Quarta-feira, 6 de abril de 2011 - 06h13
Rodovia do diabo
Se a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré no passado tinha a alcunha de “Ferrovia do Diabo”, por tantas mortes produzidas, eis que a rodovia Marechal Rondon, mais recentemente denominada JK, a nossa BR-364, já merece o mesmo apelido. É a nossa Rodovia do Diabo. Não passa dia sem tragédias, sem mortes. Até quando, este inferno?
O entusiasmo
Mesmo com os percalços iniciais da sua administração – desilusões com aliados, às vezes com fogo amigo, tantos abacaxis na saúde e na segurança para descascar – o governador Confúcio Moura, as vésperas de completar os primeiros 100 dias de gestão, não perdeu o entusiasmo com o cargo.
Caipira antenado
Nosso governador, que tem a sua porção caipira, já que começa despachar as seis da matina, como se faz na roça, não encerra o expediente antes das 21 horas. Mas chama atenção seu lado antenado, já que antes de dormir ainda arruma tempo para trocar e-mails com seus secretários e filosofar no seu Blog.
As impressões
Ao final das visitações aos canteiros de obras de Jirau e Santo Antônio, os senadores que vieram a Rondônia na última segunda feira emitiram suas opiniões a respeito. Alguns atribuíram os conflitos a briga sindical pela arrecadação de mensalidades, outros foram mais a fundo, como Jorge Viana (PT-AC) que viu um crime planejado.
Crime planejado
A opinião de Viana é algo de mais próximo do que aconteceu em março. Afinal foram 17 encapuzados assaltando banco, lojas, saqueando os dormitórios dos operários e espalhando o terror com incêndios de ônibus, carros, escritórios etc. Um baita arrastão criminoso. O bando aproveitou a falta de segurança nos canteiros.
Retomada das obras
Por sua vez, o pedetista Acir Gurgacz preconizou que o importante para Rondônia e o país, era a retomada das obras já que o próprio comércio estava sentindo os reflexos negativos da paralisação. “Os prejuízos foram elevados e a própria arrecadação da prefeitura de Porto Velho e do governo estadual pode sofrer quedas com isto”, arrematou.
Código Florestal
Com a mobilização nacional pela aprovação do Código Florestal, ontem em Brasília, o cenário político regional acabou esvaziado. As lideranças políticas, empresariais, rurais acorreram em massa para a capital federal. A ALE-RO despachou mais da metade dos seus deputados, esvaziando a sessão de ontem.
Nova postura
O ex-presidente da Assembléia Legislativa Neodi Carlos (PSDC) agia com descrição e em temas mais espinhosos caia fora e se refugiava na sua Machadinho. Seu sucessor, Valter Araújo, tem uma postura diametralmente oposta, prefere o olho do furacão: onde tem encrenca é o primeiro para aparecer buscando solução, seja na capital ou interior. Vai se consolidando como uma liderança emergente.
Do Cotidiano
Um pesado custo
Até onde vai o limite do poder de um governante municipal, estadual ou federal? Dizia o filósofo alemão Max Weber, com sarcasmo e contundência: “Em uma democracia, o povo escolhe um líder em quem confia. Então o líder escolhido diz: Agora calem-se e me obedeçam!” Exagero ou ele meteu o dedo na ferida?
A posse de prefeitos e governadores de oposição geralmente coincide com estrepitosos anúncios de devassas em supostas negociatas e contratação de auditorias.
Tem sido rara uma alternância de poder sem esses ruidosos rompantes midiáticos, que meses depois se desvanecem em atestados de honradez e competência aos governantes pregressos. Isso, por uma razão elementar: os novos logo caem na mesma rotina seguida por seus antecessores, ditada por leis ou conveniências.
Novos governadores de oposição empossados no início do ano, como Beto Richa (PSDB/PR) e Rosalba Ciarlini (DEM/RN), entretanto, enveredaram por um caminho que se poderia considerar tão saneador quanto perigoso: a moratória, prática inaugurada pelo ex-presidente Itamar Franco ao governar Minas Gerais.
A ex-senadora Rosalba, a exemplo do paranaense Richa, integra uma família de políticos tradicionais em seu Estado. Começou o governo decretando a suspensão de todos os pagamentos das dívidas do Governo do Estado com os credores, fornecedores e prestadores de serviços. No final de março, estendeu a moratória por mais 30 dias. No Paraná, Richa limitou a moratória em três meses, deixando no próprio decreto a possibilidade de estendê-la por mais tempo.
Não é preciso dar muitos tratos à bola para imaginar o desastre que essas medidas de força governamental promovem nas contas dos fornecedores contatados pelos estados, como os de leite e comida para os restaurantes populares, por exemplo.
Será que para combater a corrupção e esclarecer dúvidas é preciso enfiar todos os fornecedores aos governos na mesma camisa-de-força de uma suspensão por um prazo elástico de pagamentos por serviços já prestados?
Para os juristas que levantam essa questão, os estados podem ter sérios prejuízos se os atingidos por suspeitas infundadas reagirem judicialmente. E se a moratória gerar um pesado custo financeiro ao Estado, via judicial, quem pagará a conta será a população, não o governante de plantão.
Via Direta
*** A parceria entre o governador Confúcio Moura e o prefeito Roberto Sobrinho já produz bons efeitos na capital *** Os tucanos já projetam a candidatura da ex-prefeita Daniela Amorim em Ariquemes. Ela deixou o PTB recentemente *** O PR do ex-deputado federal Miguel de Souza promove encontro estadual no final de semana na capital.