Sexta-feira, 21 de janeiro de 2011 - 10h53
O ex-governador e senador diplomado Ivo Cassol (PP) foi, enquanto comandava o Estado, um dos dois Chefes do Executivo estadual que obtiveram êxito n o propósito de aumentar os privilégios para futuros ex-governadores entre os quatro que tentaram a mesma manobra. O outro foi Blairo Maggi (PR), do Mato Grosso. “No Paraná e no Piauí, as propostas naufragaram diante da reação negativa”.
As informações são de reportagem publicada na edição desta sexta-feira (21) do jornal “O Globo”, sob o título “Ex-governadores tentaram ampliar regalias no final do mandato”.
De acordo com a publicação, “no caso de Cassol, a lei sancionada por ele assegurou segurança ao próprio e a seus ‘familiares’ também por igual período ao do exercício do cargo”.
“O vice de Cassol, João Cahulla (PPS), que ficou no governo apenas por nove meses, também está apto a usufruir o privilégio. A atual gestão de Confúcio Moura (PMDB) informou não saber ainda o tamanho da equipe policial à disposição dos ex-ocupantes do governo”, informa “O Globo”.
O texto da reportagem do jornal “O Globo”, na íntegra, é o que se segue:
Ex-governadores tentaram
ampliar regalias no final do mandato
SÃO PAULO - No ano passado, o último ano de seus mandatos, governadores de ao menos quatro estados tentaram ampliar as regalias concedidas a ex-governantes. A iniciativa beneficiaria diretamente os titulares em exercício. Dois deles, Ivo Cassol (PPS), de Rondônia, e Blairo Maggi (PR), do Mato Grosso, tiveram êxito e aumentaram os privilégios para futuros ex-titulares do Executivo estadual.. No Paraná e no Piauí, as propostas naufragaram diante da reação negativa. Os quatro estados já pagam aposentadorias vitalícias a seus antigos governadores.
As benesses vão de escolta policial para familiares do político a carro com motorista e combustível custeados pelo governo. Maggi e Cassol instituíram as regalias às vésperas de renunciarem ao cargo para disputar a eleição ao Senado, em março de 2010.
O ex-governador pelo Mato Grosso, ao assinar o decreto 2.327, de 14 de janeiro de 2010, garantiu a ele mesmo o serviço de segurança de até seis policiais custeado pelo estado - despesa de R$ 8 mil ao mês. O decreto prevê ainda uma duração maior do benefício para os reeleitos, o que assegurou a Maggi escolta gratuita pelos próximos sete anos e três meses.
No caso de Cassol, a lei sancionada por ele assegurou segurança ao próprio e a seus "familiares" também por igual período ao do exercício do cargo. O vice de Cassol, João Cahulla (PPS), que ficou no governo apenas por nove meses, também está apto a usufruir o privilégio. A atual gestão de Confúcio Moura (PMDB) informou não saber ainda o tamanho da equipe policial à disposição dos ex-ocupantes do governo.
Mato Grosso e Rondônia não foram os únicos a tentarem reforçar a lista de privilégios a ex-governadores. No Paraná e Piauí, Roberto Requião (PMDB) e Wellington Dias (PT) por pouco não foram contemplados com benesses ainda maiores.
O ex-governador piauiense encaminhou um projeto de lei, em março passado, que instituía a ex-titulares do cargo segurança com quatro policiais, carro oficial com combustível e dois motoristas pelo período igual ao do mandato exercido. Diante da repercussão negativa, Dias retirou o projeto de tramitação.
O GLOBO tentou localizar assessores de Cassol, Requião, Cahulla e de Dias, mas não conseguiu contato. Para a assessoria de imprensa de Maggi, a reportagem pediu para falar com o senador eleito, mas não teve retorno.
Fonte: Jornal “O Globo”
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