Quinta-feira, 6 de julho de 2017 - 20h33
CIDADE DA CULTURA BIOLÓGICA
William Haverly Martins
O MPF colocou em baixa a megalomania do político brasileiro, provando que o tamanho de uma obra não se relaciona com a sua importância ou utilidade social, mas com o volume da propina. O complexo de faraó, antes restrito à classe política, invadiu a criatividade popular com termos ou expressões inadequadas.
Fácil compreender o alcance midiático de expressões como Jerusalém da Amazônia (Rondônia), Cidade do Forró (Campina Grande e Caruaru), Capital do Forró (Itaúna ES), ou Cidade do Samba (Rio de Janeiro), porque, embora exageradas, o conceito se define por si só, parte do singular para o geral, agora querer impressionar a opinião pública com expressões genéricas, como “Cidade da Cultura”, partindo de um sentido amplo, para o particular, não é conveniente, porque vende uma falsa ideia: “Cultura” é uma palavra de muitos significados, que se presta a mais de duzentas definições, na maioria delas privilegiando em conjuntoa literatura, a música, a arte, a dança, a comida, o artesanato, o folclore, enfim....
Assim sendo é até aceitável que se diga: cidade do folclore, cidade das artes plásticas, cidade da literatura, cidade do boi bumbá, cidade das quadrilhas, cidade do artesanato, cidade do samba, ...
Nada contra nossoarraiá, nada contra nossas quadrilhas e bois- bumbás; o folclore é um dos elementos da nossa identidade cultural. Mas, daí a se utilizar do artifício para criar na imaginação popular um sentimento de orgulho - CIDADE DA CULTURA - com a intenção de contabilizar frequentadores, é dose pra elefante, é querer um chute bem forte no traseiro das pretensões.
No nosso caso, assim que acabar o Flor do Maracujá, o mais importante evento popular da região, o terreno volta ao abandono, com lagoas de águas pluviais, criadouro dos mais variados mosquitos, e lixo de toda ordem: cidade da cultura biológica de agentes nocivos à saúde.
Em muitas regiões, ao longo do mundo, existe a Cidade da Cultura, como a de Galiza na Espanha, com várias manifestações culturais e festivais de toda ordem. Achamos a ideia sensacional. Em vez dos agitadores culturais ficarem discutindo o sexo dos anjos, que tal ajudarem a criar em Porto Velho a verdadeira Cidade da Cultura, com o apoio do governador, do prefeito e da classe empresarial? Então! mãos à obra que já não é sem tempo:
Sugerimos a construção de um prédio para uma biblioteca pública estadual, com recursos virtuais, já que a única biblioteca estadual de Porto Velho foi abandonada e o acervo está imprestável;
Uma sede para as Academias de Letras, com um pequeno auditório, para eventos e lançamento de livros. Ambiente propício às feiras de livros e mostras de artes plásticas;
Um mirante com 50 metros de altura, com vista para o Rio Madeira (apesar da ridícula ponte apagada), rapel, roda gigante fixa e um restaurante elevado de comidas típicas, açaí, tacacá;
Um teatro de arena para festivais regionais, nacionais e internacionais de peças de teatro, direcionadas as classes menos favorecidas. Neste mesmo ambiente poderia ocorrer demonstrações constantes dos nossos folguedos populares e de nossos conjuntos musicais;
Um ponto fixo da Setur, com folders de nossos pontos turístico e orientação aos turistas;
Uma pista de skate, quadra polivalente de esportes para os nossos jovens, uma área de dança para idosos, um telão a céu aberto para filmes artísticos e tantos e tantos outros projetos culturais, protegidos por um posto avançado da PM, funcionando 24 h. Dinheiro existe e o projeto não é megalomaníaco, basta planejar com parcimônia.
Porém, governador, construções sem maracutaias, sem subterfúgios, diferentes e mais rápidas das que estão sendo feitas no Espaço Alternativo, já que o senhor está em final de mandato, sonhando com o Senado, por um partido marcado pela opinião pública.
Ainda há tempo, construa ou inicie o planejamento para a construção de uma verdadeira Cidade da Cultura, em parceria com o capital privado, e garanto que o povo lhe retribuirá em votos. Mentiras, propinas e promessas de palanque ficaram no passado. Não fica bem chamar um “criadouro de mosquitos” de Cidade da Cultura.
Para que não nos subestimem mais, por estarmos em um estado distante dos ditos “centros culturais” do país, troquem urgentemente esse nome. Aquilo ali, no máximo, pode ser chamado de Espaço de Eventos, assim mesmo com algumas importantes ressalvas.
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