Quarta-feira, 6 de julho de 2011 - 17h17
A reportagem do portal Ecoamazônia recebeu nesta semana um importante documento que confirma que o grupo empresarial chinês Sustainable Forest Holdings Limited (Susfor) está usando informações falsas para captar recursos de investidores na Bolsa de Valores de Hong Kong. No documento, o Governo do Estado do Acre desmente um comunicado da empresa enviado aos acionistas, investidores e à Bolsa de Valores.
O documento foi enviado no dia três de março de 2010 pela Secretaria de Estado de Floresta do Acre à holding chinesa, com sede em Hong Kong. O grupo chinês havia anunciado na Bolsa de Valores chinesa, com estardalhaço, a aquisição de milhares de hectares de terras com florestas certificadas no Acre, da indústria de pisos Triunfo e que teria acesso a concessões florestais naquele estado. A ratificação enviada pelo governo acreano mostra que todas as informações eram falsas.
Segundo o governo do Acre, as informações do "Conference Press" enviado aos acionistas da Susfor como oportunidades de negócios não são reais. O documento enviado à empresa esclarece que, ao contrário do que divulgou o grupo chinês, apenas 10% do suprimento florestal do estado são certificados pelo Forest Stewardship Council (FSC). A Susfor havia informado aos seus acionistas que 100% das florestas do estado eram certificadas.
Outra revelação do documento é que a operação envolvendo a aquisição da indústria de pisos Triunfo não poderia ser realizada sem a anuência do governo, já que a mesma possuía contratos de concessão florestal com o governo estadual. Mas a compra da empresa foi mais uma operação de fachada, pois após assinar um documento se comprometendo a adquirir a indústria e anunciar a compra na Bolsa de Valores, a Susfor nunca levou o negócio adiante e até hoje os donos da Tiunfo não viram a cor do dinheiro.
O governo do Acre também informa que as concessões florestais, quando ocorrerem, serão objetos de editais públicos e licitação, portanto, o grupo Susfor jamais poderia torná-las objeto de negociações antecipadas para os seus investidores. Além disso, o documento assinado pelo então secretário de Florestas do Acre, Carlos Ovídio Duarte Rocha, esclarece que não existe nenhuma relação às florestas do Acre com as da Bolívia, como faz parecer a Susfor em seus comunicados à Bolsa de Valores de Hong Kong.
Por trás de todas estas informações falsas disseminadas no mercado financeiro, está uma complexa engenharia empresarial comandada pela chairman do grupo, a experiente Katherine Loh, que tem logo abaixo na cadeia de poder a diretora financeira Sandy Fletcher. Entretanto, o mentor intelectual e verdadeiro dono do grupo é o chinês naturalizado americano Mathew Yip, que já foi preso e processado nos anos 80 nos Estados Unidos por fraudes financeiras.
Fraudes - O Portal Ecoamazônia já publicou reportagens demonstrando que a Susfor está usando falsas operações no Brasil para captar dinheiro de investidores no mercado financeiro internacional. Foi assim, por exemplo, com supostos contratos com as usinas do Rio Madeira, em Rondônia, que a empresa usou para informar ao mercado que teria o direito de explorar pelo menos 45 milhões de metros cúbicos de madeira, mas a empresa não tinha os contratos. Fez novamente uma compra de uma empresa que detinha estes contratos, a VP. De São Paulo, mas nunca pagou pela compra e apenas usou as informações para captar dinheiro de investidores em Hong Kong.
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