Sexta-feira, 23 de novembro de 2012 - 06h22
Sábado passado dia 17, encontrei a Waleska Bártolo filha de Walter Bártolo que reside atualmente em São Paulo e fomos informados sobre a saúde do nosso eterno seresteiro. “Zekatraca dificilmente meu pai sai com vida daquela UTI (Walter estava internado na UTI do hospital 9 de Julho), a situação dele está complicada e delicada” disse Waleska muito abatida. Ontem dia 22 de novembro, dia do músico e do aniversário do município de Ji Paraná recebemos a noticia da morte de Walter Bártolo.
A data tem tudo a ver com Walter Bártolo, primeiro porque ele era um excelente músico (morreu no dia do músico 22 de novembro), pois tocava violão, acordeom e piano muito bem, além de cantar e compor. Depois porque foi o último administrador da Vila de Rondônia e o primeiro prefeito de Ji Paraná (morreu no dia que Ji Paraná completou 35 anos). Só por isso Walter já mereceria toda consideração e respeito do povo de Rondônia, porém, sua história é recheada de fatos e realizações que podem ser considerados como de pioneirismo.
Nascido no dia 3 de julho de 1927, filho da dona Labibe Bártolo (que vai completar 104 anos de vida no dia 13 de maio de 2013) e do seu Carola, Walter foi criado no meio cultural, pois seus pais eram os principais artistas na época do Cine Teatro Fenix e do Clube Internacional.
Muito antes de implantar o município de Ji Paraná Walter fez muita coisa em prol do desenvolvimento do Território Federal do Guaporé hoje estado de Rondônia. Foi ele que na década de 1950 foi designado para transportar os Bois Búfalo da Ilha do Marajó (PA), para Porto Velho e logo depois para a Fazenda Pau D’Óleo no Vale do Guaporé, foi então que tomou conhecimento do festejo do Divino Espírito Santo tornando-se seu maior e mais importante divulgador. A Festa acontece no Vale há mais de 100 anos. De volta para Porto Velho criou a Boate Seresteiro que ficava no Bairro Santa Barbara. No inicio o Seresteiro era o principal ponto de encontro da chamada “alta” sociedade de Porto Velho. Por muitos anos foi o administrador do Patronato de Menores - PAMOS, que funcionava no KM 25 de BR 364 e ali compôs a famosa música “ABC”, que faz parte do LP “Brasil Desconhecido”.
A música “Brasil Desconhecida” em cuja letra Walter convida os brasileiros a conhecer a Amazônia; “Vem conhece o Rio Amazonas, a força de suas águas...” foi cantada no ritmo de samba enredo, em fevereiro de 1985 quando Porto Velho foi a cidade encarregada de fazer a troca da Bandeira Brasileira que fica na Praça dos Três Poderes em Brasília.
Na política Walter Bártolo além de prefeito eleito de Ji Paraná, foi deputado estadual constituinte e secretário de estado no governo Jerônimo Santana e no governo de Valdir Raupp. Na música além de ter sido o primeiro rondoniense a gravar um disco (LP com 12 composições de sua autoria), é o autor do Hino de JI Paraná.
Walter Bártolo faleceu ontem dia 22, em Porto Velho e seu corpo está sendo velado na Assembléia Legislativa de Rondônia.
“As pessoas que a gente preza não conseguem morrer“– frase de Walter Bartolo, em depoimento no documentário Divino, Cem Vezes Divino”, 1994 de Beto Bertagna!
Walter Bártolo o último seresteiro autêntico, “partiu, disse adeus foi pro céu, foi fazer, companhia a Noel.
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A Noel, Jorge Andrade, Capote, Inácio Campos, Leônidas O’Carol Chester, Cãmara Leme, Bola Sete, Babá, Neguinho Orlando, Laio, Ivo Santana, Manelão, Paulo Queiroz, Valverde, Zega, e tantos outros seresteiros que já se foram. Isso porque estou me referindo apenas aos seresteiros portovelhenses.
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No tempo do Teixeirão sempre éramos convidados eu Bainha, Babá, Careca e outros sambistas, para participar de almoços, geralmente o prato principal era tartaruga iguaria na qual Walter Bártolo era exímio mestre cuca e ali, enquanto o governador tomava uma cachacinha e tirava gosto com sarapatel e farofa do casco, a gente mandava um samba dos bons que geralmente também era cantado pelo Walter.
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Muito antes do Teixeirão chegar por aqui, os encontros eram no Seresteiro. Naquele tempo eu ainda tomava todas, e geralmente emendava o dia com a noite juntamente com os parceiros Bainha, Neguinho Menezes e Jorge Andrade cansamos de nos juntarmos ao Walter no Seresteiro e quando víamos era de manhã.
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Walter gostava de chamar as pessoas mais chegadas de “maninho”, era “maninhio” bebe mais uma, canta aquela, vamos lembrar umas do Silvio Caldas outras do Nelson Gonçalves e o samba “varava a madrugada e o Sereteiro era um pedaço do céu...”.
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Muitas vezes a gente tinha que esperar o Batuque da Mãe Esperança (Santa Bárbara), terminar para começar a rodada de seresta. O Seresteiro do Walter Bártolo ficava na rua Bolívia entre a Joaquim Nabuco e a Almirante Barroso bem pertinho do Batuque, até porque, eu o Bainha seu irmão Pedro Silva de vez em quando atacávamos de “Batedor” de Tambor no Santa Bárbara. Isso vai pro Silvestre.
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O bom no Seresteiro era quando as esposas dos categas iam embora. “Aí, a turma da “gandaia” tomava conta da boate, as mulheres vinham da “Madame Elvira - Tartaruga”, “Maria Eunice”, ‘Anita” e da “Deusa” e a coisa ficava bem melhor.
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Às vezes os guardas da Guarda Territorial achavam de dar uma batida e alguns tinham que se esconder atrás do balcão por serem menor de idade.
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Quando o negócio engrossava, muitos pulavam no “grutião”, como era chamado o local ou buraco, onde tinha uma “bica” (fonte de água). Era tanta água boa que a CAERD por algum tempo distribuiu aquela água para parte da população.
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Certa vez, quando o Carlinhos Mota era presidente da Fundação Cultural de Rondônia - FUNCETUR fomos para a Festa do Divino em Costa Marques e lá no restaurante Reis, a turma formada pelo Carlinhos, Socorrinho, Vivi, Matias Mendes, eu e o Walter todas as noites ficávamos na calçada do restaurante ouvindo as histórias do Walter e do Matias Mendes sobre fatos ocorridos em viagens ao Vale do Guaporé. Geralmente a gente ia dormir com o raiar do dia.
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A entrevista que Walter Bártolo nos concedeu ainda nos anos de 1990 precisamente em 1996, eram tantas as histórias que foram preciso duas edições.
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É uma das melhores entrevistas que já publicamos em quase vinte anos de Diário da Amazônia.
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Ano passado a turma de TV Record presenteou o público de Porto Velho, com uma Seresta Cultural Especial que aconteceu no Mercado Cultural e foi transmitida ao vivo, com Walter Bártolo cantando suas músicas que foram gravadas em CD. É o CD “Brasil Desconhecido” com os sucessos do nosso Seresteiro maior.
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Walter Bártolo de São Carlos, Nazaré, Terra Caida, Boa Hora, Conceição do Galera, Belmonte, Calama e Maici.
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Walter Bártolo do Seregipa, da Cachoeira de 2 de Novembro, do Gy-Paraná, do Machado e do Urupá.
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Walter Bártola da Enaro, de Porto Velho e Guajará Mirim. Da Caerd e tantos outros órgãos públicos.
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Walter Bártolo da Vila de Rondônia e Ji Paraná.
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Walter Bártolo padrinho da Festa do Divino Espírito Santo do Vale do Guaporé.
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Walter Bártolo dos búfalos de Pau D’óleo. Walter de Costa Marques, Pedras Negras, Laranjeiras, Pimenteiras, Rolim de Moura do Guaporé, São Felipe e Cabixi.
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Walter Bártolo de La Banda, aliás, Dom Walter Bártolo para os bolivianos.
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Walter da BR-29 e das estradas vicinais. Walter Bártolo dos índios e dos ribeirinhos, dos seringueiros e dos garimpeiros.
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Walter das serestas, alvoradas e serenatas, Walter da mulherada.
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Teve tempo que quando o governador estava feio na foto das comunidades ribeirinhas, era só convocar o Walter Bártolo para conversar que o povo se acalmava, o mesmo acontecia com a população das cidades ao longo da BR e dos Rios Mamoré e Guaporé.
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Walter exterminador de crises governamentais. O bombeiro dos governadores.
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É como ele mesmo disse ao Beto Bertagna.
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“AS PESSOAS QUE A GENTE
PREZA NÃO CONSEGUEM MORRER ”
ASFALTÃO
Danilo é o show desta sexta no Só Bambas
Será uma noite dedicada a Zumbí dos Palmares e ao Dia da Consciência Negra!
Grupo Só Bambas, composto por Marcus da Cuíca, Fábio, Mão, Junior, Walber do Cavaco, Jair e Dinho idealizadores do Projeto “Só Bambas”, que vem sendo realizado pela a Escola de Samba Asfaltão todas as sextas-feiras, a partir das 20H30 na Tenda do Tigre, terá a participação em destaque do Danilo, que é também um dos percussionista do Grupo.
Danilo da Silva Cardoso, filho de Reginaldo Cardoso dos Santos (Makumbinha) e Aureci Cândida da Silva, nasceu na cidade de Porto Velho no berço do samba em 19/08/1989. Cresceu convivendo e participando das rodas de samba, bem como familiarizado com o mundo da “fantasia”, alegorias e adereços em meio aos movimentos de barracões. Aos 5 anos de idade começou a desfilar como ritmista na Escola de Samba Asfaltão. Tem o samba como sua referência musical. Convivendo com este ritmo que contagia, Danilo também passou pelo mundo do Rock e compôs o Grupo STILLBORN.
Graduando da 3ª turma de Arqueologia da UNIR, junto com o mestre Negão, Danilo se firma ainda mais no mundo do samba, pois, já é mestre de Bateria da Amarelo, Preto e Branco. Indo além dos trabalhos de mestre de bateria, foi um dos responsáveis pela inserção de várias crianças na escolinha de percussão.
Junto com seus parceiros Eduardo, Dudu, Junior e Tobá, fundou o grupo Fina Batucada, que vem surpreendo com grandes composições, tanto nos concursos de samba enredo da escola quanto em outras composições que cantam nas rodas de samba de amigos e familiares. Danilo faz parte também do Grupo de pagode Só Prazer
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