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Reflexões sobre o futuro pós-crise do Covid-19


Reflexões sobre o futuro pós-crise do Covid-19 - Gente de Opinião

Depois da crise do Covid-19 não haverá volta à “normalidade”. Normalidade depende das condições da economia e a economia brasileira, infelizmente, este ano e o ano que vem, estará irremediavelmente numa depressão. Analistas já chegam a prever 5% de queda no Produto Interno Bruto-PIB este ano. É um desastre. Não adianta mais discutir quarentena ou não. A quarentena já foi feita com todos os seus imensos problemas econômicos. Impuseram na paz uma situação de guerra. Nós fomos, queiram ou não, obrigados a ficar em casa. O resultado econômico é devastador. Só depois iremos saber quantas empresas fecharam, quantos empregos foram perdidos. Pior que não podemos esperar muito do ambiente externo. Se, e quando as economias forem reabertas, é provável que a  transmissão volte. Acontece isto, agora, na China. O problema é que se isto acontecer, o medo pode nos levar a uma nova fase de fechamento da economia. Este será o pior dos cenários possíveis, este processo de abrir e fechar a economia pode continuar até o ano que vem ou até acharem uma cura para o vírus.  Até lá, muitas empresas vão desaparecer. O desemprego e a pobreza vai aumentar muito. Não só no Brasil como em todos os países emergentes. Vai ser um choque de oferta muito grande, enorme, com consequências graves de insolvência e de demanda. Então, é muito provável que termos um período de recessão neste ano e isto deve prosseguir em 2021. Ninguém duvida de que o atual choque econômico será muito pior que a crise financeira de 2008. E deve ter efeitos de mais longo prazo, inclusive com uma grande interrupção de comércio e viagens. Também se espera mudanças na estrutura da cadeia de fornecimento e da economia global. Sorte teremos se o vírus acabar sendo controlado neste verão (do Hemisfério Norte). É o melhor cenário, mas, mesmo assim teremos uma recessão grave. O mais problemático é que, se os investimentos estrangeiros devem diminuir. Será difícil para o Brasil conseguir financiamento em moeda estrangeira. E a poupança interna é baixa. O Brasil terá de realocar seus gastos, o que pode ser extremamente difícil politicamente. Politicamente, é quase impossível mudar os gastos numa situação como a atual. Basta ver que não se conseguiu usar os recursos do fundo eleitoral para a saúde. Um país como o Brasil para responder bem a essas emergência tem um desafio gigantesco. Não dá para comparar com a China, a China, é lógico, tem vantagens enormes de recursos financeiros e de poder de organização e, ao contrário de nós, um controle social tirânico. A países emergentes e democráticos não tem esses ativos, daí, que  os próximos dois anos vão ser muito complicados. Principalmente, porque, depois da crise, os que irão sofrer mais são os de baixa renda. E o Brasil não tem a solvência dos EUA ou da Alemanha. O tesouro não tem como atender a tanta demanda, não pode emprestar à taxas de juros negativas. Se o governo não tem condições financeiras de fazer isto, então, para a grande maioria das pessoas que são autônomas ou tem empregos informais estarão numa vulnerabilidade imensa. O que o governo fará por essas pessoas? Talvez a solução seja manter a ajuda que, agora, é provisória. Vamos ter tempos difíceis. 

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