Há 46 dias era deflagrada a Operação Termópilas que pôs toda classe política de RO em polvorosa

Frase do Dia:

“O embasamento jurídico legaliza a corrupção do religioso” – Avaliação de um advogado sobre a vida dicotômica de religiosos pegos com a boca na botija.

01-Velha vida nova

Como sonho não gera imposto, gostaria de sonhar com uma vida nova. Que a presidente Dilma  agisse a priori contra a corrupção em vez de apenas demitir os denunciados, que o governador Confúcio mostrasse um plano consistente para a saúde, que o prefeito Sobrinho se dedicasse a acabar as obras que começou, que a bancada federal, ALE e Câmara de Vereadores fizessem um balanço político revelando quais os nomes que estão – se existirem claro – sem responder processos na justiça, o que cada um produziu, qual o valor individual e coletivo das emendas, quanto gastaram individualmente, qual a relação de custo-benefício dos mandatos, qual é o planejamento para 2012.  O verbo é esse: gostar. O tempo infelizmente é futuro do pretérito.  

02-E lá se vão 46 dias

Há 46 dias era deflagrada a Operação Termópilas que pôs toda classe política de Rondônia em polvorosa. Ainda sob os efeitos da operação, muita gente boa continua na prisão, outros foram indiciados, um está foragido, outros esperam a hora de serem citados eoutros não entendem –nem nós – como ou porque estão de fora. O pior, contudo é o que ocorre com a ALE, operando forma precária. Seu presidente está foragido, a Mesa Diretora foi reduzida a dois integrantes e sete dos 23 deputados foram denunciados e/ou afastados. Ou seja, tá feio! Mais um pouco e a ALE perderá sua função. Quer minha opinião nua e crua? Infelizmente não está fazendo falta.  

03-E o TCE?

Falando em ALE, não há como esquecer o TCE, órgão de fiscalização auxiliar da ALE. No meio dessa barafunda toda, nada. Nem um pio do TCE. Um desavisado poderia até supor que o TCE analisa apenas contas já efetuadas. Ledo engano. Basta uma olhadela na constituição estadual – artigo 48 e seguintes – para fazer coro comigo: “Ei senhores conselheiros do TCE, onde voces estavam e o que faziam que nada viram e nada falaram quando todo mundo falou. Por onde andam que ninguém os vê?” Se um destemido conselheiro analisar o custo benefício do TCE é possível até que partilhe da minha opinião nua e crua: Infelizmente não está fazendo falta.      

04-Reaprendendo a andar

Não nos enganemos. Sabemos que por ora o deputado Valter Araújo continua dando as cartas na ALE. Para quem quer provas, que tal checar o staff que continua o mesmo após quase dois meses do seu afastamento. Duvida? No tempo em que esteva solto mas, impedido de adentrar a Casa por ordem da justiça, a ALE foi a ele através pelas mãos do staff. Mais provas, folheie os diários oficiais. Para os incrédulos sugiro aguardarem o que virá com a convocação da ALE. Aos poucos na ALE as pessoas conseguem dar os primeiros passos, reaprendendo a andar, mas com as muletas ainda sob os braços a tchurma continua com medo de usar as próprias pernas.  Clique AQUI e assista a entrevista concedida ao jornalista Everton Leoni,  no Programa Tempo Real, do Procurador Geral de Justiça, Dr. Héverton Aguiar.

05-Casa Civil um cabo de guerra

Pouco conheço da história de Juscelino Moraes do Amaral, salvo sua ligação com a Maçonaria que, se não o qualifica, também não é óbice para a função de Secretário Chefe da Casa Civil. A pasta política por excelência vai depender muito do poder que o chefe – no caso o governador – emprestar à atividade. Não conheço a estrutura da Casa Civil, mas de ouvir dizer, creio que o mestre da arte real tem uma baita pedreira e vai precisar mais que régua, maço e cinzel para desbastar arestas. Desejo sucesso mas, sem expectativas. A Casa Civil é um cabo de guerra: 80 contendores, 40 puxando para cada lado e no centro um só homem e um só nó para equiibrar.

06-Guerra das togas

O desembargador Ivan Ricardo Sartori que assumiu hoje a presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo disse que vai abrir mão de seu sigilo fiscal em nome da transparência. "O que não pode é alguém invadir o sigilo fiscal de outro sem ordem judicial", cutucou a devassa do CNJ. Em coletiva, Sartori falou do pagamento indevido de benefícios a magistrados paulistas. "Vou chamar um a um. Esse procedimento vai andar" e disse que o problema está relacionado à cultura de reserva dos magistrados. "Os tempos são outros. Essa cultura de se reservar trouxe prejuízos. Agora, temos de mudar, mostrar o que um juiz faz". E a coisa vai tomando rumo.

07-O Brasil que dá certo

Nossa PF que já foi chamada de “FBI cabôclo” pôs a boca na tuba e disse a que veio em 2011. As operações flagraram desvio de R$ 3,2 bilhões de recursos públicos, dinheiro que alimentou, por exemplo, a propina a funcionários públicos, empresários e políticos. O valor é mais que o dobro do apurado em 2010 – R$ 1,5 bilhão – e 15 vezes os R$ 219 milhões de 2009. No xilindró foram parar muito mais servidores públicos. 225 em 2011 contra 124 em 2010. Os números são do relatório só de operações com valores provados e repassados para o Ministério Público tentar reaver o dinheiro. O “FBI cacôclo” virou referência mundial e pesadelo para corruptos. 

08-Pé que não anda...

Uma auditoria do TCU em ações do Programa de Resíduos Sólidos Urbanos avaliou amostra de 231 convênios firmados pela Funasa entre 2000 e 2007, com pequenos municípios de até 50 mil habitantes e cruzou com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do IBGE. A conclusão é triste: os repasses foram feitos, mas o lixo e dejetos continuaram indo parar em lixões e aterros. O valor gasto nessas iniciativas soma R$24 milhões ou 57% do total repassado nos convênios da amostra. Para quem olha apenas o número, é dinheiro jogado fora. Prefiro olhar o que a auditoria traz. É a chance de mudar a realidade através conhecimento científico.  

09-Não dá topada!

A Funasa que esteve até bem pouco tempo cuidando da saúde indígena, dirige o foco do seu trabaho agora para o sanameamento e meio ambiente, área em que vai penar para incorporar expertise que sobra em empresas nacionais que prestam soluções ambientais para o mundo. A auditoria que mostra a falha é a mês que mostra caminhos – auditorias servem para isso – e um órgão sem know how é também um organismo livre de vícios. A cartilha está na mão e o que falta é refazer o dever de casa. Acredito que o dabete sobre o meio ambiente já ganhou a rua e deixou de ser aquela coisa fechada ou aberta apenas para ONGs. É a hora das cidades.   

10-Três perguntas cretinas

O que está ocorrendo nas bandas de Jaci Paraná com tantos homicídios e agora com requintes de crueldade que nem as mentes mais insanas poderiam imaginar? Primeiro dia útil do ano de 2012 e como havia prometido o governador Confúcio deu posse ao novo secretário chefe da Casa Civil mas, e o resto vai ficar mais tempo? Recebi relatos de uma pessoa que esteve no Hospital João Paulo II no feriado de fim de ano e que ficou chocada com o número de pessoas deitadas no chão como se estivessem num hospital improvisado em área de guerra.  Será que nós vamos conviver com isso até quando?