Sexta-feira, 1 de maio de 2015 - 13h47
Por: Altair Santos (Tatá)
Esse mundão ta mesmo virando de pernas pro ar. As catástrofes e tragédias se sucedem a cada instante e se alastram fazendo vítimas de todas as ordens, cores e credos pelos quatro quantos.
Desmoronamentos, chuvas diluvianas, enchentes, tornados, avalanches e abalos sísmicos, foram registrados, nos últimos dias, nas cidades de Xanxerê/SC, Salvador/BA, Katmmandu/Nepal e Porto Velho/RO. Peraê, aqui em Porto Velho, na nossa amada e querida urbe, por nós cantada em verso e prosa, tem essas coisas? Tem sim sinhô. Pois vejamos:
De repente, “do nada”, (só que não!), a cidade parece ter virado uma gigantesca e famigerada fera que, insaciável, começa a tragar, mastigar e querer engolir gente em pleno contexto urbano. Cidadãos já não podem exercer livremente os seus “ir e vir” em plano de tranqüilidade, dada a forte ameaça que vem do chão. Quando nem bem se espera, um buraco na rua ou um desses esgotos apelidados de boca-de-lobo sem tampa suga um ou outro transeunte.
O pior de tudo nesse devorador faminto é o seu exigente gosto demonstrado num cardápio preferencial pelo, talvez apetitoso, saboreio de poetas e outros intelectuais da cidade, as recentes e seletas vítimas do monstrengo escancaradamente boquiaberto.
Na última quarta-feira o economista, escritor e poeta Sílvio Persivo cumpria uma de suas andanças pelo centro histórico da capital, ali pela Rua José de Alencar nas proximidades do Mercado Cultural e do Edifício Monte Líbano (INSS), quando se fez um inesperado, indecifrável e horrendo barulho tipo sfolowgrunchxytsbiduummm e pronto, caiu, fora sugado, parcialmente engolido!
A cidade sumiu das suas vistas, igualmente sumiram do juízo, as suas faculdades, a ciência e a consciência empalideceram e desbotaram do seu domínio. Os fatos fatores sócio-econômicos se lhes faltaram da mente, assim como as estatísticas. Suas composições em quadras e sextilhas, rimas e versos de polido versejador e hábil literata se “analfabetaram” ao plano do nada. O criativo e ágil cérebro do Poeta Sílvio Persivo era ali, entre dores e escoriações, medo e susto, uma máquina estagnada, vitimada pelo evidente desleixo urbano.
Seu corpo, da cintura pra baixo, fora engolido lhe restando a desesperada agonia de vir a ser salvo da fétida lama que untava sua matéria, temperando-a para ser degustada pela brutal bocarra de cimento e ferro. Aquela cena compunha a preocupante e viva materialização de uma cidade que, literalmente, devora poetas.
Socorrido por populares, o cidadão Sílvio Persivo escapou de ser “rangado”. Já o seu corpo, por inteiro, guarda as lesões e fortes dores que o levaram a cumprir total repouso e variada orientação medicamentosa, enquanto se refaz do enorme susto. Duro mesmo vai ser readquirir a segurança confiança de voltar a trafegar pela cidade que come gente.
Outra vítima da gulosa buraqueira vigente foi Dona Maria Isabel Santana, professora aposentada, moradora do Bairro São João Bosco que, ao andar nas cercanias da sua residência, teve a sorte mesma do poeta Sílvio Persivo, vindo a ser engolida por uma boca-de-lobo desenfastiada, como tantas que por aí muito se vê. Ao safar-se do “canibalismo buracoso” Dona Maria Isabel reclamava dos machucados e ferimentos e por sua bolsa que ficara no interior da boca maldita.
Dentre os seus pertences resgatados com a ajuda de um jovem que passava, havia um pequeno caderno, o qual ela fez questão de checar a sua integridade. Nele ela registra vários escritos, poemas de sua autoria.
Aos poetas e poetisas da cidade, dentre eles Eliseu Braga, Dom Lauro, Poeta Mado, Binho, Adaídes Batista (Dadá), Jean, Boca, Eunice Bueno, Nilza Menezes, Ernesto Melo, Binho, Basinho e outros muitos, principalmente aqueles que gostam de bordejar nas orvalhadas madrugadas, que se façam espertos e atentos. Não passem perto ou sequer sorriam pra qualquer boca aberta por aí, vai que é uma boca-de- lobo, ávida a lhes devorar?!
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