Sábado, 11 de dezembro de 2010 - 04h55
As acomodações
O ano que vem, que antecede as eleições municipais de 2012, deve marcar alterações no quadro partidário estadual. Em virtude de divergências e acomodações para o próximo pleito o ex-senador tucano Expedito Júnior pode retornar ao PR e o prefeito de Porto Velho Roberto Sobrinho (PT) caçar seu rumo, ou seja, uma outra legenda. Convites é que não faltam para os dois.
Crime e castigo
O “crime” de Expedito foi seguir o peemedebista Confúcio Moura (PMDB) no segundo turno. Por isso o atual comando do tucanato tratou de fazer sua caveira junto às lideranças nacionais. Já, o prefeito Roberto Sobrinho (PT) esta se cansando de ser responsabilizado pelos petistas pela derrota da legenda no pleito de outubro passado. Como não tem controle da sigla, só lhe resta procurar outro partido para tentar fazer seu sucessor.
As rachaduras
Com um quadro desenhado de divisionismo no PT, com uma base aliada fragmentada, tendo o PT e Sobrinho em lugares opostos, o caminho fica aberto para o PMDB conquistar o Palácio Tancredo Neves, ou até mesmo para os cassolistas se reorganizarem com uma boa aliança. O PT esta cometendo para 2012 o mesmo erro de Cassol, que rachou sua base aliada governista no recente pleito de outubro.
Como explicar?
O último levantamento do IPEA mostra claramente que o analfabetismo diminuiu no Brasil. No entanto, em cinco estados, o índice de analfabetos acabou crescendo, como foram os casos de RO, AC, MT, MS e SC. Como explicar esta Rondônia pujante, com o analfabetismo aumentando? Faltou prioridade a educação nos últimos oito anos no estado?
Disputa a dentadas
A disputa pela vaga do deputado Wilber Coimbra na ALE-RO, que foi para o Tribunal de Contas, começou com a posse de David Chiquilito, continuou com Chico Doido e acabou nas mãos de Pereirinha. E o mesmo acabou acontecendo com a vaga deixada pela renuncia de Natan Donadon no Congresso: começou com Agnaldo Muniz, tem João da Muleta que entrou nas paradas e agora, Raquel Duarte. Arre!
Sem surpresas
Sem muitas surpresas, a primeira leva do secretariado do governador eleito Confúcio Moura foi divulgada ontem no seu blog. Era o chamado segredo da Candinha, pois tudo mundo já sabia antecipadamente a maioria dos nomes divulgados. Alguns cargos, no entanto, eram muito disputados, como a Secretaria de Obras, prevalecendo o nome de Abelardinho Castro. O vice Airton Gurgacz, emplacou o cobiçado Detran.
As duas caras
Outro dia falei nesta coluna que a classe política via no governo João Cahulla (PPS) duas caras. A primeira, seria aquela desenhada nos últimos anos com Cassol, tendo o pagamento em dia das folhas, fornecedores etc. A segunda cara era projetada com a suspeita que ele que deixaria um legado pesado para seu sucessor. Ao pagar o 13º do funcionalismo antecipadamente, Cahulla deu um tapa de luva nos bocudos de plantão, prevalecendo o lado garantido por Genaro.
Do Cotidiano
Falta acompanhamento
Denominados respeitosamente de “dependentes químicos” pela classe média alta e no vulgo popular de “noiados”, eles se multiplicam geometricamente pelo país afora e vão ampliando as estatísticas das internações hospitalares por conta de acidentes de trânsito e atos violentos. Ao mesmo tempo, vão ocupando no sistema prisional vagas que deveriam ser destinadas a prisioneiros cujos crimes não derivaram da dependência química. Aos dependentes químicos (DQs) deveria caber um tipo especial de detenção, com acompanhamento psiquiátrico.
Cadeia alguma vai recuperar um dependente químico apenas com a reclusão, mesmo porque as cadeias são antros enfumaçados, onde o cigarro comum – “careta”, como dizem – é considerado válido para “relaxar” o detento. Entretanto, o cigarro é apenas um mantenedor da dependência. Ao cabo de anos a fio de reclusão, logo nas primeiras horas o dependente vai novamente atrás do alívio ilusório que a droga traz aos DQs.
Não é por acaso que a droga introduziu uma das questões centrais do debate sobre a segurança pública no País: cabe às famílias cuidarem de seus dependentes químicos ou eles devem ser internados à força, antes que cometam crimes?
No RJ, um jovem viciado em crack matou uma amiga sob o efeito da droga. O pai do dependente declarou ser impossível tratar o filho, pois ele recusa ser internado. Nesse caso, não parece restar outra opção a não ser a chamada “internação involuntária”.
Polêmica, a proposta vai, no entanto, ganhando força, na medida em que o doente perde completamente o discernimento e não tem condições de saber o que é melhor para si, tornando-se perigoso tanto sob o efeito da droga quanto sem ela. “Bola” os mais diversos meios, legais ou ilegais, para conseguir dinheiro e se drogar, desde simular o próprio sequestro até extorquir dinheiro dos pais e amigos sob ameaças.
A internação involuntária se destina aos que não aceitam se afastar do vício. O tratamento é uma iniciativa tomada por membros da família do dependente químico ou de álcool com a intenção de conscientizá-lo sobre a desintoxicação. Muitos são contra, porque a decisão de internar um familiar à força pode ter motivações menores que ajudar o doente, envolvendo a apropriação de seus bens.
Via Direta
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