Terça-feira, 7 de agosto de 2012 - 18h01
O senador Ivo Cassol deixou claro durante reunião com os sindicalistas, em Brasília, sua indignação com o parecer da Advocacia Geral da União (AGU) que praticamente acabou com o sonho da transposição dos servidores do estado de Rondônia. “Faz tempo que eu venho avisando que a Transposição era um engodo, que tinha política se fazendo de heroína dos servidores. O Governo Federal nunca teve nenhum interesse em fazer (a Transposição), mas o resultado foi pior do que eu imaginava. Fomos todos enrolados, ficou pior do que estava, essa é a verdade”, disse Cassol aos sindicalistas.
Na manhã desta terça-feira (7) representantes dos sindicatos, membros da bancada federal e o governador Confúncio Moura participaram de uma reunião no Palácio do Planalto com as ministras Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Miriam Belchior (Planejamento), além de representantes da A.G.U., onde foi apresentado o posicionamento oficial do Governo Federal contrário à Transposição, alegando falta de embasamento jurídico e de recursos financeiros do Tesouro. Cassol, que estava na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado votando pareceres da Casa, não chegou à tempo de participar da reunião no Planalto, mas soube do resultado e reagiu indignado ao saber que do jeito que foi definido nenhum servidor será beneficiado em ser transposto para o quadro federal. “Não terá vantagem nenhuma, se bobear ainda fica com o salário menor do que do Estado e sem reajustes salariais”, disse o senador.
Na reunião da tarde, ocorrida no auditório Freitas Nobre da Câmara dos Deputados, o sindicalista Manoel Rodrigues (Manoelzinho) presidente do Sintero, defendeu medidas radicais para protestar contra a decisão do Governo Federal: fechar as usinas do Madeira e que a bancada federal de Rondônia passe a votar contra todos os projetos do Governo Federal na Câmara e no Senado. Itamar Assunção, da CUT, sugeriu que se comece um novo processo, formulando uma Lei específica para atingir todos os servidores admitidos até 1991, o que demoraria ainda mais tempo correndo o risco de não ser aprovada tanto na Câmara quanto no Senado, casas onde o Governo tem ampla maioria.
“A verdade demorou mas apareceu. Fizeram a maior festa para a presidente Dilma quando ela foi em Porto Velho assinar o decreto e eu fui vaiado por alguns servidores, mas eu nunca deixei de apoiar a transposição e nem deixei de falar a verdade: que a Transposição era um engodo e que o Governo Federal não queria e ia fazer de tudo para empurrar e não acontecer. Alguns sindicalistas mentiram, disseram que eu era contra, mas a verdade está aí. Eu, os servidores, a bancada e o povo de Rondônia, nós fomos todos enganados”, finalizou Cassol ao sair da reunião, que contou com a presença da deputada Marinha Raupp, líder da bancada federal, para a sessão do Senado Federal.
Os sindicalistas permaneceram no auditório e emitirão nota sobre as decisões a serem tomadas a partir de agora com a posição oficial do Governo Federal.
Fonte: Marco Antônio
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