Domingo, 27 de março de 2011 - 10h09
O tempo passou. Desde sua posse Confúcio já consumiu 86 dias, ou seja, está a 14 dias de completar os primeiros 100 dias de governo. Havia uma grande esperança e uma grande expectativa em relação ao seu desempenho. Era esperada uma melhoria muito grande no governo por se imaginar que haveria uma distensão nas relações entre o governo e a sociedade depois de oito anos de um governo fechado, como o de Cassol foi, onde, apesar das reações e das tentativas de enquadrá-lo, nada se conseguiu. Até a sua substituição por João Cahulla a grande realidade é que foi um governo de um só comando. Isto que era sua fraqueza também foi sua fortaleza porque o agora senador segurava as chaves do cofre com a mesma mão de ferro que comandava o setor político. Assim, por mais que se tenha críticas a ele, principalmente, em relação a pensar o futuro, não se pode deixar de reconhecer que foi um governo realizador. E o governo de Confúcio Moura? O que se pode dizer dele até agora? (ASSISTA, AQUI, COMENTÁRIO DE LÉO LADEIA). É o que vamos analisar.
O marketing das árvores e da saúde
O governador começou de uma forma pouco ortodoxa anunciando o nome que iriam compor seu secretariado via o seu blog e, da mesma forma informal, anunciou que também seriam demitidos por blog. Além de serem anunciados paulatinamente o efeito do anuncio dos nomes não ajudou muito o começo de governo. A escolha de Confúcio, apesar de contemplar os partidos aliados, não contentou a grande maioria e muitos deputados, que esperavam ter condições de fazer alguns pedidos, ficaram visivelmente irritados com muitos nomes que, para eles, além de não terem densidade política não teriam densidade técnica (Reveja comentário do saudoso Paulo Queiroz). O que se falou na ocasião é que, apesar de parecer contentar a todos não contentou a ninguém e utilizou argumentos como problemas com a Justiça ou um exame que acabou não havendo por parte do Ministério Público para afastar os nomes que não desejava. Também encheu seu gabinete de currículos pedindo para as pessoas que quisessem trabalhar no seu governo se oferecessem para um exame. O exame, pela quantidade, não pode ter sido senão este conheço, aquele não e por ai vai.
Se o inicio teve a plantação simbólica de mognos na frente das repartições públicas também teve a indignação do governador anunciando a situação de calamidade pública na saúde Rondônia. Segundo afirmou ficou horrorizado com o quadro do setor após fazer uma visita surpresa ao Pronto Socorro João Paulo II e logo denunciou o caso ao país via Rede Globo (VEJA VÍDEO). Nada melhor que transcrever suas próprias palavras: “Um quadro de verdadeiro horror, sofrimento humano exposto, deprimente à vista de qualquer vivente sadio ou doente. É pouco o discurso, é pouco a boa intenção, é pouco reunião ou outra, é insignificante o constrangimento, é desprezível um singelo planejamento de situação. O que vi é caso de se decretar sem nenhum vexame e colocar a boca no trombone para o Brasil inteiro, gritar forte, brasileiramente o grito do Madeira – Calamidade Pública na saúde de Rondônia. Situação de iminente risco. Ali, com toda boa vontade de médicos e enfermeiros, nada supera o ambiente de improviso, risco de morte a qualquer momento, a inércia absoluta do Estado, uma dor dilacerante que nos corta por dentro e por fora.”, assegurou. Tudo bem, mas, embora não fosse governador, foi prefeito e deputado federal. A situação, por sinal, não deveria ter nenhuma novidade para quem é médico e até mesmo para quem não conhece o setor. Parece mesmo ter sido uma jogada de marketing para arranjar dinheiro e contratar emergenciais. Não deu muito certo. A saúde não parece muito melhor assim como a educação. Até porque, segundo se veicula, a mistura de pessoas com partidos e visões diferentes torna as secretárias e alguns órgãos um antro de fofocas e ações desencontradas.
A primeira grande derrota
Nada, porém, abalou tanto o governo até agora como a eleição e reeleição para os quatro anos do deputado Valter Araújo como presidente da Assembleia. O deputado Valter Araújo (PTB) foi eleito na terça-feira (01) o presidente da mesa diretora da Assembléia Legislativa para o biênio 2011-2013, por 15 votos a 08, contra a chapa governamental encabeçada pelo deputado Jesualdo Pires (PSB). Valter Araújo ganhou uma eleição que, se houvesse o mínimo de atenção aos deputados, seria facilmente ganha pelo governo, porém, este se comportou como se pudesse fazer o presidente a qualquer momento ignorando o tempo e as necessidades que um processo deste tipo requer enquanto Valter cosia lentamente sua eleição. A derrota do governo pode ser atribuída a, pelo menos, três razões: a falta de determinação do governo que não definiu logo seu apoio, depois a escolha de nomes julgados inapropriados para a disputa como os de Adelino Folador (DEM), depois Edson Martins e, finalmente, Jesualdo Pires. E, por fim, a ideia estapafúrdia de que os deputados por estarem na base de apoio do governo se alinharam automaticamente ignorando os interesses próprios dos deputados e o fato de que se sentiam órfãos do governo e alguns que tentaram ajudar no processo até mesmo ressentidos com o tratamento que lhes era dado. O nome da chapa Independência por isto refletiu o fato de que como o governo não o quis para parceiros acabaram por integrar a mesa presidida pelo suposto oposicionista Valter Araújo. Este, aliás, foi o grande beneficiado com a inépcia do governo saindo de uma posição de segundo plano para se tornar um dos chefes de poder do Estado. Hábil costurou logo sua reeleição e, hoje, já desponta como um candidato com possibilidades de ser prefeito embora já tenha acenado que não quer. Com uma base sólida na Assembleia, empresário bem sucedido, parece que seus planos são de mais longo prazo e bem maiores
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Um governo sem rosto
Quando se pergunta para as pessoas o que está achando do governo Confúcio Moura o normal é que fiquem embaraçadas. Muitos que foram entusiastas até se mostram reticentes sobre o futuro do atual governo. O mais comum é que ainda dêem um crédito de confiança no governador, embora, já haja uma certa desconfiança de que ele seja melhor político do que administrador. A grande maioria afirma que “não viu muita diferença” ou “Agora que passou o carnaval é que vamos ver”. Não ajuda muito a imagem do governo a discussão com Cassol sobre as dívidas governamentais deixadas por Cahulla. Para a população é normal que um governante sempre deixe dividas para o outro, ou seja, muitos afirmam que “Ele não fez campanha dizendo que ia dar jeito? Que sabia como fazer?”. De qualquer forma a população não quer saber de desculpas; quer que os serviços públicos melhorem, que as coisas aconteçam e a sensação que o governo atual tem passado é a de que ainda não consegue obter resultados. Para analistas “Ainda é um governo sem rosto, sem definição”.
Não parece ter sido um bom caminho utilizar a imprensa para, com estardalhaço, afirmar que o governo anterior tinha deixado mais de R$ 200 milhões em dívidas tanto que Cassol reagiu (ASSISTA VÍDEO) e enviou ofício pedindo esclarecimentos sobre o saldo bancário das contas do Tesouro Estadual no dia 31 de dezembro de 2010. Agora o governador Confúcio Moura encaminhou na quarta-feira (23) um ofício resposta ao senador Ivo Cassol, sobre as dívidas com um levantamento das contas feito pela Controladoria Geral do Estado (CGE) que produziu dois relatórios. Um, sobre os restos a pagar processados e outro, sobre os restos a pagar não processados onde os restos a pagar consolidados com fornecedores e prestadores de serviços somavam R$ 174,39 milhões. Além disto, Cassol e Cahúlla deixaram ainda uma dívida de R$ 17,6 milhões em repasse que deixou de ser feito à Assembléia Legislativa e outros R$ 31,1 milhões que não foram pagos a precatórios judiciais. A soma disto tudo foi uma dívida de R$ 223,16 milhões. O governo afirma que comparando essa dívida com o saldo financeiro de R$ 53,6 milhões existente na conta do Tesouro Estadual em 31 de dezembro de 2010, restou um déficit no valor de R$ 169,5 milhões e, como saída, propôs aos fornecedores e Assembléia o pagamento parcelado em até 24 vezes, dependendo do valor. Cassol alega que suas obras não ficaram paradas, que o governo está tendo uma receita maior e que estes pagamentos são feitos ao longo do tempo e que o estardalhaço está sendo feito por auxiliares do governo que buscam se locupletar de contratos passados. Um dos auxiliares próximos do governador até visitar o Bradesco, em São Paulo, foi o que é apontado pelos cassolistas como prova de que há alguma coisa de errado quando havia um contrato de exclusividade com o Banco do Brasil. De qualquer forma, saindo desta guerra de marketing, a questão é que o governo ainda não deu mostras para que veio, é um governo ainda sem trabalho para mostrar.
Problemas e palavras
Governar não é fácil todo mundo sabe. Ainda mais governar democraticamente. O grande saldo de Confúcio Moura até agora parece ser o fato de que consegue dialogar com todo mundo muito bem. O empresariado, de uma forma geral, está em lua de mel com ele. Os presidentes das entidades de classe, como por exemplo, o presidente do Sindicato das Micro e Pequenas Empresas do Estado de Rondônia-SIMPI/RO, Leonardo Sobral, é só elogio afirmando que “O governador Confúcio tem mais do que cumprido o que prometeu na campanha. Ele tem se antecipado aos nossos pleitos e quando conseguirmos implantar algumas medidas, como a das compras governamentais pelos micros e pequenos, certamente, Rondônia irá crescer muito”.
A questão real é que, embora ninguém discuta os bons propósitos e as boas intenções do governador, suas iniciativas morrem na burocracia e nos seus iniciantes auxiliares que, além de tudo, estão esbarrando internamente entre si na busca de poder. Administrativamente o governo parece que não anda e se há melhoria é tão pouca que somente eles mesmos conseguem elencar. Fora do governo
não se percebe, por exemplo, que houve um maior esforço para se ter controle sobre gastos de combustíveis, telefones, energia, etc. até porque isto não transparece para o público. E são os problemas que aparecem como agora quando José Batista (secretário-adjunto de Saúde) é acusado por jornais e sites de ter participação na empresa Multimarca que gerencia as margens de consignação para servidores públicos. Já houve a prisão de um auxiliar por pedofiilia e vários boatos sobre negociações que estão distantes da posição e do comportamento do governador. De qualquer forma na comparação com o governo passado este já está mais recheado de fatos negativos.
De qualquer forma ainda há muita esperança, torcida e anseio para que Confúcio faça um bom governo, apesar destes dias até agora sem grande sucesso. Também não adianta perguntar para ele que já escreveu no seu blog: “Como já disse por aqui, quem pode prever um governo? Ninguém. O que se pode é dizer e sonhar. Fazer o que se diz um orçamento, quando muito executar o que foi planejado. Mas vêm coisas que não se viu e nem se previu. E tudo vai mudando nas asas dos acontecimentos extraordinários. Ondas gigantes e vazamentos de usina nuclear não estavam na vida dos japoneses. Nem a guerra contra a Líbia. Nem o “furacão” de Jirau. Nem haitianos. Como não se sabe prever o imprevisível melhor ser prevenido, deixar um dinheirinho guardado para estas coisas. Bem escondido no fundo do baú. Como se fosse um dinheiro para a velhice que se pode gastar na juventude. Sendo assim, nunca pergunte a um governo o que fará, fale de generalidades ou de sonhos”.
Fonte: Jornal Alto Madeira
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