodrigues Pereira  

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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