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Carlos Sperança

O efeito manada


A reta de chegada, na eleição rondoniense, une anjos e demônios, adversários tradicionais e estabelece toda espécie de alianças frankstênicas. Entende-se nos comitês eleitorais, que somar forças e ganhar a parada, nas eleições de domingo, é o grande objetivo, custe o que custar. Já tem até petista pulando cirandinha com tucano, o que era considerado impensável nestas bandas.

O clima de eleição se completa com
ataques encomendados de última hora

A campanha eleitoral desenrola-se nos conformes da tradição em Rondônia: baixarias, missas encomendadas, pesquisas conflitantes. Que os candidatos fiquem atentos nas próximas horas com golpes abaixo da cintura que são muito comuns em eleições acirradas por aqui.

Como no primeiro turno, um efeito manada começa a se delinear, a partir dos indecisos para os candidatos aos governos estadual e federal. Em Rondônia, no primeiro turno foi Confúcio Moura o grande beneficiado na capital, ocasionando uma inesperada reviravolta na eleição. Aliás, reviravolta não é o que falta em eleições locais. Isto vem historicamente desde os primórdios da criação do estado, com favoritos desabando, eleição por eleição. 

Favoritos desabando

Sem querer voduzar ninguém, aquele velho ditado que dá conta que os últimos serão os primeiros vêm se afirmando desde a primeira eleição no estado de Rondônia em 1982. Naquele pleito, Jerônimo Santana, cantado em prosa e verso, a grande liderança política, desabou na eleição ao Senado, levando uma pisa dos paus mandados do governador Teixeirão, que eram Odacir, Modesto e Claudionor Roriz.  No mesmo ano, na eleição da Câmara da Vereadores de Porto Velho, José Guedes dormiu suplente e amanheceu vereador graças a uma recontagem de votos porque não tinha sido computado o voto da sua esposa.

As reviravoltas tem sido constantes
na vida política rondoniense

Na mesma eleição de 1982, o cacoalense Joaquim Azevedo (PMDB) viajou deputado estadual para São Paulo para comemorar a eleição com familiares e voltou suplente. Em recontagem, Ângelo Angelim, aquele que seria nomeado governador em 1985, tomou sua cadeira.

E de lá para cá uma sucessão de surpresas ao governo, ao Senado, as prefeituras municipais tem ocorrido, As mais importantes, ao meu ver foram às viradas de Raupp sobre Chiquilito (ao governo) de Ermandes Amorim sobre Amir Lando ao Senado.

Os grandes desafios

O governador eleito neste domingo terá grandes desafios pela frente, seja na capital ou no interior do estado. Na área de saúde, a grande bandeira é a regionalização do atendimento para reduzir o perigoso corredor de ambulâncias na BR 364. A segurança pública é outro desafio, assim como o saneamento básico, já que a taxa de coleta de esgoto rondoniense é uma das mais baixas do país.

Na capital, por falta de recursos o plano de reestruturação montado depois da enchente foi prejudicado e Porto Velho se ressente da recuperação prometida. No interior, 21 dos 51 municípios tiveram suas populações reduzidas na última década e precisam de projetos de revitalização.

A duplicação da rodovia 364, a dragagem do Rio Madeira, a recuperação da Unir, são outras necessidades prementes, assim como garantir a extensão da Ferrovia Transcontinental até Porto Velho.

Os próximos anos serão decisivos para Rondônia, que terá grande crescimento na piscicultura, no cultivo da soja e no aumento do seu rebanho bovino. A carne, leite e derivados respondem hoje por mais de um terço do PIB local.

Precisamos reverter
a tendência de despovoamento
de 21 municípios no estado

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