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Cleuber Pereira

A GENTE PODE FAZER O DIABO TAMBÉM NO DNIT


Gente de OpiniãoDurante anos esta Cochá News vem defendendo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), da selvageria que se comprovou em várias licitações, onde grandes grupos tentam impor sua vontade, para arrebatar lotes vantajosos de serviços e obras. E para atingir esse objetivo, esses grupos são capazes de fazer qualquer coisa – a Presidente Dilma disse esta semana, em Brasília, que “durante a campanha a gente pode fazer o diabo” –, e neste ponto vale até contratar gente especializada em “melar” licitação – “melar” significa prejudicar e até cancelar um procedimento licitatório. Pode ser que esses grupos se inspirem nesta orientação presidencial.

É preciso que fique claro que a coluna sempre defendeu o DNIT, a instituição, e não seus gestores, alguns com graves marcas da ilicitude nas costas. O leitor local, em especial, pode imaginar que as dificuldades de gestão, as falhas e irregularidades que se verificam no DNIT sejam práticas localizadas e que não influenciam a vida de outras pessoas ou comunidades. Mas é um engano.

Desta vez vamos abordar um pouco da inércia do deste órgão, que já foi orgulho nacional, assim como a Petrobrás, que em nome do Governo Brasileiro, abusa dos recursos do BNDES A GENTE PODE FAZER O DIABO TAMBÉM NO DNIT - Gente de Opiniãopara financiar projetos na República Bolivariana da Venezuela, enquanto arrocha os brasileiros consumidores e combustíveis e gás, repassando a esses consumidores seus prejuízos com investimentos sem lastro de segurança tanto na Venezuela como na Bolívia.

 

CONGESTIONAMENTO DE
80 KM DE CARRETAS DE SOJA

Bem, mas eu falava do DNIT. Se o leitor tem acompanhado os noticiários, deve ter notado que o problema das rodovias nacionais é tão grave quanto o dos portos, ou talvez pior. Esta semana o Bom Dia Brasil, da Globo, apresentou uma reportagem que demonstra bem essas situação: Fila a perder de vista. Mais de dois mil caminhões parados na rodovia, em um congestionamento de 80 km. Os motoristas esperam para descarregar grãos no terminal ferroviário, em Alto Araguaia, sul de Mato Grosso”.



 

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DNIT DEVERIA PAGAR CARO

PELOS DESASTRES E PELA

OMISSÃO EM RONDÔNIA 

A situação da BR 364, marcada pelo desleixo e pela irresponsabilidade fala por si só. A rodovia de pistas irregulares, sem sinalização e de longos trechos de buracos e curvas – conhecidas como curvas da morte -, que já foi considerada a redenção deste lado da Amazônia, hoje é a responsável, ao mesmo tempo, por prejuízos materiais e espirituais – quem diria !!! -, pelos inúmeros acidentes com carretas carregadas de soja, milho, equipamentos para as usinas de Jirau e Santo Antonio, e automóveis, que diariamente matam famílias inteiras, que precisam utilizá-la, disputando palmos do maltratado piso asfáltico, e desviando de crateras assassinas por todo seu corredor no Estado de Rondônia.

Enquanto isso, os dirigentes do DNIT, que sabem ou que deveriam saber da importância desta rodovia para a economia regional, para o escoamento e exportação da safra de grãos do Mato Grosso e Rondônia, se limitam a dar desculpas para própria inércia, caracterizada pela inoperância de sua Superintendência que não fiscaliza, não executa e sequer esperneia para justificar alguma coisa, se é que isso é possível. O certo que o caos se formou e essas autoridades do Governo Federal dão a impressão de que nada disso lhes afeta; parecem estar fora de ordem, como diz Caetano Veloso em Circuladô.

  

ABUSOS PELO BRASIL AFORA 

Pelo Brasil afora os abusos do DNIT e das empresas que tocam suas obras não diferem muito de tudo que assistimos aqui. Há registro de que nas desapropriações para construção de estradas, a prioridade é pagar os prejuízos das grandes propriedades, por motivos óbvios. É que elas podem ser de algum político, ou de alguém não meno$ importante.

Já as pequenas propriedades são cortadas e recortadas pelas estradas, e o pequeno produtor rural se humilha o quanto pode para ser ressarcido.  Há casos em que ele morre de desgosto sem ver a “cor” do dinheiro do dano que sofreu. A propriedade que já é pequena fica toda retalhada, dificultando e até gerando conflito entre herdeiros.

IRRESPONSABILIDADE, MISÉRIA
E ATRASO NO NORTE DE MINAS GERAIS

Foto Luiz Carlos da Mota Lopes
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Balsa cheia, com caminhão de carvão na travessia do rio São Francisco
 

Mas o que o DNIT tem a ver com isso? 

Em viagem de férias, Cochá News embarcou em Porto Velho, passou por Brasília, Norte de Minas, Sul da Bahia, até Ilhéus. Paisagens e cenários de encher os olhos e lavar a alma. Mas, como nem tudo é perfeito, ali no Norte de Minas uma situação, que lá é corriqueira, em vez de encher, salta aos olhos de todos, dos turistas, principalmente. É o serviço de balsa para travessia do Rio São Francisco, em Manga - qualquer coisa fora do eixo.

Falar que parece terra de ninguém é algo desumano e dói igualmente em todos, incluindo neste escriba. É retórico. A impressão que dá é que está em curso ali um irremediável processo de involução, que faz aquelas pessoas acreditar que elas são “Ninguém”, e que “Ninguém” não merece nada de bom, tem de viver à míngua. “Ninguém” não tem direito à dignidade e a ser feliz. Há lugares neste País, leitor, em que as pessoas estão definhando em seus costumes e na sua condição de ser humano, e olhe que nem passamos pelo Vale do Jequitinhonha.

Já vou explicar a minha indignação. O fato é que a balsa em Manga, enquanto não se fala em ponte, é parte integrante da rodovia federal BR-135 (ou BR-030). E o DNIT entra nesta lambança na medida em que não fiscaliza a prestação deste serviço de balsa na histórica Manga – cidade que já foi muito importante e berço da cultura de toda aquela região, mãe de personagem de Grandes Sertões, Veredas, citado por João Guimarães Rosa.

Mas, acredite leitor, as pessoas ali, os turistas, levam até três horas para fazer a travessia do Rio São Francisco (Velho Chico), e o que é pior, não há ordem para tal e muito menos o estabelecimento de prioridade para casos de emergência. Ambulâncias e ônibus de passageiros esperam até que quem pode pagar mais atravesse. O serviço, por incrível que pareça (é Minas Gerais) é rudimentar, e quem paga mais atravessa. O resta espera.

Está na hora das autoridades do Governo de Minas Gerais releem o artigo: ”Miséria não pode ser cultura de um povo”. Minas Gerais, do norte, do centro, do sul, do leste e do oeste é o mesmo, é um só. E o Governo precisa ter um mínimo de sensibilidade, um pouco de receio – só para ser elegante -, para evitar que o Estado tenha um comando de gestão que divide e discrimina um povo e sua cultura.

O pior neste universo de miséria e abandono é que os deputados, representante do povo do Norte de Minas só aparecem por lá em tempos de eleição. Eleitos e no exercício de seus mandatos eles se dedicam apenas às soluções dos problemas de seus interesses pessoais, e com volúpia correm atrás de carguinhos, migalhas, para acomodar seus asseclas.  É lamentável.

  

Gente de Opinião 
        Travessia do velho chico em manga, Raphael,
Gabriel, Natália, Ana e Cleuber
              

 

O DNIT ASSASSINOU O COCHÁ

Famoso por sua importância e beleza por todo lugar onde deslizam suas águas cristalinas, desde a nascente, onde brotam e desabrocham os grandes buritizais nas Veredas de Guimarães Rosa, até banhar lindamente a bela cidade de Montalvânia (Norte de Minas), e depois desaguar no caudaloso Rio Carinhanha, o Rio Cochá foi assassinado pelo DNIT, que desconhece sua história e nome.

Na ponte da BR 135, que lhe atravessa, na velha Fazenda Nova Barra (Montalvânia) foi afixada uma placa de sinalização, com letras garrafais, com a seguinte inscrição: “PONTE SOBRE O RIO COXÁ”. Por favor, alguém em Montalvânia, Sr. Prefeito Jordão (meu contemporâneo), vamos corrigir esta falha. Não vamos esperar pelo DNIT. Pessoalmente eu me sinto o próprio Cochá, e ninguém gosta de ver seu nome escrito de forma equivocada.

  

Foto/Wanessa Pereira
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ILHÉUS, BELA MAS SEM GESTÃO

Impossível ir a Ilhéus (BA) e não visitar a Casa de Jorge Amado – aliás, este é um apelo de Caetano e Gil, em Tropicália II -, o Vesúvio e o Bataclan. Uma beleza. Mas é importante deixar este registro para as autoridades do Município de Ilhéus e do Estado Bahia: Vocês que dominam (que deveriam dominar) a história e que conhecem a importância do turismo (para a sobrevivência) para a economia desta região (já que não se fala mais em cacau, e só em arroz, feijão, milho e soja, no sul/oeste da Bahia), deveriam cuidar melhor desta velha e linda cidade. A região das praias e o mar do sul até Olivença é linda, como diria o gênio baiano, mas o lixo, a sujeira e os urubus disputando com cães os restos de comida no meio da rua é uma cena muito feia. É preciso cuidar melhor de Ilhéus.

Contato: [email protected]

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