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Silvio Persivo

Melhoria do comércio depende dos bancos


O comércio de Porto Velho se comporta de forma mais cautelosa com o endividamento e a inadimplência alta dos últimos meses. Os prazos oferecidos e o crédito encolheram no primeiro trimestre e a reposição de estoques nas gôndolas está muito mais lenta. Em alguns grandes estabelecimentos (inclusive de grandes atacadistas nacionais0 demonstram isto pela falta de opções nas suas prateleiras, embora haja uma crença estabelecida que uma recuperação mais forte deve ser verificada depois da segunda metade do ano. Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC) apurou que 21% das empresas do comércio no país possuíam estoques acima do normal em março.

Para a economista chefe da Confederação Nacional do Comércio-CNC, Marianne Lore¬na Hanson, o número de famílias endividadas vem caindo, porém, a inadimplência continua alta, o que é sinal de alerta para o comércio e para os bancos. A média diária de concessões de crédito para aquisição de automóveis e outros bens duráveis caiu 16,3% no primeiro trimestre em relação ao último trimestre de 2011, segundo o Banco Central. Em março, a média estava em R$ 450 milhões por dia – queda de 3,8% em relação a fevereiro. No mês passado, todas as modalidades pesquisadas (que incluem cheque especial, cartão de crédito e crédito pessoal) tiveram queda, e na média recuaram 5,7% em relação a fevereiro – para R$ 3,64 bilhões. Os economistas e analistas do mercado, no entanto, acreditam que a queda nas taxas de juros – puxada pelos bancos públicos e que deve ser replicada pelas instituições privadas – irá reduzir a inadimplência e reanimar as vendas do comércio no segundo semestre. O que anima mais o comércio, apesar das recentes demissões de Jirau, é que tanto a taxa de desemprego quanto a inflação estão mais comportada e o grau de confiança das famílias para consumir vem se mantendo estável se recuperando mesmo que num ritmo mais lento. Depois de cair em março, a intenção de compra brasileira se manteve estável em abril. Em Rondônia o primeiro sinal de perda de fôlego do comércio veio em fevereiro e, em março, houve uma pequena queda das vendas em relação a janeiro. Hoje, porém, a maior expectativa se volta para o comportamento dos bancos que, até agora, com o governo tentando obrigar a queda do “spread”, efetivamente, encolheram suas operações e a oferta de crédito com o evidente receio de que sua qualidade piore com um aumento do atendimento.

Fonte: Blgo Diz Persivo
 

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