Terça-feira, 22 de fevereiro de 2011 - 06h13
O PAÍS ONDE A GRANA “GORDA”
JÁ TEM TODOS OS SEUS DONOS
O caso do aumento do salário mínimo em cinco reais, passando para 545 a partir de agora, mais uma vez expôs claramente como as coisas são decididas no Brasil. Deputados recém eleitos, alguns como grande esperança do povo mais pobre, com raras exceções questionaram o absurdo. Em sua grande maioria, muito perto da totalidade, o que realmente esteve na mira dos nossos parlamentares foi agradar a presidente Dilma Rousseff; abrir possibilidades para negociações de cargos a indicados e apaniguados; obter favores do governo, não necessariamente nessa ordem. Para essa gente, pouco importa se o salário mínimo é um absurdo, se não resolve o problema de ninguém; se a inflação real é muito maior do que a anunciada; se vai faltar comida, remédios e outras necessidades básicas para os pobretões. Houve surpresa? Apenas o fato de alguns poucos petistas terem preferido ficar mal com seu partido e sua presidente do que ir contra o povo. O PMDB, 100% de adesão e puxação de saco, fez o que se esperava dele: votou totalmente contra os pobres e a favor de si mesmo, como, aliás, tem feito historicamente, depois da morte de Ulysses Guimarães.
E nesse caso específico nem se pode culpar o eleitor, que outra vez escolheu mal. É que o adesismo ao projeto do governo foi de tal tamanho, a defesa dos interesses de partidos e lideranças foi tão grande, que nem que se tivesse escolhido um pouco melhor nossos representantes, isso resultaria em alguma mudança drástica no resultado da Câmara Federal. Agora, o assunto chega ao Senado, que pode até engrossar um pouco o caldo, à busca, sem dúvida, também de benesses. Congressista pode aumentar seu próprio salário para 26 mil reais, num efeito cascata que beneficia políticos de todo o país. Mas o povão, esse tem que se aguentar com 545 “mangos”. Afinal, a grana “gorda” já tem dono!
ELOCUBRAÇÃO MENTAL
Foi surpreendente o fato da Câmara de Vereadores de Ariquemes, cidade de Confúcio Moura, ter decidido fechar as portas para a Caerd e criar uma empresa municipal de saneamento e abastecimento de água. Justamente quando Confúcio chegou ao poder no Estado. É um daqueles casos que exigem ginástica mental para entender.
SERÁ UM BLEFE?
Ariquemes ainda pode perder milhões de reais – segundo avisa o senador Ivo Cassol – porque estava no programa de implantação do sistema de água e os recursos disponíveis só podem ser usados pela Caerd. O caso complicou. A menos que a decisão da Câmara e da Prefeitura de Ariquemes seja um blefe para pressionar a Caerd por celeridade nas obras, não deu para entender a decisão da semana passada.
MAU GOSTO
O que o governo federal está fazendo com membros da nossa bancada e principalmente com a população de Rondônia, é inadmissível. O caso da transposição está sendo tratado como uma brincadeira de mau gosto. A ponto de já se ouvir vozes dentro da bancada rondoniense com sinais de fumaça para a guerra contra a União.
SÓ PREJUÍZOS
Promessas não cumpridas, decisões parlamentares ignoradas, enrolação e conversa fiada têm sido a tônica dos encontros entre representantes de Rondônia e membros do governo, já antes, com Lula e agora, com Dilma Rousseff. Não se sabe onde coisa toda vai parar. Só se sabe que o prejuízo para o Estado aumenta a cada dia. E para seus servidores.
AÇÃO DE NAZIF
O deputado federal Mauro Nazif, virtual coordenador da bancada rondoniense, teve seus mandatos sempre ligados às questões do funcionalismo. Conhece como ninguém a situação do projeto da transposição. Terá que partir para o ataque, se quiser ter algum resultado prático. Senão, será enrolado tanto quanto o foram seus antecessores.
QUEM DECIDE?
Afinal de contas, Marcos Donadon volta ou não volta à Assembleia? Decisão monocrático do ministro Marco Aurélio determinou que sim, mas o TRE rondoniense não acatou a decisão, mantendo decisão de que Donadon está fora. E agora? Quem manda e quem obedece nessa questão? O caso terá, certamente, muita repercussão nesses próximos dias.
CONSEGUIRAM
Como fez Donadon, David Chiquilito, que teria que sair para a entrada do peemedebista, também recorreu ao TSE para manter-se na Assembleia. Como a questão da lei Ficha Limpa ainda é uma esculhambação dentro dos tribunais superiores, não se sabe onde isso tudo vai dar. A Justiça Eleitoral e o Supremo conseguiram bagunçar a última eleição, com sua total indecisão.
SIM À VIOLÊNCIA
Há lideranças políticas de olho em 2012 que comemoraram, às escondidas, claro, a ação de vândalos que atacaram e destruíram ônibus em Porto Velho, na semana passada. Oficialmente, fazem declarações contrárias aos atos de violência. Da portas para fora, esfregam as mãos, esperando mais porrada e respingos em seus adversários políticos. Lamentável.
OLHA ELE AÍ!
Luizinho Goebel, deputado reeleito, começa a consolidar ainda mais sua liderança no Cone Sul do Estado. Encontro que liderou no final de semana teve a presença do governador Confúcio Moura, do presidente da Assembleia, Valter Araújo e outros parlamentares. Sinal de prestígio. É nome quente para 2012, na sua região.
Fonte: Sergio Pires - ibanezpvh@yahoo.com.br
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