Casa Branca pede aos americanos que usem mascaras em público para retardar a disseminação do coronavírus

Washington DC - 02/04/2020 - Espertos na cobertura de doenças infecciosas os correspondentes do Washington Post, Lena Sun e Josh Dawsey acabam de divulgar que a Casa Branca poderá exigir que os americanos comecem a usar máscaras em público para ajudar a impedir a propagação do novo coronavírus. 

Segundo eles o anúncio poderá ser feito já amanhã, quinta-feira. Os funcionários da força-tarefa do coronavírus da Casa Branca estão considerando a possibilidade de recomendar que as mascaras sejam rotineiramente usados ​​em público por causa das crescentes evidências de que pessoas infectadas sem sintomas podem espalhar o vírus, de acordo com memorandos internos e novas orientações fornecidas à Casa Branca pelo Centro de Doenças Controle e Prevenção - CDC.

“À luz desses novos dados, juntamente com as evidências de transmissão generalizada nas comunidades em todo o país, o CDC recomenda o uso comunitário de máscaras de pano como uma medida adicional de saúde pública que as pessoas podem tomar preventivamente para impedir a propagação do vírus às pessoas ao seu redor”, afirma à orientação, cuja cópia foi obtida e divulgada hoje pelo  Jornal The Washington Post.

Os memorandos e orientações esclarecem que as coberturas em discussão não são máscaras médicas, como respiradores N95 ou máscaras cirúrgicas, necessárias aos profissionais de saúde da linha de frente e estão escassas. Elas devem continuar reservadas para os profissionais de saúde e outros socorristas conforme orientação de funcionários do Departamento de Saúde e Serviços Humanos e da força-tarefa de coronavírus da Casa Branca como uma medida adicional para retardar a pandemia.

Comprovadamente máscaras simples de pano que cobrem a boca e o nariz podem impedir a transmissão de vírus de indivíduos infectados, mas que não apresentam sintomas quando estão comprando mantimentos, afirma a orientação. Isso deixa claro que a cobertura de tecido não se destina a proteger o usuário, mas a impedir que o vírus se espalhe do usuário para outros e podem ser feitas em casa a baixo custo.

As mascaras não devem ser usadas em crianças menores de 2 anos, ou em pessoas que tenham dificuldade em respirar, ou esteja  inconsciente, incapacitada ou incapaz de remover a cobertura sem ajuda, afirma a orientação.

Apesar do amplo uso público de máscaras não ser culturalmente utilizado nos Estados Unidos da mesma forma que em muitos países asiáticos, as mascaras ajudaram a reduzir a propagação do vírus.

Usar máscaras de pano em público seria uma ferramenta adicional de mitigação da comunidade, de acordo com os profissionais de saude. O distanciamento social de pelo menos 2 metros ainda é recomendado, mesmo quando se usa uma máscara. “Quando falam, tossem e espirram, as pessoas geram aerossóis respiratórios que podem ser inalados por indivíduos que estejam próximos.”

Um informe publicado na semana passada sobre infecções assintomáticas entre os residentes de uma instalação de enfermagem especializada na área de Seattle constatou que dos 23 residentes que deram positivo para o novo coronavírus, 13 eram assintomáticos ou pré-sintomáticos no dia do teste.

Especialistas em doenças infecciosas dizem que a transmissão assintomática pode estar desempenhando um papel maior no surto do que se pensava anteriormente, mas o tamanho ainda é desconhecido. Estudos estão em andamento no CDC e em outras instituições cientificas para melhor entendimento da transmissão.