Sexta-feira, 17 de julho de 2015 - 18h50
Joel Santos Guimarães
Da Agência Solidare
Não passarão!
Para continuar na base de apoio da presidente Dilma Roussef no Congresso as bancadas do PDT na Câmara e no Senado exigem que a presidente demita o ministro do Trabalho, Manuel Dias e o sociólogo e economista, Paul Singer, da Secretaria Nacional de Economia Solidária(Senaes).
Por isso, os movimentos sociais ligados à economia solidária já se mobilizam para pressionar a presidente Dilma a não aceitar o que eles classificam de “chantagem política” do PDT e prometem, se for preciso, ir às ruas para defender a permanência de Singer e sua equipe.
Uma dirigente do movimento de economia solidária garante que desta vez os “fisiologistas não passarão. Não vamos deixar que esses parlamentares desmontem a Senaes para atender sua sede de poder e de cargos”.
Conquista histórica
O Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES) reafirma em carta à população que a Senaes é uma conquista histórica do movimento. “Por isso, não aceitamos nem um passo de recuo que prejudique a construção de uma Política Transversal. Reiteramos a importância de ampliação dessa política articulada com a pauta de outros movimentos sociais, em espaço estratégico no governo”.
De acordo com o FBES, o Brasil possui a maior rede de economia solidária do mundo, na qual se articulam dezenas de milhares de cooperativas da agricultura familiar, coleta e reciclagem de materiais recicláveis, iniciativas agroecológicas, bancos comunitários, fundos rotativos, feiras e centrais de comércio justo e solidário, sistemas de certificação participativos de produtos orgânicos, empresas recuperadas por trabalhadores/as, mulheres desenvolvendo uma economia feminista que tem qualificado a economia solidaria, de quilombolas, indígenas, ribeirinhos, ex-detentos, pessoas com problema de saúde mental, grupos de consumo responsável, empreendimentos coletivos de artesanato, confecção, alimentação, turismo, cultura, metalurgia, construção civil, educação e tantos outros campos da atividade humana”.
Sob ameaça
No entanto, de acordo com a FBES, desde 2003 essa esperança em construção de uma nova economia tem uma importante aliada no campo das políticas públicas e que hoje está ameaçada: trata-se da Senaes “que tem promovido, a partir do diálogo inter-setorial no governo nos âmbitos federal, estadual e municipal, e também a partir da interlocução com os movimentos sociais que representam a economia solidária nos territórios, um ambiente de promoção e reconhecimento da Economia Solidária como estratégia de desenvolvimento sustentável, territorial e solidário”.
Conquistas
No entender do FBES a economia solidária só pode dar respostas à sociedade quando existirem políticas públicas adequadas a essa nova forma de se fazer economia, e este tem sido o importante papel da Senaes nos últimos 12 anos.
No documento, o fórum elenca algumas das conquistas do movimento nesse período: identificação de mais de três milhões de pessoas que vivem a economia solidária, revelando que outra economia acontece.
Centenas de iniciativas de apoio e fomento ao desenvolvimento da economia solidária- educação, assessoramento técnico, incubação, finanças solidárias e consumo responsável. Hoje articuladas no Sistema Nacional de Comércio Justo e Responsável, Prêmio Boas Práticas de Economia Solidária do BNDES; a criação do Conselho Nacional de Economia Solidária e de mais 15 conselhos estaduais.
Joel Santos Guimarães (*) Da Agência Solidare Avançando com a outra economia, a solidária Em recente entrevista ao site Brasil Debate (www.brasildeb
Joel Santos Guimarães Em São Paulo Com o objetivo de integrar informações sobre a economia solidária e o cooperativismo, a Secretaria Nacional de Ec