Quarta-feira, 8 de março de 2017 - 16h49
DENÚNCIA – Com o recebimento da denúncia, a partir de agora o senador Valdir Raupp (PMDB) terá a oportunidade processual para contraditar a tese do Ministério Público Federal de que os recursos arrecadados como doação eleitoral que irrigaram a sua campanha de 2010 não são oriundos de propinagem. A denúncia está ancorada nas delações dos réus na Lava Jato, Fernando Baiano e Paulo Roberto.
INDÍCIOS – Nesta fase bastam simples indícios para que a denúncia seja recebida, sem a necessidade de que as provas sejam robustas. Os ministros do STF decidiram então acatar as alegações do MPF já que os recursos foram realmente transferidos de uma empreiteira para a campanha do PMDB de Rondônia.
CONTRADITÓRIO - Em sua defesa o senador sustenta que não tinha conhecimento da suposta origem ilícita dessas doações já que ingressaram legalmente na campanha e foram declaradas na Justiça Eleitoral. A oportunidade de comprovar a versão é agora com a relação processual constituída. O recebimento em si, em geral, é desgastante para qualquer pessoa, em particular para um senador num ano que antecede as eleições para renovar o mandato.
ÍCARO – Valdir Raupp tem uma capacidade incomum de se reinventar na adversidade. Todas as vezes que enfrentou questionamentos judiciais conseguiu renascer das cinzas e vencer eleições difíceis. No caso em concreto, embora nunca tenha negado o recebimento das doações, o desgaste aumenta por estar na mesma vala que chafurdam os encalacrados na Lava Jato. Na hipótese de comprovar que não sabia da origem dos recursos, sai desse processo maior do que das outras vezes. Uma tarefa hercúlea para quem sobreviveu até hoje às adversidades.
CONTROVÉRSIA – Como os recursos ingressaram nas contas do PMDB de Rondônia com aparência lícita, o que levou a Justiça Eleitoral a aprovar as contas da campanha de Raupp em 2010, o MPF terá que comprovar daqui para frente que o senador sabia antecipadamente que as doações eram de origem ilícita. Do contrário, conforme reconheceu um ministro do STF no julgamento desta terça-feira, a denúncia vai às calendas.
TORCIDA - Há muita gente que torce para que o senador rondoniense seja alvejado nesse processo e fulminado da política. Como existem outras pessoas que torcem em sentido inverso, inclusive este cabeça chata. Gostem do Raupp ou não, a absolvição é também uma boa para Rondônia. Ao virar réu nesse processo o desgaste é inevitável, aliás, uma premissa elementar. Sobrevivendo, o que é uma possibilidade igualmente real, renasce mais uma vez das cinzas.
ENGABELAÇÃO – Há uma articulação nos bastidores envolvendo os principais caciques da política estadual com o objetivo de montar um “chapão” visando às eleições estaduais de 2018. Apesar das conversações, a articulação tende a não se concretizar pela simples razão de que dificilmente o eleitor engoliria a junção de velhos adversários no mesmo palanque. Eles (caciques) sentem de longe quando o cheiro da frigideira começa a esquentar para o lado deles todas as vezes que tentam engabelar o eleitor.
DESCARTÁVEL - Uma manobra espúria dessa natureza cria um ambiente propício para os oportunistas de ocasião que percebem a hora de assumir o protagonismo com um discurso fácil de ser assimilado. Ademais, o articulador é o presidente da Assembleia Legislativa, uma figura simpática pessoalmente, mas sem habilidade nem densidade eleitoral capaz de aglutinar no mesmo palanque a maioria dos caciques. Maurão vai dar com os burros n'água já que é um político fácil de ser descartado pelos caciques que comandam com mão de ferro os partidos. Quem viver verá!
SABÁTICO – Recolhido ao silêncio desde que sofreu uma fragorosa derrota nas eleições municipais da capital, o neossocialista Mauro Nazif, segundo amigos próximos, está disposto a retornar à ribalta política disputando outro mandado na Câmara Federal nas eleições 2018. Parlamentar competente e intransigente na defesa dos direitos e garantias dos eleitores, no executivo municipal foi um prefeito medíocre. O principal defeito de Nazif foi a teimosia em se assessorar com neófitos e fazer ouvidos de moucos às críticas da imprensa. Surpreendido com a sova, vive um período sabático. Merecido!
TULHA – O prefeito Hildon Chaves (PSDB), diferente do antecessor, está com a tulha cheia de recursos e se prepara para gastá-los em obras estruturantes na capital e nos próximos meses pretende anunciar o asfaltamento de vários bairros. Enquanto isto continuará a tapar os buracos que atormentam os porto-velhenses. As ações implementadas nesses dois meses de administração, embora longe do prometido, são superiores às feitas pelos dois últimos prefeitos.
MARCA – A principal marca que o prefeito Hildon pretende deixar como legado é o saneamento básico e a expansão da rede de água potável da capital. A proposta foi o carro-chefe da campanha que levou o tucano a ser o mais votado nas eleições surpreendendo todos os prognósticos divulgados.
EMENDA – Uma emenda de bancada no orçamento da União destinada a Porto Velho num montante de R$ 130 milhões corre o risco de ser desviada para outros municípios. Pelo menos dois deputados federais tentam fatiar a rubrica da capital para fazer graça em seus redutos eleitorais.
Deputado federal Lúcio Mosquini (MDB) adiantou que projeta sair candidato a governador
PROJETOEm conversa com este cabeça chata, o deputado federal Lúcio Mosquini (MDB) adiantou que projeta sair candidato a governador dependendo do cen
As eleições municipais rondonienses traçaram um novo cenário
TRANSIÇÃOAs equipes de transição foram indicadas pelo prefeito eleito Leo Moraes e pelo atual prefeito Hildon Chaves para que todos os dados sejam pr
Somente alguém muito ingênuo não previa pressão dos vereadores eleitos sobre o novo prefeito
TRANSIÇÃONão tem motivo para o prefeito Hildon Chaves não acolher o pedido do prefeito eleito Leo Moraes para adiantar a transição. Leo precisa de t
Vencido o pleito é hora de Leo Moraes desfazer o palanque
VIRADAEmbora a maioria dos analistas políticos não acreditasse numa virada espetacular de Leo Moraes sobre Mariana Carvalho, esta coluna cravou aind