Domingo, 5 de junho de 2011 - 19h11
Na questão da transposição, os servidores públicos de Rondônia já estão no limite da tolerância – o que foi revelado na audiência pública ocorrida na última sexta-feira (3) em Porto Velho, no auditório da Ulbra, que acabou tomando um rumo não previsto pelos organizadores, e foi marcada por protestos e ofensas.
Promovida pela Comissão Intersindical, o objetivo da audiência era reunir sindicalistas, servidores públicos e a bancada federal de Rondônia para definir novas estratégias para pressionar a presidenta Dilma Russeff para que assine o Decreto de regulamentação da Emenda Constitucional 60 da Lei nº 12.249, que transpõe mais 20 mil servidores para quadros da União.
Na verdade, não teria mais nada o que definir, pois a Comissão Intersindical, antes mesmo da audiência, já tinha uma estratégia montada: a formação de mais uma caravana de servidores para voltar a Brasília, saindo de Porto Velho no dia 26 de junho, caso Dilma não assine o decreto até lá. Mas, o ‘amém’ esperado acabou dando lugar à acontecimentos inesperados, e a audiência não foi dada harmoniosa!
BANCADA AUSENTE
O auditório da Ulbra ficou lotado! Servidores e sindicalistas de diversas categorias compareceram. Já a bancada federal de Rondônia ficou devendo. Apenas dois dos seus 11 membros (incluindo 8 deputados federais e três senadores) participaram da audiência, sendo que o presidente da Comissão Intersindical, Israel Borges, garantiu que todos foram convidados.
Os deputados federais Mauro Nazif (PSB) e Carlos Magno (PP) foram os únicos que atenderam ao convite. E ainda este segundo quase ficou no anonimato. No momento dos agradecimentos, a presidenta do Sintero, Claudir Mata, esqueceu o nome do deputado. E o assessor do Governo de Rondônia, Mário Jorge, teve a mesma ‘amnésia’. E na sua visível tentativa inconformada de lembrar o nome do deputado, outros membros da mesa sussurraram: “Carlos Maaaaaagno!!!”.
Inconformados mesmo ficaram os servidores. Eles, que sonham há anos com a transposição, esperavam a presença, pelo menos, da maioria dos membros da bancada federal. E durante um furo pela representante do senador Raupp, ao revelar que ele esteve almoçando recentemente com a presidenta Dilma, do auditório foi ecoado um “ahhhhhhhhh!!!” quase unissom.
“Não dá para entender como o senador Raupp com todo o seu prestígio e como presidente do PMDB não consegue articular para que Dilma assine esse decreto!”, disse um sindicalista aproveitando o clima de protesto à bancada federal de Rondônia
E a indignação também acabou sobrando para o deputado Carlos Magno: “O deputado Carlos Magno deixou claro em suas palavras um sentimento de impotência da bancada de Rondônia perante o Planalto”, declarou em público o vereador de Porto Velho que tem um nome meio complicado: Kruger Darwich.
O vereador se referiu ao momento da fala do deputado, quando ele teve a humildade para reconhecer que não pode ajudar muito, ao declarar: “Estou há 5 meses em Brasília e ainda nem entrei no Palácio do Planalto...”.
Calma ‘Fred’ Kruger! O deputado Carlos Magno não merece ouvir isso. Se o nome dele foi esquecido, mesmo quando estava ali em evidência, compondo a mesa, é porque ele não faria falta se não estivesse presente na audiência. Ele foi eleito agora! E vamos reconhecer que em sua primeira participação numa audiência que tratou da transposição ele falou muito bem sobre o Código Florestal...
...Desviem as pedras para aqueles que vêm de vários mandatos, acompanhado a angústia e ansiedade dos servidores, e que inclusive conseguiram uns votinhos às custas da transposição, mas que estiveram ausentes numa audiência como essa, tão importante para uma lista de milhares de beneficiados e para o Estado de Rondônia!
Já para Nazif, as ausências não representaram tanto peso: “Não temos mais nada para discutir. Só falta agora a assinatura da presidente Dilma!”. É... Ele até tem razão! Pois o que muito se viu na audiência foi gente jogando conversa fora! É só ver um público para ouvir, um microfone para falar, e um assessor de Imprensa para anotar, que os oportunistas de plantão falam qualquer coisa para aparecer ...
FECHAMENTO DA BR
...Mas, os servidores presentes na audiência mostraram logo que não estavam ali para digerir qualquer conversa. O apresentador, que deveria cumprir o papel formal de apresentar a mesa e distribuir as oportunidades da fala, acabou puxando a atenção para si, com um inesperado discurso gritante, lançando fogo nos ânimos dos servidores: “temos que fechar a BR! Só assim Dilma vai nos atender!!!”.
...E não foi que os servidores compraram a idéia! A indignação deles com tantos impasses na assinatura do decreto se tornou clara, quando manifestaram a vontade por uma ação mais radical para atingir a Presidência da República, de uma forma bem diferente dos meios diplomáticos. “Vamos fechar a BR!!!”, gritaram.
Não teve outra! Logo estava projetada na tela a vontade dos servidores:
“AÇÃO DEFINIDA FECHAR BR 364
SENTIDO GUAJARÁ NA ENTRADA DE SANTO ANTÔNIO”
“Os servidores estão cansados! Mais uma caravana para Brasília não vai resolver nada! A gente não conseguiria chegar nem perto do Planalto!”, declarou (acreditem!) o ex-presidente da Comissão Intersindical, Cícero Evangelista. Ele foi um dos principais mobilizadores das caravanas de servidores que foram a Brasília fazer mobilização na Câmara, quando foi aprovada a PEC da Transposição.
Não tendo mais nada o que fazer, até os poucos parlamentares presentes tiveram que refazer o discurso. O deputado Carlos Magno declarou: “Tem que chamar a atenção do Governo Federal. Uma das formas pode ser impedindo as atividades que o governo acha importante”.
O deputado Mauro Nazif, que é reconhecido como um líder pacificador e que procura resolver no diálogo, deixava transparecer no semblante um tom de insatisfação. No entanto, também se manifestou inconformado com a demora na assinatura do decreto.
Nazif revelou que não concorda com a “idéia” da vinda da Dilma para Rondônia para assinar o decreto aqui, conforme foi anunciado pela Presidência. O motivo é que “a agenda da presidente Dilma é muito cheia. E se a gente ficar esperando a vinda, dela esse decreto não é assinado tão cedo”, argumentou o deputado.
Fonte: Lucas Tatuí é webjornalista e atua na área de assessoria sindical
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