Sábado, 10 de dezembro de 2016 - 06h10
No Senado a Odebrecht contava com Caju (Romero Jucá, PMDB-RR) como seu principal aliado. Ele, ao lado de Justiça (Renan Calheiros, PMDB-AL) e Índio (Eunício Oliveira, PMDB-CE) são apontados pelo delator como os principais articuladores dos interesses da empreiteira na Casa, como o BuzzFeed mostrou na reportagem “Jucá centralizou recebimento de R$ 22 mi para ele, Renan e Eunício, diz delator”.
Há também menções a Babel (Geddel Viera Lima, PMDB-BA).
O irmão dele, deputado Lúcio Viera Lima (PMDB-BA), também é citado como “Bitelo”. Na delação, é dito que ele, para não atrapalhar a aprovação de uma medida provisória de interessa da Odebrecht recebeu entre R$ 1 milhão a R$ 1,5 milhão.
Nas planilhas da Odebrecht, o ministro Eliseu Padilha (PMDB-RS) aparece como “Primo” e seu colega de esplanada Moreira Franco (PMDB-RJ) é chamado de “Angorá”.
Outro citado (e como não seria?) é Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Com o codinome Caranguejo, o delator diz que a empresa aprovou pagamentos de R$ 7 milhões para o deputado.
O ex-governador da Bahia Jacques Wagner (PT-BA) é outro que figura na lista com o codinome “Polo”. Além de um relógio Hublot modelo Oscar Niemeyer que custa cerca de R$ 80 mil, o político foi beneficiado com diversos pagamentos. Somente em 2010 o delator diz que lhe foram destinados cerca de R$ 9,5 milhões.
Outro na lista é Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), com o codinome Ferrari. Após a aprovação de um projeto no Senado sobre alíquotas de ICMS, ele reclamou com a Odebrecht que estava recebendo pouca atenção da empresa. Na delação consta que após o chiado ele levou R$ 500 mil.
Quem também aparece, sendo o destinatário de R$ 100 mil é o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), codinome Botafogo.
Há também uma citação ao codinome Las Vegas, atribuído a Anderson Dornelles, um dos mais fiéis assessores de Dilma Rousseff. Na delação de Melo Filho é dito que ele recebeu por sete meses uma mesada de R$ 50 mil da empreiteira.
Nas planilhas o hoje ex-senador preso Gim Argello aparece como Campari. Em 2010, segundo Melo Filho, ele recebeu R$ 1,5 milhão em cash.
O “Cerrado”, “Pequi” e o “Helicóptero”, também são retratados na delação do ex-vice-presidente de relações institucionais da Odebrecht. Os codinomes dizem respeito ao senador Ciro Nogueira (PP-PI), beneficiado com R$ 1,6 milhão.
O senador José Agripino Maia (DEM-RN) aparece como sendo o beneficiário de R$ 1 milhão que lhe teriam sido destinados pela Odebrecht após pedidos de Aécio Neves. O codinome de Agripino é “Pino” ou “Gripado”. O senador Agripino diz que desconhece a delação. Aécio foi procurado e ainda não respondeu à reportagem.
O ex-deputado federal Inaldo Leitão, codinome “Todo Feio”, teria recebido R$ 100 mil.
O prefeito eleito de Ribeirão Preto, por sua vez, Duarte Nogueira (PSDB-SP), é citado com o codinome “Corredor”. No sistema que a Odebrecht usava para controlar pagamentos não contabilizados, ele aparece como beneficiário de R$ 350 mil.
Além disso, também foram feitas doações a campanhas.
O Gremista também é contemplado na delação, codinome de Marco Maia.
Há ainda o deputado federal Antonio Brito, com R$ 100 mil e o codinome “Misericórdia”.
O delator também diz que em 2010 foram destinados R$ 100 mil para Paes Landim com o codinome “Decrépito”, R$ 200 mil para Heráclito Fortes com o codinome “Boca Mole”, R$ 300 mil para o então senador Arthur Virgílio (codinome Kimono) e R$ 300 mil para José Carlos Aleluia, codinome “Missa”.
No mesmo ano também consta na planilha R$ 200 mil para Lídice da Mata (codinome Feia), R$ 200 mil para Francisco Dornelles (codinome Velhinho), entre outros políticos.
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