Sábado, 3 de setembro de 2016 - 06h44
Após reunião da Executiva Nacional, o PT anunciou ontem (2) que vai defender a realização de eleição presidencial direta antecipada no país. A reunião ocorreu durante todo o dia de hoje na sede do partido, no centro de São Paulo, e teve a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
A proposta chegou a ser defendida por Dilma Rousseff durante o processo de impeachment, mas não era unanimidade dentro do partido.
"Se antes havia divergência sobre a proposta de antecipação de eleições presidenciais, agora a situação é outra pois o Estado tem à frente um governo usurpador, ilegítimo, sem votos, com um programa antipopular e antinacional. A recuperação da legalidade e o restabelecimento da democracia, nessas condições, somente se efetivarão quando as urnas voltarem a se pronunciar e o povo decidir os caminhos da Nação”, diz o documento elaborado na reunião, com 24 metas e intitulado Resolução Política sobre o Golpe e a Oposição ao Governo Usurpador.
No documento, o partido não explica como será a proposta de novas eleições. Segundo o presidente do partido, Rui Falcão, pode ser feita, por exemplo, por meio de uma emenda popular, mas ressaltou que a proposta ainda será construída com outros partidos e movimentos sociais e sindicais.
Questionado se a eleição direta poderia ocorrer este ano, Falcão disse que isso só seria possível se o mandato de Michel Temer fosse impugnado ainda em 2016. “Se o TSE impugnar o Temer este ano, isso seria possível [eleições diretas este ano]. Mas se impugnar no ano que vem, o processo constitucional indica eleições indiretas, o que não vamos aceitar também. Não queremos eleição indireta no país e nem mudança do regime político. Queremos que o povo volte a se pronunciar”.
A ideia de plebiscito, segundo Falcão, também não deve ser considerada em princípio, já que o panorama atual mudou.
O documento do PT diz ainda que a legenda fará oposição ao atual governo. “Se eles [do atual governo] vão votar uma lei para aumentar o salário- mínimo, votaremos a favor. Mas vamos votar contra em todos os projetos que cerceiam liberdades e direitos, que violem a soberania e que incitem a repressão. Vai ser mais difícil achar o que nós podemos apoiar”, disse o presidente do PT.
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