Sexta-feira, 2 de novembro de 2012 - 05h04
Líderes do PCC – maior facção do crime organizado do Estado de São Paulo – devem ser transferidos para Porto Velho e outros presídios federais, de acordo com acordo firmado entre a Presidência da República e o governo estadual.
A transferência se deve à guerra civil que se instalou no Estado de São Paulo e que já ameaça a ordem pública. Diferentemente do crime organizado de outros estados, o PCC tem um exército de simpatizantes e de membros que aterrorizam a população.
O problema é que esta transferência se dará porque o Estado se revelou incapaz da prevenção e da repressão à barbárie instalada. Deve-se lembrar, ainda, que a transferência para presídios em que vigora o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) é apenas uma vingança pública, e isto deve gerar mais violência por parte da facção criminosa.
Desde 2006, em outro dos acordos espúrios do Estado com o crime organizado, ficou acertado que as lideranças da facção criminosa não seriam disciplinados com severidade – além de receberem o controle dos presídios, os líderes estavam “protegidos” e fora do alcance da disciplina.
Assim, receberemos lideranças altamente experientes na organização do crime, insatisfeitos com a mudança para lugar distante de suas famílias e ainda mais violentos, porque até recentemente não sofriam nenhuma punição ou enquadramento disciplinar.
De uma hora para outra perderam tudo. Certamente, sofreremos com a transferência, pois não receberemos reforços na segurança local e estadual; isto é, ganharemos apenas os ônus gerados por uma política repressiva falha, insuficiente e seletiva, politicamente, do Estado de São Paulo.
É mais do que sabido que, acompanham essas transferências de presos o seu estafe, a família, os advogados e seus próprios prestadores de serviços. Desse modo, com os presos, recebemos o ônus social, institucional por sua manutenção. Se nossa insegurança pública local já é grande e sensível por todos, pode-se esperar pelos agravantes.
Veremos de modo mais extensivo que entre a emancipação e a autonomia se apresentam realidades e conceitos – igualmente impositivos – que suportam a
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