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Mercosul e Aliança do Pacífico querem ampliar comércio na América do Sul



Monica Yanakiew - Correspondente da Agência Brasil

Uma iniciativa frustrada em 2014 ganhou ímpeto nesta sexta-feira (7): dois blocos regionais, o Mercosul e a Aliança do Pacifico, decidiram unir esforços para ampliar o comércio na América do Sul e conquistar novos mercados. A decisão foi tomada numa reunião, em Buenos Aires, entre os ministros das Relações Exteriores e da Indústria e Comércio do Brasil e de mais sete países.

O encontro ocorreu no momento em que Buenos Aires foi sede do Fórum Econômico Mundial da América Latina e em que o governo argentino ocupa a presidência rotativa do Mercosul. Estavam presentes os ministros dos quatro países fundadores (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) e dos quatro membros da Aliança do Pacifico (Chile, Colômbia, México e Peru).

“Estamos avançando na integração, num momento em que reina a incerteza em nível internacional e se observam pressões protecionistas, nacionalistas e inclusive xenófobas”, disse em entrevista coletiva o chanceler chileno, Heraldo Muñoz, referindo-se a decisão dos Estados Unidos de rever acordos de integração e a força conquistada, nos últimos tempos, por partidos nacionalistas de direita na Europa.

No documento divulgado no final da reunião, os oito países se comprometeram a avançar em determinadas áreas, antes de discutir a redução de tarifas: cadeias regionais de valor, cooperação alfandegária, promoção de pequenas e médias empresas, redução de barreiras não tarifárias e facilitação no comércio de bens e serviços.

Tanto o Mercosul, quanto a Aliança do Pacifico concordaram que o volume de comércio entre os oito países é baixo, comparado com outras regiões, e que existe um potencial para crescer sem ter que depender da exportação de commodities (mercadorias em estado bruto ou produtos primários comercializados internacionalmente, como café, algodão, soja, boi gordo, minério de ferro e cobre), cujos preços no mercado internacional baixaram depois de uma década em alta. “O comércio intra-regional na União Europeia chega a 69%; na Ásia chega a 55% e aqui na América Latina a apenas 18%”, disse Muñoz.

O especialista em comércio internacional, Marcelo Elizondo, disse em entrevista à Agência Brasil, que o passo dado nesta sexta-feira para integrar os dois blocos regionais só foi possível por causa de uma mudança política dentro do Mercosul. “Houve uma mudança política profunda com os novos presidentes. Mauricio Macri, na Argentina, é muito mais internacionalista que sua antecessora, Cristina Kirchner. E Michel Temer, no Brasil, assim como Tabaré Vasquez, no Uruguai, também querem internacionalizar o Mercosul”, disse. “A suspensão da Venezuela, último país a aderir ao Mercosul, também ajudou. O governo venezuelano tem uma visão diferente dos governos dos outros quatro membros”. Segundo Elizondo, o Mercosul foi pensado “há 25 anos para aumentar o comércio entre seus membros”, mas que, para sobreviver, precisa se abrir a novos mercados.

Síria

Os chanceleres dos oito países que participaram da reunião discutiram o bombardeio norte-americano à Síria, apos a constatação de que o regime de Bashar Al Assad tinha usado armas químicas contra a população civil, matando mais de 80 pessoas no início da semana. Sete países (com exceção do Brasil, que emitiu seu próprio documento) assinaram um comunicado conjunto condenando os crimes de lesa-humanidade e afirmando que “as ações para prevenir essas atrocidades devem ser respaldadas pela comunidade internacional, de acordo com as normas do direito internacional e os princípios da carta das Nações Unidas”.

Na entrevista coletiva, Malcorra explicou que o chanceler brasileiro, Aloysio Nunes, “pediu mais tempo para fazer consultas” e portanto não assinou o documento. O ministro brasileiro falou à imprensa mais tarde e disse que o Itamaraty já havia se manifestado sobre o assunto, declarando que o Brasil  “condena o uso unilateral da forca, sem a autorização das Nações Unidas”.

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