Sábado, 1 de janeiro de 2011 - 21h05
1. Tudo foi bem montado para a solenidade de posse do governador Confúcio Ayres de Moura, o sétimo eleito no estado de Rondônia, o segundo médico, o terceiro do PMDB, o segundo goiano e o primeiro de Ariquemes. O novo governador tomou posse com uma bagagem política das mais importantes. Não se trata de um líder carismático, condutor de massas. Ao contrário. Confúcio até parece o antipolítico. Calmo, sereno, sabe lidar com as palavras e encantar pelo discurso. Demonstra uma rara humildade e traz no olhar a história de sua própria vida. “Eu esperei Rondônia chegar”, disse em um dos trechos do seu convincente e espontâneo discurso de posse. Falou assim, desse jeito, como que para justificar alguma coisa, ou para falar dos seus méritos, como imigrante que veio para o então Território Federal de Rondônia como médico de garimpo, como se tivesse vindo para voltar e encontrou a razão de ficar ali pela antiga vila de Ariquemes, a Vila Velha, como é conhecido o bairro Marechal Rondon, uma espécie de Ariquemes que veio antes de Ariquemes. “Ariquemes não existia. Vim antes de Ariquemes”. Diz orgulhoso o primeiro médico a instalar-se ao longo da BR 364.
2. De médico de garimpo a governador, Confúcio Moura foi deputado federal, secretário de Estado e prefeito. Por isso fez um discurso de posse eivado de personalismo e emoção. Falou da família, do pai, falecido, e da mãe que segundo ele poderia estar ali presente, ou em Ariquemes, não podia saber. Mas estavam outros familiares, esposa, filhos, tios, tias, primos e irmãos. Um deles, o médico e ex-deputado federal Nobel Moura, veio de Ariquemes correndo. Foram 180 km a pé, até chegar ao local do evento. Promessa? Talvez. O governador, falou dos compadres e das comadres. Disse que foi eleito por ter muitos compadres e comadres, por ser médico do interior. Deve ter também muitos afilhados, fez muitos partos. “Orgulho-me de ter três filhos que levaram as primeiras palmadas na bunda pelas mãos do Dr. Confúcio”. Disse-me o major PM Leônidas Fogaça, reformado, cujos filhos nasceram em Ariquemes e a esposa foi a primeira enfermeira do médico Confúcio na Vila Velha de Ariquemes. Provavelmente, um dos muitos compadres desse médico destemido, que diz não ter medo de governar Rondônia, que tem orgulho de morar nesta terra. “Rondônia é o meu lugar e daqui ninguém me tira”, asseverou. Aplausos.
3. Foi o que não faltou. Os aplausos interromperam sua fala várias vezes. O discurso era de esperança, de uma nova Rondônia, firme como o mogno, árvore em extinção que ele prometeu mandar plantar uma em frente a cada prédio do governo. Será o símbolo de uma nova Rondônia. O mogno. Firme e frondosa esta árvore nobre da Amazônia será o símbolo da firmeza e da nobreza deste novo governo. “Depositário da esperança”. Assim o definiu o deputado Ribamar Araujo, que integra a base parlamentar do governo na ALE. Foram 420 mil eleitores, cidadãos e cidadãs de Rondônia que depositaram suas esperanças no Dr. Confúcio. “Quem tiver segredo não me conte, nem me telefone”. Alertou. Será, pois, um governo impessoal, sem segredinhos. “O jogo mudou”, avisou aos empresários. Se quiserem vender para o governo terá fazer jogo limpo.Aplausos de uns, torcer de boca de outros. Confúcio vai plantar mogno e mudar as regras do jogo. Vai estimular o pequeno produtor rural e as micro e pequenas empresas. O jogo se altera em favor da coletividade. É mogno sendo plantado quando se pensava estar em extinção. É o reflorestamento da moralidade, um bem que não deve entrar em processo de extinção. Confúcio prometeu semear este bem nesta nova Rondônia.
4. No meio do discurso, o governo lembrou que sua maior votação proporcional foi em Guajará-Mirim, onde obteve 72% dos votos. E lembrou dois importantes personagens da história recente do município: Marcos Vilar e Chico Oliveira, ambos falecidos. É a memória política de um governador que tem sua consciência histórica e sabe que está na história, que esta o julgará um dia. Falou dos seus projetos nas áreas de saúde, educação e segurança. Disse que não poderá fazer grandes investimentos de imediato, mas vai tirar os doentes do chão. Ele que como secretário de saúde, há 23 anos implantou o SUS em Rondônia, sabe o que está dizendo. Sabe da responsabilidade que assume. A saúde é um caos. Falta planejamento. Faltam leitos. Falta UTI, principalmente infantil. Sobra medo e insegurança. Faltam médicos que, como o Dr. Confúcio, tenham na medicina o sacerdócio. Falta governo na saúde. Faltava, pelo que se ouviu no discurso de posse. Confúcio tem pressa. Rondônia também. Então ta bom.
Fonte: Francisco Matias - Historiador e analista político
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