Domingo, 15 de março de 2015 - 05h03
Agricultor, 56 anos de idade, natural de Nova Venézia (ES), o deputado estadual Edson Martins (PMDB) reside há 30 anos em Rondônia, mais precisamente em Urupá, onde foi prefeito duas vezes. Na Assembléia Legislativa foi reeleito para um terceiro mandato e nesta nona legislatura foi conduzido a 1ª Vice-Presidência da Casa de Leis e terá como prioridades neste mandato a áreas de educação, saúde e agricultura.
O representante da região central é um dos milhares migrantes que desembarcaram em Rondônia logo depois da criação do estado, na busca do novo Eldorado. A colônia capixaba é uma das maiores no estado – ao lado dos paranaenses e mineiros – e na onda migratória dos anos 80 a sua cidade natal exportou expressivo contingente humano para Rondônia
Por ter sido prefeito, Edson Martins se define como um parlamentar municipalista e talvez, por este motivo defende a emancipação de alguns distritos promissores no estado, quase todos com a economia voltada ao agronegócio.
Ele justifica a criação de alguns municípios pela distância com relação à sede, como é o caso de Extrema, a 350 quilômetros de Porto Velho, outros pela pujança, caso de São Domingos, no Vale do Guaporé.
Com suas bases ampliadas para a capital do estado – onde obteve sua maior votação – Colorado do Oeste, no Cone Sul e Urupá, na região central, Martins abre a série de entrevistas com representantes do Poder Legislativo. Confira seu perfil neste depoimento, abaixo:
Diário – Como foi sua transferência para Rondônia?
Edson Martins – Nos anos 80, o novo estado de Rondônia vivenciava o auge da migração de outros rincões do País. Cheguei em 1985, com tantas famílias que vieram para cá na busca de uma vida melhor, me instalando em Urupá. Lembro que muitos amigos da minha cidade, Nova Venézia vieram para Rondônia também, muita gente ainda nos tempos do território, contribuindo neste desenvolvimento. Já são 30 anos de muito trabalho.
Diário – E a decisão de entrar na vida política?
Edson Martins – Entrei na disputa política nos anos 90. A população de Urupá estava sofrendo uma gestão desastrosa na prefeitura e então fui convocado por companheiros para assumir a candidatura. Fomos vitoriosas e dedicamos nossa gestão na reorganização da cidade e este trabalho projetou nosso nome para outras pelejas, ganhando um novo mandato a prefeito.
Diário – Ao todo o Sr. detém cinco mandatos consecutivo como prefeito e deputado?
Edson Martins – De fato, temos dois mandatos como prefeito de Urupá e com a eleição do ano passado, são mais três mandatos consecutivos na Assembléia Legislativa. Até agora não perdi eleição. Graças a Deus temos respaldo para o nosso trabalho.
Diário – Quais serão suas prioridades no Parlamento estadual durante a legislatura?
Edson Martins – Acredito que o Estado de Rondônia tem que seguir sua vocação agrícola. Por conseguinte, fortalecer o agronegócio é imperativo, como forma de gerar emprego e renda. Minha proposta é buscar na Casa de Leis uma atuação diversificada. Minhas prioridades serão voltadas para saúde, educação e agricultura e meus projetos de Lei buscam reforçar estas áreas de atuação. ´
Diário – O Sr. tem defendido teses municipalistas também.
Edson Martins – Como fui prefeito, eu entendo as dificuldades dos municípios, por isto sou um parlamentar da frente municipalista. Sou sensível a causa. Os municípios padecem de recursos, principalmente os pequenos e por este motivo tenho me dedicado a atender os pleitos dos senhores prefeitos, seja no atendimento em meu gabinente ou nas visitas que tenho feito em todo o estado.
Diário - No seu entendimento quais são hoje os principais problemas
do estado?
Edson Martins – A Saúde tem melhorado, mas exige mais investimentos, uma atenção constante. A educação é fundamental, bem como a recuperação da nossa malha viária sempre danificada durante a estação das chuvas. Em algumas regiões é preciso reforçar a segurança pública. Tenho compromissos também de apoio ao pequeno agricultor e na busca de solução aos problemas fundiários em algumas áreas ainda conflitadas.
Diário – Rondônia tem avançado no agronegócio nos últimos anos. A soja já é nossa maior alternativa?
Edson Martins – O Plantio da soja começou por Vilhena e no Cone Sul e já se espalhou por todo estado. É uma nova alternativa econômica para Rondônia. Mas temos outras crescendo, como a piscicultura em várias regiões, como na Zona da Mata ou no Vale do Jamari e Porto Velho. É preciso destacar também a cadeia do leite, são quase 100 mil produtores e temos a exportação da carne que responde por boa parte do PIB rondoniense.
Diário – Qual é a importância da cadeia produtiva do leite no estado?
Edson Martins - Tem uma importância fundamental na economia rondoniense. Na minha região, por exemplo, caso de Urupá e municípios vizinhos, quase 80 por cento dos pequenos proprietários dependem desta renda, são em média R$ 3 mil reais por mês em cada família e estes recursos refletem no comercio varejista das cidades. É um povo que precisa de mais respaldo, já que apoiando o agronegócio, também temos reduzida a evasão rural para as cidades.
Diário – O Sr. tem destinado suas emendas parlamentares diretamente para os municípios. Quais são os benefícios levados a população?
Edson Martins – Com as emendas, os deputados atendem, seja através de associações ou de recursos diretos, os municípios da sua base. Desde com a doação de máquinas, recursos para iluminação, saúde, infra-estrutura, etc. Além das minhas bases, que são Porto Velho, Colorado do Oeste, Nova Mamoré e Urupá, tenho destinado recursos de emendas também para outras cidades, como São Miguel e Seringueiras.
Diário – O Estado de Rondônia conta hoje com 52 municípios e tem muitos distritos crescendo. O Sr. apóia a criação de novos municípios no estado?
Edson Martins – É uma necessidade. Alguns casos pela distância da sede dos municípios, como são os casos de Extrema e Nova Califórnia que ficam a 350 quilômetros de Porto Velho, outros pelo crescimento provocado pela construção da Usina de Jirau, caso de Jacy-Paraná. Temos ainda União Bandeirantes, cuja ascensão é motivada pelo desenvolvimento na agropecuária. Vejo em condições de emancipação também Nova Dimensão, no município de Nova Mamoré e São Domingos que é distrito de Costa Marques.
Diário – Na atual legislatura o Sr. foi eleito 1º Vice-Presidente da Assembléia Legislativa, numa chapa de consenso. Quais são os planos da atual mesa diretora para este biênio?
Edson Martins – O País e nosso estado de Rondônia vivem os problemas gerados pela crise econômica. No parlamento estadual o nosso desafio, com o presidente Maurão de Carvalho, é ajustar os gastos, buscando um equilíbrio das contas para a casa não ser penalizada pela Lei de Responsabilidade Fiscal. É uma fase de adequação, os funcionários já têm um plano de carreira. È um início difícil, mas estamos buscando a transparência e o diálogo para levar tudo a bom termo.
Diário – E a construção da nova sede do Poder Legislativo?
Edson Martins – É uma necessidade, mas vamos avançando na medida do possível. Os deputados, o funcionalismo e a população em geral vão receber uma sede moderna que vai compor um belo cartão postal no centro cívico, onde estão localizados também o Palácio Rio Madeira e tribunais e tantos órgãos públicos.
Diário – Pela sua atuação em defesa da agricultura o Sr. foi cogitado para assumir a Secretaria da Agricultura em Rondônia. Como parlamentar da base governista o cargo seria estratégico...
Edson Martins – Realmente tivemos vários convites para assumir a pasta estadual. No entanto, depois de ouvir minha família e meus companheiros nos municípios, optei pela permanência na Assembléia Legislativa. Aqui também colaboramos com a causa, já que priorizamos a agropecuária no mandato.
Diário – Depois de quase três décadas de vida pública, o que o povo de Rondônia pode esperar da sua atuação nos próximos anos?
Edson Martins – Em primeiro lugar meu eterno agradecimento ao eleitorado pela confiança que tenho recebido. Do meu lado, meu compromisso é de retribuir cada vez mais este apoio com trabalho e dedicação, honrando a cada dia o voto de confiança da comunidade.
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