Segunda-feira, 11 de novembro de 2013 - 18h53
Otimista com o crescimento econômico de Rondônia e os investimentos de infra-estrutura no Estado, o governador Confúcio Moura (PMDB) fecha as finanças do ano com o pagamento em dia do funcionalismo. Ele garantiu que não haverá atraso no pagamento do décimo terceiro dos servidores como chegou a ser especulado por seus adversários. Ele anunciou apoio à Prefeitura de Porto Velho para combater as alagações nos bairros e empurrou para o próximo ano a decisão sobre o seu futuro político.
Diário: Sr. Governador, vamos direto ao ponto. O senhor é ou não é candidato à reeleição?
Confúcio Moura: Tenho a garantia da vaga de ser candidato à reeleição. Sou candidato por direito, mas só vou deixar o anúncio para a antevéspera da convenção. Até quando puder vou adiar a minha pré-campanha. Antecipar isso é publicidade antecipada. Além disto antecipar o processo sucessório é causar desgastes para o estado, aumentando a brigarada política.
Diário: Como vê as pré-candidaturas anunciadas?
Confúcio :São bons nomes e pessoas experientes. Cito o caso do deputado federal Padre Ton (PT), que se manifestou ser candidato ao governo. Temos bons nomes na base aliada, desde o ex-senador Expedito Júnior (PSDB), outro nome bom. Se ele vier será outro bom candidato a governador. Temos o senador Acir Gurgacz (PT) que faz um grande trabalho no Congresso, uma liderança promissora, é outro nome importante, que tanto pode sair a reeleição ao Senado, mas é também outra grande opção ao governo. Tenho certeza que o Estado de Rondônia estará em boas mãos com ele. O PMDB conta com bons nomes em seus quadros. E tem ainda a oposição, o deputado Hermínio Coelho, que disse recentemente que resolveria o problema de Rondônia em 15 minutos. Eu gostaria de aprender esse modo de governo onde se resolve as coisas assim tão depressa...
Diário – O inverno amazônico chegou mais cedo em Rondônia. O que fazer para combater as alagações em Porto Velho. A prefeitura terá ajuda do Estado?
Confúcio – É um drama antigo na capital rondoniense. A medida em que aumenta a pavimentação das ruas e avenidas, com drenagem, resolvemos o problemas das enchentes. Porto Velho não tem quase nada de drenagem e quase zero de esgoto. O serviço de drenagem é caro e é necessário aprofundar as galerias. A drenagem em Porto Velho é bem antiga, motivo das alagações. É importante fazer um estudo de engenharia bem feito. Temos que contar com a bancada federal para buscar solução. O estado está empenhado em ajudar o município. Prova disso é a rua da Beira, próximo ao viaduto da Jatuarana, na Zona Sul. Estamos fazendo asfalto com drenagem. No mais, o governo estadual fará 150 km de asfalto com drenagem melhorando sensivelmente este quadro de alagamentos. Mas pretendemos fazer muito mais e já estamos chegando nos distritos de Extrema, Jaci-Paraná, União Bandeirantes e Rio Pardo.
Diário – O Senado aprovou a regulamentação, incorporação e criação dos novos municípios. Quantas localidades estão em condições de se emancipar em Rondônia?
Confúcio: Estamos aguardando da presidente Dilma Rousseff a sanção da proposta de criação de 160 novos municípios, mas devido a fragilidade da proposta, acredito que ela possa vetar. Em Rondônia dois distritos, que são Tarilândia (na Bacia Leiteira) e Extrema (Na Ponta do Abunã), se enquadram e podem ser transformados em municípios.
Diário - Como está o projeto da nova Rodoviária de Porto Velho?
Confúcio - Uma lei antiga comprovou que a rodoviária é de responsabilidade do governo do Estado e não da prefeitura de Porto Velho. O ex-prefeito Roberto Sobrinho chegou a anunciar a construção da nova rodoviária. Mauro Nazif, seu sucessor descobriu uma antiga lei e o município passou a responsabilidade para o governo tocar a nova rodoviária. Brevemente vamos fazer uma Parceria Público Privado (PPP) e passar para uma empresa tocar a rodoviária do futuro. O local ainda não foi definido. O empreendedor é quem vai definir a área. Será uma rodoviária moderna, a exemplo das rodoviárias de Goiânia e Uberaba, onde terá espaço também para o comércio local. Enquanto isto faremos uma reforma no atual terminal rodoviário.
Diário: Rondônia cresce acima da média nacional, mais do que o dobro de outros estados. Nos próximos anos será possível prosseguir com este ritmo?
Confúcio - Fizemos projeções de 6.3 do PIB para 2013 e será possível manter o crescimento em 2014. E a capital, ao contrário do que se falava, não terá crise. A questão da terra para a agricultura do município é mais adequada que outras regiões. Elas são planas, de Jacy- Paraná a Extrema, são áreas que podem ser mecanizadas. Elas vão passar por processo de recuperação. O agricultor investe no solo, e o pecuarista tira do solo e não quer dar nada em troca. Mas na agropecuária o estado continua se projetando. Nos próximos anos alcançaremos 24 milhões de cabeça de gado, sem desmatar. Tudo isto será através do processo de confinamento. Porto Velho vai sofrer o impacto da criação de gado. Em Jaci-Paraná, distrito da Capital, já temos um confinamento de 20 mil cabeças de gado. Nossas perspectivas são das melhores, desde a Ferrovia Norte Sul, que virá até Porto Velho, abrindo novo modal de transportes até a construção das pontes, esta que liga Rondônia ao Acre, e a outra, a binacional, ligando Rondônia a Bolívia, em Guajará Mirim. Para a industrialização, vamos atrás de gáz canalizado, seja vindo do Amazonas, da Bolívia ou do Peru. Ele é essencial para um novo ciclo em Rondônia e Acre.
Diário – A BR 364 tem vitimado centenas de pessoas todos os anos ao longo do seu trajeto Porto Velho- Vilhena. Fala-se numa rodovia paralela para desafogar tudo isto, a Transrondônia. Como anda este projeto?
Diário – Esta será uma obra para três a 4 governos. Parte esta pronta. A estrada nasce em Pimenteiras, passa por Corumbiara, Chupinguaia (Cone Sul), Parecis, na Zona da Mata e Alto Alegre dos Parecis, e depois Mirante da Serra, Colina Verde e vai sair em Campo Novo de Rondônia, depois pega a BR -421, para atingir a Nova Mamoré, já no Vale do Guaporé. Essa rodovia já tem trechos prontos. Não vamos ocupar áreas de floresta e reserva. É possível consolidar esse projeto, sem precisar de autorização dos órgãos ambientais.
Diário – E a integração rodoviária de Porto Velho até Calama?
Confúcio: Ainda não está configurada, mas o ponto de partida poderá ser através de Cujubim. Se tiver floresta, ficará é impossível. Mas teremos ouras opções. Por outro lado, de Porto Velho já temos um trecho a São Carlos pronto, e temos um outro trecho de São Carlos a Cuniã, que é um ponto turístico. Mas essa estrada passa dentro de uma reserva. A fundação Chico Mendes não permite, fica inviável.
Diário - Os ajustes feitos na sua administração têm a ver com a Lei de Responsabilidade Fiscal ou com a quitação das folhas salariais e décimo terceiro neste final de ano?
Confúcio - Posso fazer 4 discursos: com a receita própria do Estado, pago os fornecedores, salários de funcionários e custeio da máquina. O ICMS não teve prejuízo e cresceu 6%, mas as receitas federais têm caído com o Fundo de Participação dos Estados-FPE. Estamospriorizando o pagamento dos servidores. O décimo terceiro salário do funcionalismo está garantido. Os fornecedores do estado estamos pagamos com atraso, mas estamos priorizando. O dinheiro dos bancos Basa, Banco do Brasil e Caixa está sobrando. Temos quase R$ 1 bilhão de empréstimo junto aos bancos. Existe ainda investimentos do PAC, um dinheiro extra que está movimentando a economia de Rondônia, por meio da construção de casas populares do programa Minha Casa, Minha Vida. Tem parceria do Estado nesses empreendimentos. Portanto, o comércio está aquecido. Isso sem falar que todos os meses, o governo injeta mais de R$ 200 milhões com o pagamento do funcionalismo.
Diário - O ano de 2013 tem sido repleto de obras, o que o destacaria de mais importante?
Confúcio – O estado se transformou num canteiro de obras. Estamos investindo em água esgoto nas cidades de Porto Velho, Jaru, Ariquemes e Ji-Paraná. Temos investimentos nas rodovias do estado e agora demos início a pavimentação do trecho da rodovia que liga Ariquemes a Machadinho. Serão 70 km de estradas que serão pavimentadas, que estão sendo executadas com recursos próprios. Estamos fechando o governo com saldo positivo.
Diário - O senhor foi convidado para participar do Painel Amazônico pelo jornal Estado de São Paulo em Dezembro. Que quadro pretende apresentar da região?
Confúcio - Vamos mostrar os rumos do interior da região. O desenvolvimento do Brasil é dinâmico. Goiás acompanha o crescimento de Anápolis e Catalão, com a construção da ferrovia e hidrovia. O gás é importante para abastecer os municípios no período da estiagem. De Rondônia, a prospecção de gás é essencial para seu desenvolvimento. O rio Madeira será dragado, abrindo o comércio fluvial para Rondônia. Temos que mudar a questão da legislação, e esperamos que um acordo de fronteira pode ser feito para trazer investimentos para Rondônia e Bolívia. Esse acordo pode ser feito com nas assembléia legislativas, mas é importante discutir a questão do gado boliviano para que as estradas que serão abertas não sejam porteiras para entrada da febre aftosa. Acordos educacionais, reconhecimento de diplomas, segurança na fronteira precisam e podem ser feitos em acordos bilaterais dos estados da Amazônia com os países vizinhos.
Diário - E a transposição dos servidores públicos. Ao que parece, o processo ganhou lentidão nos últimos dias?
Confúcio - Chegamos no nosso limite. Só falo agora com a presidente e vou sugerir a ela resolver a transferência dos servidores. Se isso não acorrer, o Estado vai procurar o meio judicial, a exemplo do que ocorreu com os policiais militares que foram enquadrados por força de uma decisão da Justiça. Estamos com três procuradores trabalhando em Brasília para garantir agilidade no processo, mas vamos aguardar o posicionamento da Dilma, que confirmou visita ao estado neste mês. Recomendo que as prefeituras de Porto Velho, Vilhena e Guajara-Mirim busquem outros meios. São mais de 25 mil servidores que podem ser beneficiados com a transposição ao quadro do governo federal.
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