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ARTIGO: Responsabilidade sócio-ambiental e econômica


Responsabilidade sócio-ambiental e econômica da Petrobras, de universidades federais e organizações não governamentais brasileiras na Amazônia Ocidental

Falberni de Souza Costa[1]

Dois eventos abordando a responsabilidade socioambiental e econômica de empresas do setor de produção e transporte de gás e petróleo, de pesquisa científica, e de organizações não governamentais – ONG's marcaram a segunda quinzena de outubro de 2006, com destaque para a Petrobrás que patrocinou, em todo ou em parte, ambos os eventos. O primeiro evento aconteceu em Porto Velho e o segundo no Rio de Janeiro, ambos com oportunidades importantes de desenvolvimento de pesquisas na Amazônia Ocidental.

O evento de Porto Velho foi realizado no dias 17 e 18, no Hotel Vila Rica, denominado de "I oficina do projeto Potenciais Impactos Ambientais do Transporte de Gás Natural, Petróleo e Derivados na Amazônia Ocidental" – PIATAM OESTE, em parceria com a Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR. Estiveram presentes representantes regionais e nacionais da Petrobrás, pesquisadores da UNIR e da Universidade Federal do Acre – UFAC, Campus Floresta de Cruzeiro do Sul, e dirigentes de ONG's.

O PIATAM foi desenvolvido inicialmente na Universidade Federal do Amazonas – UFAM, posteriormente na Universidade Federal do Pará – UFPA como PIATAM MAR, e atualmente nos estados de Rondônia e Acre como PIATAM OESTE, pretendendo envolver também a Amazônia Ocidental. O PIATAM é produto do avanço do entendimento dos efeitos das atividades antrópicas sobre a natureza, com o surgimento de programas dirigidos para a Gestão Ambiental, imprescindível no âmbito das alterações promovidas pelo homem no ambiente, sobretudo no sistema climático da Terra. Nessa direção, o projeto PIATAM procura consolidar essa modificação na forma do homem se relacionar com o ambiente, estabelecendo uma rede de instituições de pesquisa, voltadas para a solução e mitigação desses efeitos e com a preservação da natureza, procurando gerar informações científicas no campo das ciências naturais, socioambientais e econômicas, e também ampliar suas relações institucionais e áreas de atuação, visando à promoção do desenvolvimento sustentável. O PIATAM OESTE é uma iniciativa interinstitucional que visa gerar conhecimento e apoiar projetos que propiciem melhorias socioambientais e econômicas na área de atuação da Petrobrás na Amazônia Ocidental, envolvendo a geração, sistematização, análise e difusão de informações de qualidade, por meio de construção de séries históricas necessárias ao monitoramento ambiental, visando à elaboração de mapas de sensibilidade ambiental, subsidiar planos de contingência e contribuir efetivamente para o desenvolvimento sustentável da região. A idéia principal é trabalhar o homem nas questões da educação, saúde e da cultura indígena, com visão voltada às ciências sociais e à saúde, o que vai ao encontro da linha de atuação da Petrobras no que se refere à sua responsabilidade socioambiental e econômica, destacou o coordenador acadêmico do PIATAM OESTE, Dr. Ene Glória, reitor da UNIR.

O principal objetivo do evento foi promover a uniformização das informações e a capacitação dos integrantes do PIATAM OESTE sobre o uso do programa "MS Project", da Microsoft, ferramenta virtual para integração e gestão de atividades, que será utilizado no PIATAM OESTE para definição das ações do projeto, facilitando, organizando e direcionando a pesquisa dentro de um programa previamente estruturado. Foram promovidas discussões sobre as linhas de pesquisa, atribuições e responsabilidades dos coordenadores de áreas e coordenadores institucionais da Petrobras, e apresentada versão preliminar do Manual de Gestão do projeto. Também foram formados os grupos de pesquisa compostos por pesquisadores tanto da UNIR quanto da UFAC e das ONG's, exibidos filmes sobre projetos que já estão em desenvolvimento, como o monitoramento de tartarugas pela Ecovale (Associação Comunitária Quilombola e Ecológica do Vale do Guaporé), o CineAmazônia (Mostra Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental), e o robô ambiental híbrido da Petrobras para coleta de amostras para análise em locais de difícil acesso.

Uma vez compostos os grupos de pesquisa e definidas as metas de cada grupo, a próxima etapa do projeto será a apresentação do projeto no âmbito da Petrobras, para análise e aprovação, e alocação de recursos financeiros para implementação dos subprojetos.

O segundo evento foi realizado no centro do Rio de Janeiro, de 24 a 27 de outubro, no prédio da Petrobras da Avenida República do Chile, 65, denominado de "Seminário Internacional sobre Seqüestro de Carbono e Mudanças Climáticas", para interação e debate do assunto entre os mais renomados especialistas, cientistas e representantes de instituições de todo o Globo. Estiveram presentes representantes do Governo Brasileiro e da Petrobras, pesquisadores de empresas petrolíferas internacionais, de universidades brasileiras e do exterior, e dirigentes de ONG's também brasileiras e internacionais. A presença dos representantes do Governo Brasileiro no Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (Inter-governamental Panel on Climate Change – IPCC) foi destaque. A energia como uma necessidade básica humana foi a premissa fundamental do evento, portanto sendo necessária a sua disponibilidade a todos assegurada no longo prazo, sob condições ambientais aceitáveis. Dirigido para profissionais com atuação relacionada com controle e redução de emissões de gases de efeito estufa (greenhouse gases), seqüestro de carbono, meio ambiente, desenvolvimento sustentável e energia limpa, o objetivo do seminário foi apresentar, discutir e disseminar o estado-de-arte do conhecimento sobre a tecnologia de seqüestro de carbono, bem como de conceitos sobre mitigação da mudança climática global, a capacitação tecnológica no Brasil especialmente em captura e armazenamento de dióxido de carbono (CO2), e também a avaliação do seqüestro de carbono como uma alternativa à mudança do clima.

O evento foi dividido em 12 sessões, abordando temas como o seqüestro de carbono em companhias produtores de petróleo e energia; políticas para o seqüestro de carbono, regulação e créditos de carbono; separação, captura e armazenamento de CO2; fixação de carbono na biomassa, projeto e parcerias para o seqüestro de carbono; e percepção do público quanto ao tema em debate – o seqüestro de carbono.

Esses tipos de eventos são de grande importância para os pesquisadores da Amazônia Legal Brasileira, uma vez que a região é um dos últimos reservatórios de biodiversidade animal e vegetal do Planeta Terra, apesar das atividades intensas de desmatamento corrente. Conhecer a Amazônia em detalhe como forma de prevenir, mitigar e remediar impactos ambientais das atividades antrópicas, e seu papel nas mudanças climáticas globais é de relevância para a região e para a Terra.

Fonte:
[1] Engenheiro Agrônomo e Doutor em Ciência do Solo. Professor Adjunto e pesquisador da Universidade Federal do Acre, Campus Floresta, Cruzeiro do Sul, Acre, e participante do PIATAM OESTE, e seminarista do Seminário Internacional sobre Seqüestro de Carbono e Mudanças Climáticas.

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