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Expsição de árvore carbonizada sensibiliza população


Exposição de árvore carbonizada sensibiliza população sobre importância da Amazônia

Alex Rodrigues
Agência Brasil

 Brasília - A fim de chamar a atenção para a importância da Amazônia na manutenção do equilíbrio climático global e para a necessidade de preservar a floresta, a organização não-governamental (ONG) ambientalista Greenpeace decidiu percorrer parte do país exibindo o tronco de um tauari [árvore da floresta de baixo valor comercial] carbonizado. Saindo do sul do Amazonas, a mostra percorreu os estados de Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, onde chegou neste fim de semana.

Segundo o coordenador da exposição, André Muggiati, a iniciativa visa a sensibilizar principalmente as pessoas que vivem longe da floresta, alertando para a relação existente entre as queimadas, as mudanças climática e o aquecimento global. “Aproximadamente 75% das emissões brasileiras de CO2 [dióxido de carbono], principal gás do efeito estufa, são oriundas de desmatamentos. Mais da metade disso ocorre na Amazônia”, disse Muggiati.

De acordo com o Greenpeace, o Brasil é hoje o quarto maior emissor de poluentes do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Indonésia. Em seu site, a ONG reconhece que as taxas de desmatamento vêm caindo, mas atribui isso a uma combinação de fatores conjunturais, como a queda nos preços dos produtos agrícolas no exterior, somado a medidas adotadas pelo governo, como a criação de áreas protegidas e maior fiscalização.

A exposição itinerante é parte de campanha da organização, que está colhendo assinatura para um abaixo-assinado que será encaminhado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O objetivo é pedir que o governo adote as medidas necessárias para reduzir gradativamente o desmatamento, erradicando a prática até o ano de 2015.

O tronco do tauari foi recolhido de uma área queimada ilegalmente na cidade de Lábria, no sul do Amazonas. Originalmente, media cerca de 30 metros. Para a exposição, foram cortadas duas partes que, juntas, medem quase 13 metros. Instaladas em um caminhão especialmente preparado para a exposição, as peças percorreram mais de 5 mil quilômetros de vários estados. Neste fim de semana, foram exibidas no Parque da Cidade, em Brasília, onde a exposição chega ao fim.

Segundo dados divulgados esta semana pelo governo, houve uma redução no nível de desmatamento entre julho de 2006 e julho de 2007. “No entanto, o próprio governo reconhece que alguns indicadores apontam para uma retomada no desmatamento a partir de maio deste ano, acompanhando a alta dos produtos agrícolas exportáveis, como soja e carne. Por isso mesmo, estamos pedindo que sejam adotadas metas claras de redução da prática e que o governo indique quais seus objetivos, para quanto ele quer que os níveis caiam no próximo ano e o que irá fazer para isso”.

Lembrando o projeto de lei que tramita no Congresso e que prevê mudanças no Código Florestal Brasileiro, Muggiati disse que o Greenpeace está acompanhando a discussão, se opondo a diversas mudanças propostas. “Não acreditamos que esse seja o caminho. Qualquer alteração no Código Florestal precisa passar por uma ampla discussão com a sociedade brasileira. A maneira como esse projeto foi sugerido, sem ir a plenário, sem debate, é muito ruim para a sociedade e para nosso patrimônio ambiental”.

A gestora de Recursos Humanos, Graças Campos, disse ter ficado emocionada ao visitar a exposição. “Foi importante ver isso. Ouvimos falar do problema, mas parece algo muito distante. Já ver o tronco, emociona. Vemos o quanto precisamos nos conscientizar [do problema] e colaborar”.

Graça defendeu que cabe aos veículos de comunicação colaborar para que a população se conscientize do problema e passe a exigir soluções. “Acho que é o único caminho. Transformar todo o poder econômico e acabar com a ganância dos grileiros não é muito fácil. Então é possível que as pessoas passem a cobrar”.

O químico Fernando Lopes da Silva também aprovou a iniciativa. Para ele, a exposição é capaz de sensibilizar quem a visita. Silva também considera que falta informação a quem vive distante da floresta amazônica. “Por não estarmos presentes onde isso realmente acontece, não temos noção da realidade. Temos de pensar sério a respeito disso, sobre o que iremos deixar para os nossos filhos, sobre o futuro do planeta”.

Após o término da exposição, as duas peças serão cedidas aos artistas plásticos Siron Franco e Frans Krajcberg. Eles irão produzir esculturas que serão exibidas na Convenção sobre a Diversidade Biológica, que ocorrerá na Alemanha em maio de 2008. 

 


 

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