Consulado investiga se mulher morta em Portugal seria Mayara, de Ji-Paraná

 
Mayara esteve em lugares frequentados por celebridades e, possivelmente, por traficantes de drogas /SOL, Lisboa

JOAQUIM GOMES (*)
Sol
Lisboa (Portugal)
 

O Consulado-Geral do Brasil no Porto está hoje em contacto permanente com a Polícia Judiciária de Braga, a fim de saber se a mulher assassinada é uma jovem brasileira, pois Mayara Maldonado, de 20 anos, é a única desaparecida na zona nos últimos três meses.

A Polícia Judiciária de Braga vai participar hoje de manhã na autópsia da mulher que foi encontrada morta sábado nos arredores da cidade, para tentar apurar a identidade da vítima, já que o estado de decomposição do cadáver não permitiu reconhecer de quem se tratava e nem sequer uma idade aproximada. Tal como o SOL adiantou, apenas pela roupa interior se soube ser uma mulher o cadáver encontrado numa fábrica abandonada.
 

Os pais da única mulher desaparecida na zona de Braga desde os dois últimos meses são um casal brasileiro, que está preocupado com a possibilidade de tratar-se da sua filha, Mayara Maldonado, de 20 anos, que residia em Braga e trabalhava num bar de alterne em Vila Nova de Famalicão. Por isso, O Consulado-Geral do Brasil no Porto já enviou a Braga esta segunda-feira uma sua advogada, a fim de diligenciar junto das autoridades.

Os pais Elias e Alessandra Maldonado querem a filha "viva ou morta"/JORNAL DE NOTÍCIAS, Lisboa

Em declarações ao SOL, Elias Maldonado, o pai da jovem brasileira, afirmou “esperar que não seja a Mayara a mulher encontrada morta, mas estamos muito atentos desde sábado e esperamos que esta segunda-feira a Polícia Judiciária saiba de quem de trata”.
 

Elias Maldonado e a sua mulher, Alessandra Garcia, tinham-se ausentado de Portugal há dois anos, voltando para o Brasil, mas Mayara ficou em Braga a viver num apartamento, na zona o Feira Nova, para continuar a estudar, ingressando na Universidade do Minho.
 

A 11 de Outubro de 2013, Mayara desapareceu, mas ainda teve tempo de telefonar para o seu namorado, residente em Gaia, pedindo socorro. O telemóvel foi desligado e desde aí os pais nunca mais tiveram notícias da filha, voltando imediatamente para Portugal. O apartamento da jovem, na Praça Padre António Vieira, estava todo removido, ficando os pais de Mayara a saber que afinal não estudava, mas trabalhava num clube de alterne em Famalicão. “A minha filha envolveu-se com gente da noite e isso pode ter-lhe custado muito caro”, segundo referiu ao SOL Elias Maldonado. Assista vídeo AQUI.
 

O cadáver de uma mulher foi encontrado sábado à tarde na Avenida de Santa Lucrécia de Algeriz, nos limites desta freguesia com a de Navarra, no dia em que se completava precisamente três meses sobre o desaparecimento de Mayara. Mas a Polícia Judiciária, para já, não tem dados seguros sobre a identidade do corpo. Apesar do desaparecimento de Mayara ser o único caso do género conhecido desde há três e de o cadáver estar em decomposição há cerca de dois meses, nada garante que se trata de Mayara Maldonado.
 

A jovem, de 20 anos, é natural de Cacoal, mas antes de ter vindo para Portugal residia em Ji-Paraná, no Estado de Rondônia, pelo que desde Outubro os pais estão a receber o apoio as autoridades estatais brasileiras e por isso mesmo uma advogada contratada pelo Consulado-Geral do Brasil no Porto irá deslocar-se esta segunda-feira a Braga. A PJ de Braga está ainda a equacionar várias pistas quanto a possíveis identidades, admitindo-se ainda que a vítima poderá ser Judite Carvalho, desaparecida a 25 de Maio em Vila Real.

(*) Mantida a grafia original portuguesa.