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Sandra Castiel

Academia de Letras de Rondônia Ontem e Hoje


Academia de Letras de Rondônia Ontem e Hoje - Gente de Opinião

      Desde os primórdios, havia, entre os moradores de Rondônia, alguns homens célebres pela inteligência, pela sapiência, pelo talento; à medida que o desenvolvimento (mesmo em passos lentos) chegava a esta terra, alguns deles colaboravam com jornais locais ou com a educação de jovens alunos, apresentando o mundo à juvenilidade deste rincão distante, através de suas aulas. Faziam deste grandioso mister um dos aspectos mais relevantes de suas vidas; para muitos, a remuneração era o contentamento, o júbilo que transparecia da motivação daqueles adolescentes face às suas aulas.

       Ao longo das décadas, vários desses homens sábios seguiram suas jornadas em outras paragens; outros, aqui permaneceram; alguns, partiram para a eternidade. Os que aqui permaneceram juntaram-se a novos eruditos que chegavam, trazidos pelo contínuo movimento da vida. Eventualmente encontravam-se para interagir entre si, conversar e debater sobre temas diversos, trocar impressões e opiniões sobre a leitura de seus escritos poéticos, filosóficos, históricos, políticos, antropológicos, enfim, textos pertinentes ao conhecimento, à arte, à cultura.

       Os encontros aconteciam em locais inusitados: nos bancos das praças à sombra de uma árvore, na sala de estar da casa de alguns deles, na biblioteca da cidade, enfim, aqueles intelectuais eram movidos pelo sonho de fomentar, junto à população, sobretudo junto aos jovens escolares, as letras, a literatura, as artes, a cultura, o conhecimento e o pensamento crítico, visando enriquecer a educação escolar, cujo objetivo por excelência é o desenvolvimento humano. Destarte, fez-se necessário agir no sentido de difundir à sociedade rondoniense o tesouro que está no cerne de tudo isto: assim nasce a Academia de Letras de Rondônia.

      A Acler-Academia de Letras de Rondônia foi criada em 10 de junho de 1986. Seus fundadores integravam a elite intelectual de Rondônia; eram pessoas originárias de diferentes segmentos da sociedade rondoniense, reverenciadas pela erudição, pelo saber, pelo (s) talento (s), por suas valiosas contribuições nas diversas áreas do conhecimento, seja trazendo à luz, através da pesquisa científica, fatos pertinentes à história de Rondônia, desde os primórdios; seja enlevando a alma  dos leitores através de poemas, crônicas poéticas, romances e outros gêneros literários; seja ainda revelando aspectos importantes e curiosidades sobre a natureza de nossa terra, da gente amazônida, de nosso modo de viver, neste pedaço de Brasil  outrora isolado dos grandes centros do país.

   Colhemos da historiadora Yêdda Pinheiro Borzacov, em discurso proferido na comemoração dos 37 anos da Acler: “A relação dos Acadêmicos presentes à reunião de fundação da Academia, realizada no auditório da Biblioteca José Pontes Pinto:

Ary Tupinambá Penna Pinheiro, José Valdir Pereira, Amizael Gomes da Silva, Bolívar Marcelino, Edson Jorge Badra, Emanuel Pontes Pinto, Esron Penha de Menezes, Eunice Bueno da Silva e Souza, Gesson Álvares de Magalhães, Hélio Fonseca, Matias Alves Mendes, Paulo Nunes Leal, Abnael Machado de Lima, Raymundo Nonato de Castro e Vitor Hugo.” 

   Hoje, a Academia de Letras de Rondônia mantém-se viva, tanto pelos esforços de sua diretoria, quanto pela emoção que invade nossas almas de escritores no ato da criação literária, nos desafios impostos pela pesquisa científica, pela audição emocionante da história oral, pelo grupo de amigos que ajuda a sustentá-la. Face às adversidades que vem enfrentando ao longo desses 37 anos de existência, o que nos move, todos os acadêmicos e amigos da academia, é o respeito pelo passado, pela iniciativa grandiosa de seus fundadores, pelo amor às letras e pela construção de novos conhecimentos.

    A Academia de Letras de Rondônia, hoje, é presidida pelo poeta-escritor e criador de forma única de estruturação de um poema, conhecida como Munduri: o rondoniense Francisco Chagas, o Chico Chagoso, como se identifica em seus trabalhos literários.

    Esperamos que nossa Acler receba novas gerações de escritores, através de incontáveis décadas. Que seja eterna. Ad aeternum.

 

*Sandra Castiel, escritora, professora, membro efetivo da Academia de Letras de Rondônia, cadeira n.36.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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