Quinta-feira, 20 de julho de 2017 - 11h55
Uma das regiões que mais crescem em Porto Velho, e caracterizada como um centro comercial de grande potencialidade de crescimento, a Zona Leste de Porto Velho foi o local escolhido para o novo IG Shopping, o futuro shopping center dos Irmãos Gonçalves na capital do Estado de Rondônia. É até mesmo, sob o ponto de vista econômico, uma aposta das mais felizes, na medida em que o grupo irá se instalar no centro comercial mais dinâmico da cidade que tem na Avenida Amador dos Reis uma verdadeira concentração de comércio para atender um entorno estimado em mais de 220 mil pessoas.
O empreendimento, um investimento orçado em R$ 35 milhões que irá gerar mais de 600 empregos diretos, sem dúvida, deverá melhorar sensivelmente aquela região, pois, localizando-se na Avenida Amazonas, será, por questão de proximidade, o grande fornecedor varejista da região incluindo uma nova, e também populosa, parte da cidade que deve se expandir com a gradativa ocupação por novos prédios e domicílios da Zona Chacareira, onde surgem novos loteamentos e investimentos. Por baixo, calcula-se que devem migrar para a área, pelo menos, 30 mil pessoas nos próximos cinco anos. Mas, quais os impactos do novo empreendimento sobre o comércio da região? A quem o novo shopping irá afetar economicamente? Estas são perguntas que são feitas e que não possuem respostas imediatas. Claro que a decisão de investir é do grupo. Também o apoio do prefeito, aliás, dos prefeitos, de vez que, antes, o anterior, deu apoio ao projeto, é uma opção contra a qual não se pode ter objeções. Nenhum administrador será contra um empreendimento que gera emprego e renda para sua cidade. Mas, se os impactos parecem ser todos positivos, é, evidentemente, que nem todos eles serão bons para o comércio local e é isto que iremos tentar especular um pouco a respeito.
FATOR LOCACIONAL, PREÇOS E TRADIÇÃO DÃO SUPORTE AO EMPREENDIMENTO
Evidentemente, o setor de varejo tende a depender do fator locacional (proximidade da casa/trabalho), que, segundo indicadores nacionais, responde por cerca de 70% da preferência dos consumidores. Assim a estratégia logística de expansão dos Irmãos Gonçalves leva em consideração que a instalação de sua nova unidade assegura a influência em potencial de compradores num raio de, pelo menos, cinco quilômetros. Isto é um diferencial imenso na concorrência. Um outro diferencial que sempre pesa no varejo, e é o segundo fator mais importante, trata-se do preço, que, por sinal, é um item altamente relacionado à logística. Neste sentido, o novo shopping terá um efeito muito impactante no comércio da Zona Leste ainda mais que um terceiro fator importante, a variedade de produtos, será uma decorrência natural do novo empreendimento.
É preciso considerar ainda que, como tem uma tradição no ramo, o grupo acabou de completar 40 anos com uma atuação marcadamente supermercadista. Hoje possui 12 supermercados, um shopping em Ariquemes, um frigorifico em Jaru e até distribuidora de carnes em Osasco, na Grande São Paulo, com 5.682 empregados, ninguém duvida de que se trata de um negócio sustentável, com uma filosofia e formato próprio, de forma que é, inevitável, que se transforme no maior centro varejista da Zona Leste, salvo os riscos inevitáveis que qualquer empreendimento sempre enfrenta.
OS IMPACTOS SOBRE OS CONCORRENTES
A previsibilidade, no entanto, aponta para o fato de que irá liderar sem muitos problemas o comércio da região. E quais são os impactos desta modificação? Em termos ambientais, certamente, os cuidados são exigências para aprovação do próprio projeto. E, no caso, até pela doação de uma faixa de terras, a Prefeitura já fez as exigências cabíveis. Mas, por mais que tenha estacionamento, o aumento do trânsito na área será inevitável. Por outro lado, os moradores mais próximos terão um indiscutível ganho com a maior facilidade, e conforto, de ter acesso mais fácil aos bens e produtos que necessita.
No entanto, há os impactos sobre os concorrentes. Em primeiro lugar, certamente, quem mais sofrerá são os supermercados, minis e mercearias da região. É um fato incontestável que onde chegam as cadeias de supermercados acabam fechando os estabelecimentos em volta. Sobrevivem apenas os que se adaptam e fidelizam os seus clientes. Não há muito o que fazer numa situação assim. Como se trata de um shopping, com uma variedade muito maior de produtos, será, invariável que atinja outros tipos de lojas. É claro que, nos ramos de supermercados, a concentração tem sido uma tônica. Mas, seja no setor, ou não, os concorrentes que sobrevivem não conseguem concorrer pelo preço. A capacidade de compra, de negociação de uma rede é muito maior do que a de empresas individuais. Por isto, inclusive, diante da perspectiva já se observa que alguns supermercados já projetam a ida para regiões mais periféricas, como forma de fugir da concorrência. Há, porém, os que não sairão. Estes precisarão ter diferencial nos seus negócios para resistir à competição.
Também quem deve ser afetado é o Porto Velho Shopping. Embora sua sustentabilidade não seja posta em dúvida, o único shopping hoje existente na capital tem tido uma rotatividade muito grande nos seus locatários. Em parte se deve aos elevados custos para manter um negócio lá. Com o novo shopping parte significativa da clientela que vem da Zona Leste deve preferir, pela proximidade, optar pelo novo local. A estimativa é de que, pelo menos, 17% dos frequentadores seja proveniente da Zona Leste e, nos finais de semana, frequentemente, pode chegar a 20%, ou seja, isto vai afetar o fluxo, bem como a rentabilidade dos lojistas. O IG Shopping será, por consequência, um fator de divisão dos fluxos e, dependendo da capacidade de promoção, se constituir até mesmo numa forma de vazamento de clientes do empreendimento da Ancar Ivanhóe.
Autor: Luiz Carlos Ferreira
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